A carta-testamento de FHC já confessava a derrota e abordava a forma de fazer oposição dura ao segundo governo Lula, preocupada com a adesão de opositores ao novo governo, de proteger o combalido núcleo tucano paulista diante da candidatura de Aécio Neves e de tentar preservar a imagem desgastada do ex-presidente da república.
A nova ofensiva em prol de um impeachment – desta vez comandada diretamente pelo candidato tucano derrotado à presidência – confirma o clima de derrota no campo. O apelo ao tapetão representa isso: confissão de derrota diante do voto popular. Foi assim na história política brasileira durante os anos 50 e 60, até conseguirem o golpe de 1964. Getúlio, JK e Jango, triunfadores nas urnas, foram vítimas das tentativas de golpe da direita udenista.
Naquela época, apelavam para os quartéis – eram chamadas de “vivandeiras de quartel” -, das quais a mais conhecida era Carlos Lacerda – significativamente recordada por FHC. Hoje se apela à Justiça. Não querem esperar o veredicto das urnas. Sabem que perdem. Sabem que os milhões de votos de Lula impedem qualquer aventura golpista e por isso tentam desesperadamente, na contagem regressiva para sua derrota, um golpe contra a reeleição.
Desviam, com o auxilio inestimável da mídia, a denuncia de que 70% dos negócios sanguessugas com as ambulâncias foram feitas durante a gestão de Serra no Ministério da Saúde para o tema de como foi obtida a informação. Como a pauta da discussão é dada pela mídia, esse se tornou o tema, Serra ainda passa por vítima.
blog do Emir Sader
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