01 setembro, 2008

Mui amigos...

Em 2004, os então candidatos a prefeito Vito Lippi (PSDB) e Caldini Crespo (DEM) transformaram a disputa eleitoral num caso de polícia, envergonhando a cidade e os sorocabanos. A campanha teve acusação de tudo quanto é tipo e foram registradas dezenas de Boletins de Ocorrência, de um contra o outro. Naquele ano, Sorocaba foi recordista de ações no Tribunal Regional Eleitoral, por conta das brigas entre os dois inimigos de então e hoje mais do que amigos.

O tucano considerava Crespo como inimigo até ontem, pois tinha a certeza de que muitas baixarias, na surdina, foram feitas pelo demo, algumas até com ofensas à sua e à honra de seu pai Eno. Agora os dois estão juntos nossa eleição. Quem mudou ou mudaram os dois? Pois é, como diz a velha história, diga-me com quem andas que eu te direi quem és.

Só para relembrar alguns episódios policialescos das brigas entre os dois, podemos citar que, na televisão, o demo se referia ao tucano como 'o candidato muito ruim'. Numa de suas peças de TV, o demo indagava se a população ia votar num 'candidato condenado pela Justiça', referindo-se ao então inimigos, hoje amiguinho. Por causa desse material, o tucano entrou com ação na Justiça contra o demo, por considerar que sua honra foi ofendida. Por conta disso, Crespo foi indiciado pela Polícia Federal em 2006.

Naquela guerra, quer dizer, campanha, teve até um suposto atentado a tiros contra o escritório do demo. Como era segundo turno e só dois disputavam, a quem o demo queria atribuir o tiroteio? Outro espanto foi o flagrante que a Polícia Federal fez da equipe do demo, que tinha feito grampo na produtora do marketing tucano. Parte da turma pega com as calças na mão foi presa.

Dá para acreditar que os dois agora estão de braços dados nesta eleição? Dá para confiar nas boas intenções deles ao selar um acordo agora? Em política tem que se ter escrúpulos e limites, não se pode deixar levar pelo vale-tudo para ganhar eleição. A população não se deixa enganar e sabe que boa coisa não sai de uma aliança tão sórdida quanto ilegítima.

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