05 junho, 2007

O Arauto

Clamam os excluídos:
Mas para o seu grito
Já não há mais eco
Não há mais ouvidos.

Legiões sem teto,
A saúde escassa,
É o analfabeto
É a pobreza em massa

E a revolta justa.
Nas ruas a criança,
Os desempregados,
A pouca esperança.

A fome, o sem-terra,
O poder omisso
A justiça lenta...
Cadê compromisso?

E em conseqüência,
Rompe o desespero
Cresce a violência.
Não, não vou com o mundo!

Usarei no amor
Aos injustiçados,
Meu verbo, meus olhos
Grandes, magoados.

Estarei nas praças
- comício ambulante-
Serei panfletário,
Levarei adiante

O sal da palavra
A força do gesto,
A voz, a bandeira
Do quanto protesto

Possa nossa força
Contra a força erguer
Nesta dor de tantos
De tão pouco ter

Que a fatura a muitos
Jamais dividida
É sinal de justiça
Mal distribuída.

Vede: a dor caminha.
Mais. E o mundo é o mesmo.
Vaga a turba errante
Caminhando a esmo.

Meus irmãos são surdos,
São indiferentes
De corpo vazio.

Meus irmãos são cegos.
Poeta Mineiro

Um comentário:

menonita disse...

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