A cada novo conflito que irrompe pelo planeta percebemos como ignoramos a existência de centenas de países, povos e regiões. Na melhor das hipóteses, tomamos consciência da geografia através dos enlatados hollywoodianos, onde o mundo seria composto por Brasil e Argentina na América do Sul, EUA e países da União Européia (no primeiro mundo), além de Rússia, Iraque, Afeganistão, África (um único país) Coréia, Irã, Japão e China figurando como coadjuvantes conforme entram numa guerra ou sediam um evento esportivo.
Infelizmente acabamos por descobrir regiões e países apenas na ocasião sangrenta de uma guerra; circunstância em que uma nação até então desconhecida emerge nos documentários de televisão como se fossemos íntimos de sua política e cultura, “ah sim, recomeçou o conflito na Ossétia do Norte”, até parece que sabemos que a Ossétia fica na Geórgia, até parece que sabemos que a Geórgeia existe, saber que fica na Europa é mais uma descoberta, saber que existe pobreza, guerras e genocídio na Europa pode ser surpreendente.
A geografia que aprendemos na escola (pública ou particular) parece compreender como Europa apenas os países da União Européia, os países da Europa central aparecem nos textos como os não pertencentes a UE, muitas vezes só os seus nomes são citados, geografia também é política, esta barreira ignorante só é rompida quando países até então inexistentes passam por uma guerra sangrenta e não é possível mais escondê-los. Depois de Kosovo e Ossétia do Norte o que mais virá? Moldávia, Iêmen, Muntênia, Benin, Quisquistão, Myamar, Togo...
Até bem pouco tempo, costumava-se dizer que a Europa acabava na estrada que seguia para leste de Viena, hoje, com a globalização não é diferente, o mundo termina onde não existe mais filiais do McDonald´s, tudo mais nós desconhecemos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário