Faz um mês que meu inesquecível amigo Fernando se foi.
Segundo nosso Professor Martinho, "fará uma falta monstruosa ao mundo!".
Mesmo com rápida passagem, deixou-nos maravilhosos pensamentos.
Publico uma de suas poesias.
Ciranda
No topo do morro, por entre as árvores na floresta escura
Isolado da presença e da ausência, sentido a forma crua
Guiado pela voz que clama por resistência
Pelo caminho que se abre pela prece e clemência
E se fecha por minhas costas
Tateando a luz de velas, tropeçando em grandes poças
Onde a alma respira e a razão cala
Onde a gravidade se anula na própria indiferença
E o sentido resplandece na sublime crença
Forças brutas me impelem
Mãos negras que me repelem“Seja forte criança, não pare, anda!
Pois é preciso coragem para continuar a dançar ciranda.
Não olhe para os lados, não se distraia, não vire para trás;
Pois se o medo grita em seu ouvido e a palavra prende na garganta
Fazendo com que o soluço tome o espaço da vontade
E a virtude em escambo pela vaidade
Lembra daquilo que te encanta, já que a saudade é tanta
Realize a obra que lhe é de dever
Para que entenda porque tudo é do jeito que tem de ser”
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