Todo aniversário é sinônimo de nostalgia, retrospectiva. Comigo não é diferente. Inclusive, penso que poderíamos pular esse dia. É complicado olhar pra trás, ver as coisas que aconteceram e pessoas que por aqui passaram.
Não há aniversário que passe, que não me faça recordar meu avôs: Claudio e Antonio. Pedreiro e açougueiro, respectivamente, ao lembrá-los, resgato minha infância. E orgulho-me de minha história. Da história da minha família.
Este ano, perdi minha avó: dona Carmem. A outra avó – materna – não cheguei a conhecer. Carminha, para os antigos da Vila Hortência, junto com o “seo” Claudio, criou-me até os seis anos de idade, época em que meus pais trabalhavam e estudavam. Ambos analfabetos, guerreiros, perseverantes, ensinaram-me que as coisas não acontecem sem empenho, respeito e solidariedade ao próximo. É preciso ir à luta!
Tantas outras pessoas me fazem falta: meu tio Hamilton, morto em 2000, num acidente de carro; Fernando “Big”, um dos meus melhores amigos, também morto, vítima de um acidente de moto em 2007. Com ele e mais alguns, passei minha adolescência.
Minha última paixão – e atual – é a Carlinha. Como ela tem paciência comigo... E como eu gosto dela! Aprecio a história das pessoas. E a dela, é muito bonita. Admiro a maneira como “tira de letra” as adversidades da vida. Impressiono-me quando me aconselha sobre as coisas do mundo. Fico feliz quando percebo que ela torce por mim. Amo muito ela! Pouco mais de um metro e meio de sabedoria RS.
Agora, aprendi muito este ano. Aprendi que GRANDES amizades é o tempo que constrói. Quem tem um “melhor amigo” por ano, não tem amigo nenhum. Aprendi que seres humanos são bons e maus, entretanto, a balança pode pesar mais pro lado mau. Há pessoas que se satisfazem fazendo maldades. Machucam-te, para provar a elas mesmas, que também somos de carne e osso. Ingenuamente, caí em algumas arapucas por não acreditar nisso. Agradeço a essas pessoas.
Também, foi um ano de reencontros. Resgatei inúmeros amigos e de minha infância e adolescência. Com eles, resgatei minha identidade e passei novamente a conviver com pessoas que realmente, espontaneamente, gostam de mim. Querem meu bem. Tinha medo de procurá-los e não encontrar guarida. A política havia me afastado deles. Mais uma vez, ingenuamente, equivoquei-me.
Em suma, de 28 de novembro de 2008 pra cá, minha vida adquiriu novos rumos, resgatando velhos caminhos. Desbravei novos horizontes. Machuquei e sarei. Mas, como meus avós e pais me ensinaram, nunca deixe de ousar e sonhar. E ter medo, é negar que a vida vale a pena.
Não quero simplesmente agradecer pela lembrança de meu aniversário. Este ano, teria que ser um depoimento diferente. De todo modo, muito obrigado pelo carinho e pela lembrança!
Envelheço na cidade...
Nenhum comentário:
Postar um comentário