Empresários do setor automobilístico ameaçam demitir milhares de trabalhadores em razão da crise.
O governo já reduziu impostos e liberou cerca de oito bilhões de reais para financiar a compra de carros novos.
Os trabalhadores, através de seus sindicatos, se dispõe a discutir a redução da jornada de trabalho e dos salários em troca da garantia de emprego.
Todos aguardam a próxima reunião do Conselho de Política Monetária, do Banco Central, que deverá anunciar acentuada queda nas taxas de juros.
Pode parecer pessimismo, mas essas medidas não vão funcionar.
Em 2000 a produção de carros no Brasil era em torno de 1.500.000 unidades.
Em 2008, com quase o mesmo número de metalúrgicos, o país atingiu a cifra de quase 3.000.000 de unidades produzidas.
O mesmo cenário se repete em outros setores da economia.
Não se trata apenas de crise financeira. É o que o velho Marx dizia: crise de superprodução.
Para garantir o emprego dos trabalhadores seria necessário expandir o crédito a limites irreais, fazendo com que a produção atingisse, até 2010, a incrível cifra de 4.000.000 de carros produzidos por ano.
E então viria a crise. Não precisamos de tantos carros novos, não há "consumidores".
A expansão do crédito, nos últimos anos do governo Lula, permitiu o crescimento vertiginoso nas vendas de carros novos e proporcionou lucros fabulosos para as montadoras. Os trabalhadores também ganharam. Um número maior (mas nem tanto) de empregos e melhorias salariais.
Que, salvo engano, desaparecerão agora, tragados pela "crise".
O governo Lula tem boa vontade, deseja proteger os trabalhadores. Mas não é mágico. Prende-se aos limites de um neokeynesianismo messiânico.
Funcionou para os EUA na crise pós-1929. Mas apenas em razão da Segunda Guerra Mundial, que, além de milhões de mortos, arrasou a capacidade industrial da Europa e gerou gastos fantásticos na área militar.
Tal situação não se repetirá no Brasil.
O governo Lula, com muitas dificuldades, conseguirá amenizar os efeitos da crise, mas, em consequência, muito provavelmente, terá sua popularidade abalada, o que abre caminho para um novo governo tucano.
Um novo governo tucano repetirá as políticas neoliberais, possivelmente com maior empenho, e colocará os trabalhadores numa situação de miséria e desemprego tal que fará o governo FHC-II parecer conto de fadas.
Coloca-se para nós, da esquerda, desde já, a velha questão: socialismo ou barbárie.
Qualquer ilusão neokeynesiana atrasará a crise, mas não a impedirá.
O governo já reduziu impostos e liberou cerca de oito bilhões de reais para financiar a compra de carros novos.
Os trabalhadores, através de seus sindicatos, se dispõe a discutir a redução da jornada de trabalho e dos salários em troca da garantia de emprego.
Todos aguardam a próxima reunião do Conselho de Política Monetária, do Banco Central, que deverá anunciar acentuada queda nas taxas de juros.
Pode parecer pessimismo, mas essas medidas não vão funcionar.
Em 2000 a produção de carros no Brasil era em torno de 1.500.000 unidades.
Em 2008, com quase o mesmo número de metalúrgicos, o país atingiu a cifra de quase 3.000.000 de unidades produzidas.
O mesmo cenário se repete em outros setores da economia.
Não se trata apenas de crise financeira. É o que o velho Marx dizia: crise de superprodução.
Para garantir o emprego dos trabalhadores seria necessário expandir o crédito a limites irreais, fazendo com que a produção atingisse, até 2010, a incrível cifra de 4.000.000 de carros produzidos por ano.
E então viria a crise. Não precisamos de tantos carros novos, não há "consumidores".
A expansão do crédito, nos últimos anos do governo Lula, permitiu o crescimento vertiginoso nas vendas de carros novos e proporcionou lucros fabulosos para as montadoras. Os trabalhadores também ganharam. Um número maior (mas nem tanto) de empregos e melhorias salariais.
Que, salvo engano, desaparecerão agora, tragados pela "crise".
O governo Lula tem boa vontade, deseja proteger os trabalhadores. Mas não é mágico. Prende-se aos limites de um neokeynesianismo messiânico.
Funcionou para os EUA na crise pós-1929. Mas apenas em razão da Segunda Guerra Mundial, que, além de milhões de mortos, arrasou a capacidade industrial da Europa e gerou gastos fantásticos na área militar.
Tal situação não se repetirá no Brasil.
O governo Lula, com muitas dificuldades, conseguirá amenizar os efeitos da crise, mas, em consequência, muito provavelmente, terá sua popularidade abalada, o que abre caminho para um novo governo tucano.
Um novo governo tucano repetirá as políticas neoliberais, possivelmente com maior empenho, e colocará os trabalhadores numa situação de miséria e desemprego tal que fará o governo FHC-II parecer conto de fadas.
Coloca-se para nós, da esquerda, desde já, a velha questão: socialismo ou barbárie.
Qualquer ilusão neokeynesiana atrasará a crise, mas não a impedirá.
Um comentário:
O problema mesmo foi a que a base do crescimento se apoiou muito no crédito. E, como você bem disse, uma hora ou outra essa capacidade de endividamento acaba.
O esgotamento do consumo pode ser combatido com mais exportação e estímulo ao mercado interno para quem tem carro velho (nesse mercado específico). O problema é encontrar numa das duas pontas (governo e empresários) quem vai querer diminuir seus lucros nesse jogo para que os incentivos se façam possíveis.
Um abraço.
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