17 junho, 2008

Índios escreverão livros didáticos.

Escolas indígenas do ensino médio e fundamental, em 18 Estados do país, receberão até o fim de julho, livros produzidos por educadores índios com o objetivo de valorizar e promover a cultura das várias etnias no país.
Formados pelos cursos de magistério intercultural, promovidos pelo Ministério da Educação (MEC), onde aprendem além das disciplinas comuns, noções de antropologia, linguística e cultura dos povos tradicionais, professores indígenas encaminharam para a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade ( SECAD), um total de 64 livros, dos quais, 42 foram selecionadas e serão utilizados nas escolas das aldeias .
Com tiragem entre mil e dez mil exemplares, as obras em línguas maternas, portuguës ou bilingue, abordarão temas como meio-ambiente, cultura, história e lendas indígenas, além de geografia, economia, literatura, matemática, aplicados à realidade dos alunos.
A produção gráfica será coordenada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Custeadas pelo MEC que dispenderá neste ano R$ 6,3 milhões para a iniciativa, a previsão é a distribuição dos 42 livros pelas secretarias estaduais de educação até o final do ano. Destas obras, 17 títulos serão encaminhados até julho, para escolas públicas de aldeias do Mato Grosso, Amazonas, Amapá, Pernambuco e Maranhão.
Dados do Censo Escolar publicados no site da SECAD indicam a existência de 2.324 escolas em território indígena, para uma população de 164 mil estudantes. Nestas instituições, há cerca de 9.100 professores, 88% deles indígenas.

3 comentários:

Cássio Augusto disse...

Acho que é melhor deixar para os historiadores escreverem... não acha???

Fábio Cassimiro disse...

Claro que não, pelo contrário. Pela primeira vez há uma iniciativa governamental de fomentar os indios a refletirem e transmitirem os conhecimentos de sua cultura própria cultura nas escolas públicas do Estado. Os nossos historiadores, liberais ou comunistas, tiveram quase sempre uma perspectiva civilizatoria.

Escreveram já muito sobre o indio, mas sempre do ponto de vista do "civilizado".

É preciso abandonar a idéia preconceituosa de que existe civilização e barbárie.

L. Archilla disse...

amei!!!

não é de hoje que a cultura indígena é subestimada. basta olhar para a conotação negativa de tudo que envolve o índio: "programa de índio", "bando de índio", etc.

espero que um dia falas pejorativas como estas sejam tão punidas e gerem tanta polêmica quanto uma declaração racista. ainda falta muito, mas pelo visto estamos no caminho certo.