25 junho, 2008

Quando o rabo balança o cachorro.

"Caminhos da distribuição de renda"
Editorial do Jornal Cruzeiro do Sul, de 25/06/2008, na página 3 do caderno A.

"Como se vê, é preciso muito mais do que marketing de governo para se atingir uma distribuição de renda mais equânime e justa num país como o Brasil"
O resumo do Editorial está na frase em destaque acima, dando ênfase negativa às transformações que estão ocorrendo em nosso país. O texto aborda os avanços ocorridos na distribuíção de renda, nos últimos cinco anos. Inclusive apresentando dados estatísticos do Ipea:
"Nas contas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), atualmente os salários mais altos são 23,5 vezes maiores que os mais baixos, sendo que, há cinco anos, os mais altos superavam em 27,3 vezes os mais baixos."
Mais abaixo, o Editorial apresenta a opinião do jornal:
"Mas a distância que ainda separa os maiores dos menores salários (25,3 vezes) é ainda enorme e revela uma das faces duras da exclusão social - ou socioeconômica."
Conclui dizendo que a distribuíção de renda avançará, realmente, quando fizermos a Reforma Tributária e diminuirmos a taxa de juros.
Está correto o jornal em emitir opinião através de seu Editorial. Todavia, é através dele que podemos medir as influências ideológicas que o direcionam.
Embora reconheça que houve avanço, o Jornal evita relacionar o sucesso ao governo Lula, dizendo apenas que a efetiva distribuíção de renda se iniciou nos últimos cinco anos.
Além disso, faz uma avaliação absolutamente pessimista, dizendo que o índice Gini (medidor da concentração de renda do trabalho) comprova que estamos muito distantes do ideal.
É verdade. Entretanto, estes números diminuem ano a ano, desde que o Governo Lula entrou em cena. Durante o Governo do PSDB, a situação era alarmante. A concentração de renda só aumentava.
Se é verdade que a taxa de juros tem responsabilidade, também é verdade que ela nunca esteve tão baixa. Recentemente, o Copom a elevou um pouco, receoso com o aumento da inflação. Inclusive com a inédita concordância do Ministro Guido Mantega. E mesmo assim, não chega próxima às taxas de juros tucanas.
A Reforma Tributária ainda é um entrave. A resistência se dá em todos os setores ideológicos. Ives Gandra, grande jurista, mencionado no editorial como defensor da Reforma Tributária, é um homem de direita. Idelógico. Deveria, portanto, conversar com os políticos do eixo demo-tucano, convencendo-os a concordar com o Imposto sobre Grandes Fortunas, proposta apresentada pelo PT.
Talvez possamos começar a Reforma Tributária por aí, contemplando o Princípio da Isonomia.

2 comentários:

Anônimo disse...

O Cruzeiro nao merece ser criticado!

Reinaldo disse...

Ao contrário, o jornal Cruzeiro do Sul deve ser criticado sim. Quando deixa de realizar sua missão de informar, de forma objetiva (no que não acredito), ou pelo menos com um pouco de isenção (o que acho ser possível)