Até 2011 serão entregues mais 9 mil km de ferrovias em todo o país.
Nas cidades
Quem mora próximo às linhas de trêm nas cidades, havia já se acostumado com o desaparecimento dos apitos e dos tremores que a passagem das composições causavam as vidraças de suas casas, mas aquele silêncio denunciava uma triste situação, a completa desarticulação das forças produtivas do país, toda a rede elétrica foi desmontada e as locomotivas que não funcionavam a diesel foram abandonadas. Hoje, o apito é cada vez mais constante, ainda que sua volta seja tímida.
Em Sorocaba
Em muitas cidade, a passagem das ferrovias dentro da mancha urbana tem se transformado num grande incômodo, haja visto, as constantes reclamações de moradores das proximidades da linha, em Sorocaba, feitas contra a empresa ALL Logística que administra a antiga Sorocabana.
(Foto 1, Pátio da ALL no centro de Sorocaba, por onde passa todo o tráfego da ferrovia por ela administrada)
A prefeitura de Sorocaba deveria parar de fingir que problema não é dela, para aproveitar o momento e buscar o apoio dos governos estaduais e federais, para a construção de desvios da ferrovia do centro urbano, quem sabe um desvio que passasse pela zona industrial, onde não existe sequer um ramal ferroviário atualmente. Isso feito, possibilitaria-se o aproveitando das linhas internas para o uso no transporte público de passageiros - com baixo custo de instalação - como é feito em São Paulo com a CPTM. Toda a zona norte da cidade poderia ser conectada facilmente com o centro da cidade através de uma única linha de trens metropolitanos.
Em São Paulo
No Estado de São Paulo, "a locomotiva da nação", apesar da malha ferroviária não ter aumentado nas últimas décadas, as diversas linhas que cruzam o estado tem como único ponto de encontro o miolo da cidade de São Paulo, o que causa uma série de incomodos tanto para a populção quanto para as operadoras as ferrovias.
Entretanto, com a diminuição do movimento de carga nos últimos anos, o governo do estado passou a dividir os trilhos das ferrovias com os trens de transporte urbano da CPTM, sem ter realizado um desvio para a carga, o chamado Ferroanel.
Por isso, as composições de carga perdem horas esperando a liberação para passar dentro de uma estação, como a da Barra Funda (na foto), que serve também como zona de embarque e desembarque para os trens de transporte metropolitanos.
Com o reaquecimento dos transportes a passagem por São Paulo colocou um entrave a toda rede ferroviária do estado.
Para se ter um exemplo, quem trafega pelas Rodovias Castello Branco e Raposo Tavares poderá observar a grande quantidade de carretas de uma empresa que carrega centenas de toneladas de toras de eucalípito e madeira moída, da região de Itapetininga e Capão Bonito (reserva de reflorestamento) para a cidade de Suzano, na grande São Paulo, onde fica uma grande fábrica de papel e celulose. A madeira para celulose se enquadra no modelo de típica matéria prima que depende do transporte ferroviário, devido seu baixo valor agregado e alto volume de carga, no entanto todo o transporte é feito por caminhões.
(Ao lado, rodotrem, usado no transporte de cavacos de madeira para fabricalção de celulose)
A passagem de pesadas composições dentro de zonas centrais de cidades é uma realidade que prejudica a população, pelo perigo de acidentes e pelo incômodo causado pelo peso da carga. Por outro lado, conforme aumenta o movimento de carga nas estradas de ferro, torna-se imprescindivel, para o próprio sistema de transporte, o desvio dos centros urbanos, sempre cheios de obstáculos onde impera a lentidão e a cautela redobrada.
2 comentários:
Qual seria o significado da palavra "impressíndivel"??? É um termo do jargão ferroviario?
imprescindível, desculpe=me
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