22 junho, 2008

São Paulo: entre a "Rota na rua" e a segurança midiática - dois projetos fracassados

Nesses últimos 20 anos o único problema que preocupou São Paulo foi a violência. Problema muito mais da esfera estadual, mas que respaldou os programas nas eleições municipais.
Tivemos dois modelos de segurança no estado: se o Mafuf pôs a ROTA na rua, sob a alegação de que o crime tinha tomado conta da estado, o governo tucano, por outro lado, foi mestre em esconder o crime em São Paulo.

O PSDB criou estatísticas policiais falsas, onde quem é baleado e não morre na hora, vira morto de morte morrida, e assim o número de homicídios caiu; o PCC não existe, a tucanagem fez um pacto com a imprensa onde a sigla PCC, de repente, foi substituída por “facções criminosas”, como se grupo houvesse sido pulverizado; parece que toda notícia que os jornais dão é combinada com a secretaria de segurança antes.

A mídia ressalta a qualidade da perícia técnica paulista (vide Caso Isabella), mas não divulgam que um corpo caído na cena no crime, demora em média 12 horas para ser retirado do local, aguardando a liberação da polícia técnica.

Mas existe um modelo de segurança pública que pretende trata-la a partir de suas raízes - a marginalização infantil. Esta outra maneira de combater a violência é renegada pelos dois projetos dominantes. O projeto Escola da Família vinha mostrando resultados positivos na maioria das comunidades e a redução dos índices de violência aparecereram muito rápido em muitas delas; mesmo assim o governo Serra cortou o programa em 50%.
Escola da Família é o nome dado posteriormente ao projeto de lei de autoria do deputado Hamilton Pereira, o famoso "Programa de combate a violência nas escolas", que visa afastar os jovens da violência, por meio da abertura das escolas nos finais de semana para o convivio comunitário com monitores universitários bolsistas dando apoio nas atividades de esporte, lazer e cultura. Infelizmente o PSDB se opunha a abrir as escolas aos jovens (considera-os indiscrimidadamente bandidos).

Coisas sobre a segurança paulista que a imprensa não divulga:
  • A inúmeras denúncias e indícios de que polícia paulista redistribui a droga capturada aos bandidos. Que é muitíssimo comum investigadores possuírem carro importado e uma vida de burguês, que não condiz com o salário de cerca de R$ 2.000,00 por mês. (Como isso?)
  • Não se divulga que a polícia paulista sabota as investigações da polícia federal em São Paulo.
  • Quea a tortura é plenamente instituída como método interrogatório e toda a sociedade faz vista grossa. Ficamos ainda lembrando da tortura no regime militar sem nos dar conta que, ainda são basicamente os mesmos oficiais e delegados e os métodos continuam.
  • Que a polícia de São Paulo fez acordo de paz com o PCC e as periferias estão divididas em zonas de influência.

Mas o paulista esta satisfeito, aliás, só existe violência e corrupção policial no Rio de Janeiro, que não é tucano ainda.

Eu trabalho em Pronto Socorro, sempre fico sabendo o que acontece na madrugada, e as vezes tenho impressão que TVTEM, Jornal Bom Dia e o Cruzeiro do Sul, ou não tem contato nas delagacias ou estão no jogo tucano.

A velha Detroit é aqui!

Um comentário:

Fábio Cassimiro disse...

Detroit, nas décadas de 80 e 90 foi uma das cidades mais violentas dos EUA, um centro de distribuição de drogas.