03 março, 2008

Guerra na América do Sul

Não acredito em previsões, profecias, astrologia, padres ou psicanalistas. Mas no caso do Little Bush, vou abrir uma excessão. Esse sujeito deve ser, sem sombra de dúvidas, a besta do apocalipse. Ou algo do tipo.

Depois de transformar os Estados Unidos num estado policial, onde qualquer cidadão pode ter suas conversas monitoradas pelo governo; pode ser preso, sem ordem judicial, sob a acusação de "terrorismo", e permanecer preso, sem julgamento, por tempo indefinido.

Depois de levar a guerra ao Sudeste Asiático, ao Oriente Médio, à África, à Europa, o filho do demo conseguiu colocar a América do Sul em pé de guerra.

Tudo começou há alguns anos, quando foi lançado o famigerado "Plano Colombia", ainda durante o governo do porco do Bill. O objetivo do plano, que previa investimento de bilhões de dólares, era o combate ao narcotráfico.

Porém o gasto com armas, munições, treinamento, produtos químicos tóxicos para fumigar extensas áreas da Colombia (não importando os danos ao meio ambiente) era tão grande, tão absurdo, que seria mais simples o governo norte-americano comprar toda a produção de coca da Colômbia, pelo triplo do preço pagos pelos narcs.

Ainda assim seria mais barato.

Na verdade, o real objetivo do Plano Colômbia era aniquilar as FARC e o ELN, grupos guerrilheiros de esquerda que contam com mais de 20.000 homens armados e que colocavam em risco os interesses americanos na região.

Com a eleição de Hugo Chaves, Lula, Rafael Correa, Evo Morales, e outros, a Colômbia se tornou a única base confiável e segura para os interesses norte-americanos na região.

E desde a tentativa de golpe contra Hugo Chaves, a Colômbia é base de ações visando desestabilizar os governos da região.

Agora, quando as FARC libertaram vários reféns, e prometiam a liberdade para outros, Uribe lança um ataque contra um líder guerrilheiro que atuava como porta-voz do grupo, que encontrava-se em território do Equador - portanto, invadindo outro país.

O Equador, com base na convenção de Viena, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia, sendo apoiado pelo governo Venezuelano.

A direita brasileira, através de parlamentares demos e tucanos, exige que o governo Lula condene a "ingerência" de Hugo Chavez.

Alto lá!

O governo do Equador teve seu território atacado pelo exército colombiano. Mobilizou tropas para se defender e contou com apoio da Venezuela. Todos os protestos, de ambos os governos, por ora, se deram no campo diplomático.

Assim, por quê condenar justamente Chavez?

Por outro lado, o governo brasileiro se coloca como um dos únicos interlocutores respeitados pelas partes em conflito e, para que possa agir como intermediário, deve se manter o mais afastado possível dos argumentos das partes em litígio. E assim tem feito. Por enquanto, o Brasil apenas condenou o ataque da Colômbia ao Equador, assim como toda a comunidade internacional, pedindo que o governo Uribe peça desculpas a Rafael Correa.

Agiu corretamente, visando evitar uma guerra regional que teria consequências nefastas para a América do Sul.

Caso a ação brasileira não dê resultado, em razão dos interesses norte-americanos em pôr lenha na fogueira, o Brasil deve se colocar ao lado de Equador e Venezuela, contra a agressão Colombiana.

Um comentário:

Fábio Cassimiro disse...

A Imprensa brasileira esta defendendo o governo Alvaro Uribe (Aliado de Bush), como parte do combate ao narcotráfico, mas a relação entre Uribe e o tráfico de drogas é bem diferente na realidade.

Sua família é historicamente ligaga a produção de cocaina, seu foi um grande aliado do Cartel de Medelin, foi morto pelas FARCs e sua morte profundamente lamentada por Pablo Escobar.

Escobar chamava Uribe filho de Alvarito.

O atual presidente iniciou na política alçado pelo trafico de drogas e ajudou Pablo Escobar a construir o seu império quando era diretor do departamento de aviação civil da Colômbia, naquela época, Uribe filho organizou e botou em funcionamento a rota aérea de transporte de cocaína para os EUA.