Voltando ao dossiê.
A revista Veja divulgou um factóide. Uma notícia falsa, baseada numa "fonte", que deveria ser preservada a qualquer custo.
Alguns dias depois descobriu-se que a "fonte" era o senador tucano Álvaro Dias.
Ou seja, quem pretendia "chantagear" a oposição era a própria oposição.
O governo federal, por sua vez, surpreendido pela denúncia, inicialmente negou a existência do dossiê. Depois alegou que se tratava de um banco da dados, ou melhor, "fragmentos" de um banco de dados. Que teria sido feito a pedido do TCU.
Logo a seguir o próprio TCU negou que tivesse solicitado o "banco de dados".
É evidente que o tal dossiê foi um factóide, criado pela revista Veja e repercutido pela grande imprensa, com o objetivo de causar embaraços ao governo.
O governo não conseguiu esclarecer de forma satisfatória o episódio, principalmente porque depois de tantos atos de "aloprados", ninguém confia em ninguém.
Surgiu a denúncia do "dossiê". Havia um banco de dados e, imediatamente, os operadores políticos do governo raciocinaram: "deu merda, alguém vazou" e passaram a buscar justificativas, sem pé nem cabeça.
A oposição, por sua vez, usou um ardil dos mais baixos para atingir o governo. O senador Álvaro Dias deveria perder seu mandato, pois divulgou uma informação falsa, ensejando a criação de uma CPMI. E caso tivesse conhecimento de um "dossiê" verdadeiro, deveria comunicar o fato ao Ministério Público Federal, dizendo como o obteve.
Afinal de contas, tinha conhecimento de um crime e deveria garantir que fosse apurado. Ao não agir assim, PREVARICOU, deixou de cumprir sua obrigação e deve ser punido.
Caso contrário, se o "dossiê" era falso e ele o divulgou, incorreu em calúnia - e também deveria ser punido.
De qualquer forma, quem perde é o país. Que deixa de lado grandes debates, como a redução da jornada de trabalho, a educação, o meio ambiente, a reforma política, entre outros, para assistir ao festival de besteirol que assola a oposição e o governo.
03 abril, 2008
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