Por Paulo Henrique Amorim
Daniel Dantas, o “brilhante”, segundo o Farol de Alexandria, tem 52 fazendas no Pará.
Ele tem 600 000 hectares de terra.
Dantas tem 432 000 cabeças de gado nelore branco.
Por baixo dessas terras – como demonstrou o repórter Leandro Fortes, da Carta Capital – ele produziu 1.100 licenças de exploração mineral, com a ajuda do esquema que José Sarney montou em torno do Ministério da Energia.
(Sobre essa patranha, o PSDB não denuncia Sarney à Comissão de Ética … Seria falar de forca em casa de enforcado …)
(O primeiro a dizer que o negócio de Dantas não eram as vaquinhas, mas o que está por baixo do estrume das vaquinhas, foi o ínclito delegado Protógenes Queiroz.)
A governadora Ana Julia do Pará começou a interpelar Dantas sobre a legitimidade de suas fazendas – a maioria em terras da União, griladas.
A pressão sobre Ana Julia foi violenta.
O Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Dantas ligou diretamente para ela e reclamou de uma invasão do MST a uma fazenda de Dantas.
A Carta Capital e Leandro Fortes descreveram essa intromissão – em nome de que ? – de um Presidente do Supremo num Estado da União.
A senadora Kátia Abreu propôs o impeachment de Ana Julia.
Quase Ana Julia cai.
O MST ocupou 12 das 52 fazendas de Daniel Dantas, o “brilhante”.
Os 600 000 hectares de Dantas são desmatados e, claro, perto de estrada asfaltada.
Coisa fina !
Num hectare dá para assentar 10 famílias.
As terras de Dantas, portanto, serviriam para assentar 60 mil famílias.
Não há sessenta mil famílias de sem terra no Pará.
Ou seja, segundo João Pedro Stédile, de quem ouvi essa explicação, um Dantas resolveria o mais grave problema de sem-terras do país – o do Pará.
Um, bastava um Dantas …
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