31 outubro, 2008

Proposta de Amary afronta princípios democráticos

Impressionante como o alcance de um poder hegemônico detém em si um ar de arrogância e prepotência.

Durante os oito anos em que administrou a cidade de Sorocaba, o deputado Renato Amary demonstrou muito pouco apreço ao debate democrático. Sua relação frente à oposição e aos de opinião divergente sempre foi truculenta.

No entanto, agora, mostra-nos algo bastante singular e significativo aos que estudam o processo hegemônico estabelecido pelo PSDB na cidade.

Após a consolidação de seu poder político, os tucanos passaram a disputar os valores da sociedade. Tentam ditar o que, para eles, pode ser considerado como princípio ético, ou não. Essa sim, uma forma sofisticada de aprofundar seu poder.

Assim, repetiram durante os últimos anos uma cartilha um tanto quanto controversa, mas que foi extremamente eficiente em formar opinião na cidade. Ditaram o que pode e o que não pode ser aceito pela ética, do seu ponto de vista. E conseguiram amplificar isso de tal forma, que até aqui, venceram e convenceram a consciência popular.

Exemplos não nos faltam. Como o das eleições de 2004, em que o então candidato tucano à prefeitura foi cassado por desrespeitar a legislação eleitoral. Com um jogo de palavras e ações de marketing muito bem articuladas, conseguiram fazer seu candidato passar de infrator, para vítima, num piscar de olhos. Sim, imprimiram um conceito absolutamente deturpado numa população, e convenceram.

Outras tantas situações poderiam ser mencionadas como exemplos, tanto dos que passaram de vilões a vítimas, quanto dos que criminalizam, ou distorcem a imagem de seus adversários. Mas, a intenção deste texto não é discorrer sobre os feitos bem sucedidos dos tucanos sorocabanos e sim, o erro cometido pela soberba de Renato Amary, ao achar ser capaz de transferir essa mesma técnica ao Congresso Nacional, querendo aprovar alterações deploráveis na lei que regula os atos de improbidade administrativa.

O deputado apresentou o PL n° 3977/2008, que pretende, em suma, exigir que haja dolo na conduta do autor do crime de improbidade, bem como percepção de vantagem pessoal para imposição de multa ou ressarcimento e, ainda, a previsão de prescrição da ação decorridos cinco anos da prática do ato ilícito.

Todos os três eixos desse projeto de lei afrontam um importante princípio constitucional que permeia nosso ordenamento jurídico, qual seja, o da supremacia do interesse público sobre o privado.

Uma das razões de ser do Estado é justamente essa, garantir a efetividade de um ordenamento que, além de regular a vida em sociedade, atente para o fato de que o interesse coletivo é sempre sobreposto ao individual. E, nesse caso, Renato Amary é absolutamente suspeito para tratar de um processo que torne as ações de improbidade mais brandas, simplesmente porque é réu em várias delas.

Além disso, o mérito do projeto é equivocado. Quando se pretende que se comprove a intenção do agente público em provocar o dano, já se está sobrepondo o interesse particular sobre o público. Porque pouco importa se um prefeito ou secretário pretendeu ou não causar um dano ao patrimônio histórico ou ao meio ambiente, por exemplo. Causado o dano, deve haver reparação e punição aos responsáveis. É esse o interesse de toda uma comunidade.

O mesmo raciocínio serve para o artigo do projeto que pretende exigir que se perceba algum tipo de benefício pessoal do infrator, para que se aplique pena de multa. O que equivale a dizer, que não haverá pena em diversos casos, ou seja, muitos poderão ser condenados, mas sem qualquer sanção.

Por fim, a maior das aberrações é a que prevê prescrição do crime cometido no prazo máximo de cinco anos. Ora, o deputado antes de sê-lo, é advogado. Sabe perfeitamente que o ordenamento jurídico brasileiro é de tamanha complexidade, que se pode afirmar com convicção que, aprovado o projeto, não mais haverá punição por conduta ímproba neste país. Sempre será possível postergar o andamento do processo, com o intuito de se ver os cinco anos de prazo correrem suavemente.

Portanto, não é preciso intimidade com o Direito para se perceber o quão danoso será à sociedade o projeto apresentado pelo deputado do PSDB sorocabano, caso seja aprovado pelo Congresso Nacional.

Renato Amary mostra com todas as cores o perigo da solidez da hegemonia de um pensamento. Age como se nada mais pudesse atingi-lo e não tardará a buscar canais da imprensa para passar sua versão e tentar convencer a população de que, mais uma vez, é vítima. Mas parece que, desta vez, tropeçou na soberba.

Paulo Henrique Soranz
Presidente PT Sorocaba

29 outubro, 2008

Divagações

Ainda estou em busca da belíssima obra indicada pelo meu amigo Gilsão: "Volte a paquerar em quatro semanas".

Desde o término do processo eleitoral, sinto a necessidade de me aprofundar nesta avançadíssima conquista literária.

Por enquanto, o retorno do Timão à Primeirona me deixou muito feliz!
Chorei com o Felipe.

Um filme passou pela minha cabeça: lembrei-me do Corinthians campeão de 1990, com meu ídolo maior: Neto. Lembrei-me do supertime com Vampeta, Rincon e Marcelinho Carioca. Enfim, o quanto é gostoso e sofrido ser corinthiano.

Na política, o PT é o primeiro disparado em número de votos do país. PMDB é o segundo.

Dá até dó do PSDB.

Em São Paulo, comprovando a guinada à direita, o Democratas (ex PFL e Arena, partidos da ditadura militar) ficou em primeiro lugar.

Acho que precisaremos de um Libertador em nosso Estado, tal qual Simon Bolivar.

Que tal nosso colaborador Reinaldo?

Um policial civil que se rebelou contra o governador Serra. Intelectualizado. Imita o Brizolla como ninguém. Até coluna social de jornal o cara enfrenta.

No mais, sem mais.

Abraço a todos!

28 outubro, 2008

Bate nele, Rubinho!


Dia 2/11 teremos a última etapa do mundial de Fórmula 1, o GP Brasil. E o maldito Hamilton já está com 7 pontos de vantagem sobre o Massa. Ou seja, basta um quinto lugar minguado pras esperanças brazucas irem pro espaço.

Mas e o Rubinho?

Sem chances na competição e fortes indícios de que deve largar a Fórmula 1 ano que vem, Rubinho pode ser nossa grande arma secreta no domingo.

Como?

Mole. Basta dar uma porrada bem dada, daquelas que o Hamilton não vai saber nem de onde veio, para tirar o líder da prova e se tornar herói nacional.

E você? Apoia a nossa campanha?


24 outubro, 2008

Avaliação

Alexandre, dirigente municipal do PT, apresentou, em seu blog,avaliação sobre o processo eleitoral, contribuindo com o debate.

Apresento aos leitores.

Na próxima terça-feira, às 19 horas, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Sorocaba estará reunido para fazer sua análise sobre os resultados das últimas eleições.

Acredito que será um momento importante para a realização deste debate, pois novos rumos terão de ser tomados, para reestruturar o partido.

Também acredito que o debate será tenso e marcado por acusações mutuas e passionais.

Porém a minha formação marxista, não compreende como correta esta forma de analisar a situação, desta maneira estou postando a minha análise, para conhecimento prévio de todos, entendendo que esta é a melhor maneira de contribuir com o debate.

O primeiro fator a ser analisado é a conjuntura econômica: o crescimento da economia brasileira, capitaneada pelo Presidente Lula e o PT, conseguiu resultados excelentes, diminuindo em todo o país as taxas de desemprego e a melhora dos salários e das condições de vida da população.

Como conseqüência disto, aumentou em muito a arrecadação de impostos, principalmente das grandes cidades, como Sorocaba, que concentram um grande parque industrial e de serviços. Este aumento de arrecadação melhorou as condições das prefeituras municipais, que conseguiram fazer mais obras, e desta maneira atender as reivindicações das populações.

O aumento do emprego e dos salários melhorou as condições de vida dos mais pobres, tirando a demanda imediata do setor publico. Nos últimos anos, só o setor metalúrgico de Sorocaba, empregou mais de 20 mil trabalhadores. Em sua maioria, eles deixaram de utilizar os serviços públicos de saúde e passaram a utilizar os convênios médicos de suas empresas. Isto reduziu a pressão por melhorias na saúde publica. E de maneira sistemática, porém em menor escala, isto se refletiu nos demais setores, como habitação, transportes, educação.

Sem contar, que esta melhora das condições de vida, aumentou o sentimento de felicidade da população, contribuindo para deixar “a coisa como esta”, em vez de mudá-la.

Pelo país afora, esta situação contribuiu para a reeleição dos prefeitos e prefeitas brasileiras, com índices altos de aprovação. Quando não ocorreu esta reeleição, foi porque o executivo municipal foi extremamente incompetente na aplicação dos recursos públicos.

Outro fator que deve ser levado em conta, foi à divisão ocorrida no PT de Sorocaba, com a saída dos grupos políticos, que atuavam junto com o Gabriel Bittencourt e do Raul Marcelo. Os votos dados para estes setores da esquerda, cerca de 20 mil, não foram contabilizados em função da legislação eleitoral, que exige que se atinja o quociente eleitoral, que nesta eleição ficou em

Em 2004, estes grupos estavam dentro do PT, o que contribuiu com o bom desempenho eleitoral do partido.

Se eles estivessem nesta eleição, ainda junto com o PT, mesmo que através de coligações proporcionais, estes votos contariam e o numero de vereadores eleitos, pela coligação, seriam de 5 cadeiras.

Nesta análise estão retirados os votos dados ao vereador Claudio do Sorocaba 1, pois sua participação não seria possível em uma coligação de esquerda.

Estes números são a prova irrefutável, de que a divisão das forças de esquerda, foi o principal fator da diminuição do número de vereadores de esquerda em Sorocaba.

Onde foi efetiva esta divisão, ocorreram enormes derrotas para as forças de esquerda, e vitórias maciças das forças conservadoras, sejam pela via eleitoral, ou pela via armada. Temos como exemplo, a Alemanha nos década de 1920, a Espanha na década de 1930, O Chile e Portugal na década de 1970, a Itália e a França no ano de 2007 e 2008.

São muitos os fatores que levam a esta situação de divisão, não sendo o objetivo desta análise em aprofundar o debate neste momento.

Em Sorocaba, em especial, a falta de dialogo, de absorção das vária idéias e projetos, bem como os egos pessoais, pesaram nestas divisões.

Outro fator importante foi à falta de capacidade dos grupos dirigentes, em compreender a situação, agindo de maneira idealista, sem, contudo se concentrar na organização do partido. Esta falta de organização se refletia na falta de propostas arrojadas e combativas, deixando o partido a reboque das iniciativas da burguesia local.

Quantas e quantas vezes, os meios de comunicações locais, usaram o seu poder para bater no PT, e muito pouco era dito ou feito. Medidas judiciais deveriam ter sido tomadas contra os que utilizam dos meios de comunicações para chamar os petistas de criminosos, e também contra os órgãos de imprensa que davam guarida a esta campanha sórdida, contra o partido.

Esta ilusão correu pelo partido, esquecendo que a imprensa tem lado, o lado do capital.

Também se deve levar em conta, o rebaixamento do programa do partido, para “atrair a classe média”, deixando de lado questões importantes como, o transporte público. Sendo que este atende de fato as necessidades da maioria da população, que é composta de trabalhadores. Ou de ações mais combativas em defesa do meio ambiente.

O partido e a bancada praticamente não fizeram oposição ao prefeito Vitor Lippi, fazendo apenas critica pontual. Quanto da luta pela indicação do candidato do PSBD, o atual prefeito utilizou do poder da prefeitura para pressionar os delegados tucanos, e nada foi dito ou feito por nossa parte.

Não fizemos nada, quanto às terceirizações na prefeitura, que desvirtuavam as carreiras do serviço publico municipal, foi necessário o Ministério Publico do Trabalho, entrar com ações para acabar com estas irregularidades.

Até 2004, o PT tinha dois deputados e 4 vereadores, mas a atuação conjunta entre eles era quase que insignificante. Praticamente era impossível reunir a bancada, e a bancada com a executiva do partido. Cada mandato agia, como se fosse um diretório do partido, tomando ações de seus próprios interesses, se, levaram em conta os interesses maiores do partido e dos trabalhadores.

Cada mandato tinha a sua imprensa, seu boletim informativo, que falavam o que queriam sem dar satisfação ao diretório do partido. Aparentemente, isto fortalecia cada grupo, mas na realidade enfraquecia a todos, como comprovam os atuais resultados.

De uma maneira ou outra, todos os grupos tem responsabilidade nesta situação.

Mas como não haverá mudanças de pessoas, e seremos nós mesmo que continuaremos estas lutas, se torna necessária uma grande reflexão de nossa parte, para com sabedoria e paciência, mudar os rumos do partido, levando ele de fato ao lugar onde nos interessa: que ele seja o representante dos trabalhadores e trabalhadoras sorocabanas na luta política. Este deve ser o nosso objetivo, o nosso compromisso.

Isto nos remete em uma política de construção de núcleos do partido, na construção de uma comunicação unitária, em ações enérgicas contra as pessoas e órgãos de imprensa que procuram difamar o PT.

Também deve o partido ter um programa voltado para a grandiosidade de Sorocaba e do seu povo. Com metas ousadas e capazes de melhorar a qualidade de vida da população.

18 outubro, 2008

O menage a trois de Estocolmo e os anencéfalos da PM

O Grupo de Policiais Portadores de Necessidades Especiais da PM (GATE - Tropa de Choque), se envolveu em mais uma ação desastrada. Ao que parece, a guarda pretoriana do Imperador Nero (zé serra), pretende bater algum tipo de recorde envolvendo ações dos policiais militares "especiais".

Em Santo André, o jovem Lindemberg Fernandes, após levar um fora da namorada, ou um chifre, ou ambos, não necessariamente nessa ordem, decidiu sequestrá-la. Também sequestrou uma amiga dela e dois rapazes. Como ninguém gosta de cheiro de homem em lugar fechado, logo o Lind soltou os garotos. Vão com Deus.

A partir de então, passou a negociar com a policia militar, recebendo comida, água, e duas mulheres. A vida que eu pedi a Deus. Depois de algum tempo, concordou em soltar uma refém.

E já que estava negociando com os "especiais" da PM, pediu que devolvessem a refém que havia sido libertada. De forma impressionante, a PM devolveu a refém libertada!

Não se sabe de outro caso do tipo em toda história da humanidade.

Como parece que a moça concordou em voltar, estaríamos diante de um clássico caso de Síndrome de Estocolmo. Ou melhor, um menage a trois de Estocolmo. E, no caso do comandante da operação, de um caso de anencefalia.

E esses comunistas querem autorizar o aborto de fetos anencefalos, dizendo que não terão chances de sobreviver. Ora, alguns deles podem se tornar brilhantes oficiais da PM.

Finalmente, após quase causar uma tragédia em confronto com a polícia civil, a polícia militar, guarda pretoriana do Imperador Nero (zé serra), precisava acabar logo com o sequestro, que durava quase uma semana. Os "Especiais" decidiram agir.

E quando a polícia militar resolve agir o que acontece? As duas vítimas baleadas e o sequestrador são e salvo.

E agora, José? A culpa foi do PT? Ou da CUT? Já sei, o Paulinho da Força ordenou a invasão?

17 outubro, 2008

Onde está a esquerda?

José Saramago
"Ausento-me deste espaço por vinte e quatro horas, não por necessidade de descanso ou falta de assunto, somente para que a última crónica se mantenha um dia mais no lugar em que está. Não tenho a certeza de que o mereça pela forma como disse o que pretendia, mas para lhe dar um pouco mais de tempo enquanto espero que alguém me informe onde está a esquerda…
Vai para três ou quatro anos, numa entrevista a um jornal sul-americano, creio que argentino, saiu-me na sucessão das perguntas e respostas uma declaração que depois imaginei iria causar agitação, debate, escândalo (a este ponto chegava a minha ingenuidade), começando pelas hostes locais da esquerda e logo, quem sabe, como uma onda que em círculos se expandisse, nos meios internacionais, fossem eles políticos, sindicais ou culturais que da dita esquerda são tributários. Em toda a sua crueza, não recuando perante a própria obscenidade, a frase, pontualmente reproduzida pelo jornal, foi a seguinte: “A esquerda não tem nem uma puta ideia do mundo em que vive”.
À minha intenção, deliberadamente provocadora, a esquerda, assim interpelada, respondeu com o mais gélido dos silêncios. Nenhum partido comunista, por exemplo, a principiar por aquele de que sou membro, saiu à estacada para rebater ou simplesmente argumentar sobre a propriedade ou a falta de propriedade das palavras que proferi. Por maioria de razão, também nenhum dos partidos socialistas que se encontram no governo dos seus respectivos países, penso, sobretudo, nos de Portugal e Espanha, considerou necessário exigir uma aclaração ao atrevido escritor que tinha ousado lançar uma pedra ao putrefacto charco da indiferença.
Nada de nada, silêncio total, como se nos túmulos ideológicos onde se refugiaram nada mais houvesse que pó e aranhas, quando muito um osso arcaico que já nem para relíquia servia. Durante alguns dias senti-me excluído da sociedade humana como se fosse um pestífero, vítima de uma espécie de cirrose mental que já não dissesse coisa com coisa. Cheguei até a pensar que a frase compassiva que andaria circulando entre os que assim calavam seria mais ou menos esta: “Coitado, que se poderia esperar com aquela idade?” Estava claro que não me achavam opinante à altura.
O tempo foi passando, passando, a situação do mundo complicando-se cada vez mais, e a esquerda, impávida, continuava a desempenhar os papéis que, no poder ou na oposição, lhes haviam sido distribuídos. Eu, que entretanto tinha feito outra descoberta, a de que Marx nunca havia tido tanta razão como hoje, imaginei, quando há um ano rebentou a burla cancerosa das hipotecas nos Estados Unidos, que a esquerda, onde quer que estivesse, se ainda era viva, iria abrir enfim a boca para dizer o que pensava do caso.
Já tenho a explicação: a esquerda não pensa, não age, não arrisca um passo. Passou-se o que se passou depois, até hoje, e a esquerda, cobardemente, continua a não pensar, a não agir, a não arriscar um passo. Por isso não se estranhe a insolente pergunta do título: “Onde está a esquerda?” Não dou alvíssaras, já paguei demasiado caras as minhas ilusões.

Mais uma da PM em São Paulo


Depois de entrar em confronto com Policiais Civis em greve, a polícia militar de São Paulo comete mais uma insanidade. Devolveu uma refém para o sequestrador!

Rezem pela pobre garota. Se depender da PM e de seus coronéis, ela está ferrada.

Abaixo, segue uma narrativa do episódio, do blog do Noblat.

A Polícia Militar, em Santo André, na região do ABC paulista, está psicologicamente abalada, decorridas mais de 90 horas do sequestro de Eloá Cristina Pimental da Silva, de 15 anos de idade, mantida refém em seu próprio apartamento pelo ex-namorado Lindemberg Fernando Alves, de 22 anos.

- É muita pressão. Já não aguento mais - admitiu há pouco um dos oficiais encarregados do caso.

Eloá havia terminado há algum tempo o namoro com Lindemberg. Inconformado, ele invadiu seu apartamento armado com dois revólveres e portando uma caixa de balas. Encontrou Eloá estudando na companhia de três amigos da escola - um deles, Naiara Rodrigues Vieira, também de 15 anos.

Lindemberg mandou os outros embora e deteve Eloá e Naiara. Espancou Eloá várias vezes. Avisada, a polícia cercou o local.

Foi convocado um especialista em negociações com sequestradores. Seu nome não foi revelado. É um coronel. Que pareceu bastante confiante quando conversou pela primeira vez com Lindemberg.

Ligou para o celular dele. Tratou de acalmá-lo. Não, a polícia não invadiria o apartamento. Não, seus desejos seriam satisfeitos desde que fossem razoáveis.

Lindemberg disse ao negociador que não faria mal a Eloá e Naiara. Mas advertiu-o que não hesitaria em fazê-lo se polícia tentasse resgatá-las. E assim se passaram as primeiras 24 horas. Havia comida no apartamento. E a energia ainda não fora cortada. Acabou cortada como manda o manual do negociador.

De acordo com o manual, o passo seguinte caberia a Lindemberg. E de fato coube. Primeiro ele disparou quatro vezes na direção da polícia. Não pareceu interessado em acertar ninguém. Foi só para assustar.

Em seguida, avisou ao negociador que soltaria Naiara em troca de luz e de comida. Deram-lhe o que pediu. Lindemberg soltou Naiara na 33a. hora do sequestro.

Os contatos entre Lindemberg e o negociador ficaram suspensos por mais de 10 horas. Era preciso cansar o sequestrador, segundo o manual.

Procurado por jornalistas, Lindemberg conversou com vários deles ao telefone. E foi a estrela de programas de rádio e de televisão. A notoriedade alcançada reforçou sua autoconfiança.

Do lado da polícia, depois da 65a. hora do sequestro, dava-se como certo que Lindemberg estava pronto para abandonar o apartamento, rendendo-se mediante a garantia de que não sofreria violência e de que os jornalistas teriam acesso imediato a ele.

Foi então que Lindemberg fez um pedido para lá de inusitado: queria Naiara de volta.

Como? Naiara de volta? Naiara, a refém libertada que àquela altura estava em casa, segura, aos cuidados da mãe? Para quê Lindemberg queria Naiara de volta?

A exigência não fazia o menor sentido. Sequestrador costuma pedir dinheiro, helicóptero para escapar, a presença de jornalistas para garantir sua segurança, mas a devolução de ex-refém?

Lindemberg justificou seu pedido. Naiara funcionaria como uma espécie de negociador do seu lado para se entender com o negociador da polícia.

De tão estapafúrdio, o pedido não consta de nenhum tipo de manual de negociador de sequestro. Talvez tenha sido por isso que terminou atendido. Naiara foi convencida pela polícia a voltar a ser refém.

O negociador da polícia deve ter pensado: a um movimento esdrúxulo do sequestrador deve corresponder outro igualmente esdrúxulo. E haveria algo mais esdrúxulo do que restabelecer a cota original de pessoas em poder de um sequestrador?

Ocorre que depois de recepcionar Naiara à porta do apartamento, Lindemberg desligou o celular. E tudo indica que mudou de idéia, engabelando o negociador. A essa hora, possivelmente dorme no lugar mais seguro de Santo André.

Fora Serra!

Hamilton apela por intervenção da Assembléia em negociação com Policiais Civis

O deputado estadual Hamilton Pereira (PT) apela pela intervenção da Assembléia Legislativa de São Paulo na negociação entre Estado e Polícia Civil. O parlamentar, que se manifestou durante sessão da Casa na tarde desta quinta-feira (16/10), também sugeriu que o Governador aproveite a discussão do Orçamento Estadual de 2009 para conceder aumento salarial à categoria.

“É importante que esta, sendo a Casa do diálogo, do entendimento, a Casa que representa a democracia do estado de São Paulo, não fique omissa neste caso, procure intervir em busca de evitar o pior”, salientou Hamilton. “Nós queremos fazer um apelo para que o presidente efetivo desta Casa, em nome de todos os deputados, entre em contato com o Palácio (dos Bandeirantes) e tente compor a comissão que lá se encontra para intermediar a busca de uma saída negociada para essa situação”, completou.

Para Hamilton Pereira, o embate entre Polícia Civil e Polícia Militar é uma situação histórica e lamentável. “É de se lamentar que o estado responsável por 40% do PIB nacional seja o que pior paga a sua Polícia, a Polícia Civil”, observou Hamilton. “Por isso, faço também um apelo ao senhor governador de que, agora que estamos com o orçamento aqui na Assembléia Legislativa, possa abrir um diálogo, inclusive destinando recursos para o aumento salarial da categoria dos policiais civis, fazendo justiça salarial para essa polícia que tanto trabalha para o nosso estado”, completou.

15 outubro, 2008

A doce ironia da História

Depois da queda do muro de Berlim, do fim da União Soviética e do rebaixamento do Fluminense, muita gente achou que a esquerda estava acabada. E vários partidos de esquerda, em todo o planeta, mudaram de nome, de programa político e aposentaram algumas lideranças. Era a onda a "terceira via".

Os verdadeiros dinossauros da esquerda, como nós, criticaram esses partidos. Foram acusados de traição à classe trabalhadora, oportunismo, falta de consciência de classe. Pelegagem mesmo.

Uma das organizações mais criticadas foi o Partido Trabalhista Inglês, que, com Tonny Blair, tornou-se gerente do capitalismo inglês e um dos aliados mais íntimos de Bush Júnior.

Agora, com a queda do muro de Wall Street, o sucessor de Blair, Gordon Brown, também do Partido Trabalhista Inglês, para salvar o que restou da nova ordem mundial, decidiu estatizar todos os bancos do país! Exatamente o que pedia a IV Internacional há vários anos.

Irônico, não?

14 outubro, 2008

A crise econômica na história do capitalismo

A Crise não é um elemento destruidor do capitalismo ipso facto, crises econômicas são recorrentes desde os seus primórdios e, por mais que possam colocar em risco a hegemonia de um país dentro do sistema, ela produz antes a miséria e a fome, quem mais sofre são os pobres, pois os prejuízos são sempre descontados socialmente. O contrário acredita a economia política liberal, que não admite que o capitalismo possui uma tendência irrefutável para a crise, no que adquiri lógica a afirmação corrente, de que a crise poderá trazer o fim do mundo. Agradável equivoco liberal, não fosse sabermos que o fim vem apenas para aqueles que morrem, e que nesse caso, quem morre são os mais pobres. Fico ainda aliviado ao saber que, entre os liberais há uma desconfiança muito grande para com a história, e que por isso, eles temem a crise como nós tememos a morte.
Das teorias sobre o capitalismo, tanto a teoria keynesiana quanto a marxista admitem que o capitalismo possui esta tendência autodestrutiva, na economia liberal, pelo contrário, os inimigos da "liberdade" são sempre de ordem externa, entrando o sistema em equilíbrio quando deixado livre, a cargo de sua autoregulamentação. Para a teoria Keynesiana, o Estado deveria estabelecer mecanismos de regulamentação para salvar o capitalismo, havendo portanto, uma saída para o impasse que não passa pela negação do sistema, o que culminaria nas políticas do chamado “estado bem estar social”, propagadas após a crise de 1929 e a segunda guerra mundial.

Na teoria marxista, o próprio comportamento da produção, desregulada, tendo como único objetivo o lucro máximo e a máxima exploração do trabalho, teria como resultado, a longo prazo, a queda gradativa da taxa de lucro, além de uma crise de superprodução; a proposta marxista, diferente da Keynesiana, considera a superação pela negação do sistema capitalista, ou seja, pela revolução que transformaria as bases individualistas e irracionais do capitalismo, e que pela tomada do poder pelos trabalhadores.
O Capital, de Karl Marx, foi escrito em 1867 (livro I), antes da crise financeira que se abateu sobre o penúltimo quartel do século XIX; entre 1848 e 1875, o historiador Eric Hobsbawm, delimitou o que ele chamou de A Era do Capital, período em que se fortificaram as bases do capitalismo industrial e se propagou o liberalismo como a ideologia dominante da burguesia. Este foi o período onde o capital dominou inconteste, mas, após a crise financeira, com a Europa quase quebrara, a liberdade de comércio passou a ser combatida como medida para sair da crise, no final do século as nações européias lançaram-se aos monopólios e a concorrência deixou de ser inter-capitalista e passou a se estabelecer entre Estados, o que culminaria, mais tarde, com a primeira-guerra mundial.

Esta crise marcou a substituição da Inglaterra pela Alemanha (temporariamente), como grande potência capitalista, seguida de perto pelos EUA. Acreditava-se, na época, que a concorrência entre capitalistas individuais atingiria, em escala, todo o globo, mas o que se deu após 1875 foi exatamente o contrário, como pode perceber Lenin, em seu livro Imperialismo fase superior do capitalismo (1916), Estados passaram a concorrer entre si e o liberalismo foi perdendo força, a estratégia revolucionária leninista levaria esta característica em conta - sair da guerra era uma necessidade urgente e com este propósito se lançaram os bolcheviques.
Keynes, que escreveu após a emergência dos impérios e durante a segunda grande guerra, viu as bolsas de valores despencarem em 1929, e no momento em que o capitalismo sofria uma recessão sem fim (1944), ele propôs que a intervenção do Estado na economia seria a solução. Através do manejo da taxa de juros e com o consumo assegurando pelo Estado, o economista inglês, ofereceria, pela primeira vez, uma teoria capaz de responder ao incomodo Marx. Em sua proposição, a produção seria capaz de obedecer a uma curva de crescimento contínuo, desde quer a demanda fosse sempre garantida. O agente econômico teria uma tendência a manter a liqüidez de seu capital, caso não fosse assegurada uma expectativa de lucro a longo prazo. O Estado garantiria esta lógica ao incentivar que a massa de trabalhadores ingressasse no mercado de consumo.
O consumo de massa seria uma característica da segunda metade do século XX e a crise 1929-32 encerraria o período de substituição da hegemonia britânica. Derrotada a Alemanha, os EUA passaram ao papel de potência hegemônica do capitalismo.

A garantia estatal do consumo esta dentro das chamadas políticas de “bem estar”. Ao fazer isto, os países capitalistas davam uma resposta também a ameaça do socialismo, que há tempos amedrontava as burguesias nacionais européias, que crescia espantosamente.

Mas, na década de 1970, o avanço soviético tinha se mostrado um medo do passado, os países comunistas continuavam restritos a Europa central e oriental, além de Cuba e Coréia do Norte, a influência soviética ia um pouco mais longe, oriente médio e partes da Ásia, a China, apesar de comunista, aproximava-se dos EUA e se mostrava hostil a URSS. Apesar da guerra fria e do grande número de conflitos armados envolvendo EUA e URSS, a tranquilidade parecia garantida.
O período que vai do pós-guerra a década de 70 é considerado a era de ouro do capitalismo - ainda que possamos contar um grande número de pequenas crises -, no final dele, as contradições do sistema, atenuadas até então pelas políticas de “bem estar”, mostravam-se mais agudas, e, apesar disso, a confiança na vitória do capitalismo, fez com que o fordismo (produção em massa) e o keynesianismo (regulamentação estatal) fossem superados. As políticas econômicas voltaram-se para os pilares da economia clássica liberal outra vez, esse revigoramento liberal ficou conhecido desde então como neoliberalismo, buscou-se destruir todas as políticas sociais implementadas até o momento, e um novo discurso privatista e anti-social tomou conta dos economistas.
Com a queda do muro de Berlim o discurso neoliberal (chama-se disrcurso neoliberal porque não se trata de uma nova teoria econômica, mas um apelo a retomada do liberalismo) ganhou ainda mais força, em 1989 as potências mundiais se reuniram em Washington, ali traçaram os parâmetros que os países deveriam adotar, individualmente, para fortalecer o livre mercado, as medidas proporcionavam ao capital financeiro liberdades quase ilimitadas. O apelo liberal foi tão grande que aquele conjunto de medidas foi chamado de “o consenso de Washington”.

Mas, se por um lado a receita liberal era colocada como norteadora do progresso, os políticos e economistas neoliberais, simplesmente ignoraram as crises que se ocorreram no mundo capitalista, principalmente naqueles países que haviam seguido o consenso: o México quebrou em 1995, a chamada crise asiática de 1997, quebrou a Rússia (perdendo 30% do PIB), e a Argentina, que até hoje não se recuperou. E os economistas liberais culparam (pasmem!) o México e a Rússia por incompetência, por não seguirem corretamente o consenso. No Brasil, o presidente Fernando Henrique Cardoso, conseguiu se reeleger em 1998, vendendo o discurso de que as reformas liberais ainda não haviam sido implementadas, e que o Brasil, correria também o risco de cair numa grave crise, caso não se obedecesse as determinações do FMI, ou seja, caso não fosse reeleito.

O capitalismo foi vendido como o fim último da humanidade. O mercado livre, por si só, levaria o mundo para mais uma temporada de prosperidade, a história teria agora o seu fim. Além disso, anunciou-se o fim das utopias e do socialismo. Não sem razão, pois, se no final do século XIX o chanceler alemão, Otto von Bismarck, não tinha dúvidas que, num futuro próximo, o socialismo dominaria o planeta, e se os empreendedores do “Estados de bem estar social” viam no comunismo uma ameaça eminente, hoje, o socialismo não é mais a base dos movimentos de esquerda, o keynesianismo tornou-se a base da social-democracia, corrente majoritária na esquerda mundial.
Hoje vemos esse sistema ruir mais uma vez diante de nossos olhos, e nos perguntamos: Será esta mais uma crise cíclica do capitalismo, mais uma troca de hegemonia, ou a sua queda final?. Marx talvez dissesse que, uma crise, como a que nos ronda, levaria a superação do capitalismo se houver uma consciência de classe capaz de fazer a revolução socialista.

A cara antidemocrática do capitalismo

A liberalização financeira teve efeitos para muito além da economia. Há muito que se compreendeu que era uma arma poderosa contra a democracia. O movimento livre dos capitais cria o que alguns chamaram um “parlamento virtual” de investidores e credores que controlam de perto os programas governamentais e “votam” contra eles, se os consideram “irracionais”, quer dizer, se são em benefício do povo e não do poder privado concentrado.
Noam Chomsky - Sin Permiso
Saiba mais em:

13 outubro, 2008

Desabafo do Arnô



Minha opinião:

Lamento muito que o vereador Arnô não tenha sido reeleito. Sempre foi um parlamentar fiel a seus princípios e que será, infelizmente, substituído por figuras escatológicas da política Sorocabana.

Apesar disso, algumas observações.

O vereador Arnô deveria expor suas divergências internamente. É assim que os partidos políticos funcionam. Ao jogar merda no ventilador, ele fez o jogo da direita, que é generosa em dar espaço aos "arrependidos" do PT. Vide Heloísa Helena, Raul Marcelo e outros.

Arnô se queixa de outras candidaturas que inviabilizaram a sua. O que ele pretendia? Que os metalúrgicos nunca mais poderiam ter um candidato que não fosse ele? O vereador representou os metalúrgicos durante doze anos. Nas últimas eleições, outros candidatos da mesma base se apresentaram. Izídio, em especial, e com toda a legitimidade. Tanto que foi o vereador mais votado do partido nas eleições.

Um dos principais erros do PT, nos últimos tempos, foi perder a combatividade, se deixar dominar pelo espírito de conciliação. E o vereador Arnô tem sua responsabilidade nesse erro. Quando, por exemplo, a bancada do PT decidiu apoiar Paulo Mendes para presidente da câmara, muitos no PT, inclusive eu, se mostraram contrários e não foram ouvidos. O resultado, todos conhecem.

Por fim, Arnô "ameaça" lançar-se candidato a deputado estadual. O recado é claro: pretende prejudicar o deputado Hamilton Pereira, que buscará sua reeleição. Ou seja, vai dar o troco.

Se Arnô pretende ser deputado estadual, que seja candidato, busque seus votos e tenha boa sorte. Tenho certeza de que, se eleito, será um ótimo parlamentar. Mas faça isso pelas razões certas e não apenas para se vingar.

O fígado é um péssimo conselheiro na política.

São Paulo: esquerda contra direita

Emir Sader

Não há como equivocar-nos sobre o segundo turno da eleição para prefeito na cidade de São Paulo. Um candidato do PFL, atual DEM, que trabalhou estreitamente com Maluf e Pitta, apoiado e promovido pela elite tucana paulista, contra quem realizou o melhor programa social que a cidade já conheceu. Marta contra Kassab. A esquerda contra a direita.
São Paulo é a cidade mais rica e mais pobre do Brasil. Tornou-se, nas mãos dos tucanos, o núcleo mais conservador do pais, o estado mais odiado pelos outros estados do Brasil, porque assume uma imagem de “vanguarda econômica”, de discriminação em relação aos outros estados, pretendendo, desde que FHC foi presidente, reassumir o espírito reacionário de 1932.
Leia na íntegra:

Para compreender a crise financeira

Mercados internacionais de crédito entraram em colapso e há risco real de uma corrida devastadora aos bancos. Por que o pacote de 700 bilhões de dólares, nos EUA, chegou tarde e é inadequado. Quais as causas da crise, e sua relação com o capitalismo financeirizado e as desigualdades. Há alternativas?
Antonio Martins
Saiba mais em:
Depois de alguns meses sem vida social, em virtude do processo eleitoral, pude sair com amigos. Fui a um barzinho com banda ao vivo, estava bem animado.
É claro, além do bate papo, como bom solteiro, fui embuido de dar aquela boa paquerada.
Observei uma menina mestiça, baixinha, bem discreta, graciosa, conversando com uma amiga. Chamou-me atenção um piercing que tinha em seu rosto. Coloquei-me a observá-la. Tão meiguinha...
Quando pensei em me aproximar dela, travei!
A timidez me contaminou. Percebi sua amiga comentando que eu a observava, e ela, toda dengosa, olhava, dava sorrisinhos e em seguida, voltava a dançar.
Não sabia mais como me aproximar, que assunto conversar. E quanto mais eu queria, menos conseguia. Acovardei-me.
Daí fiquei bravo! Passados trinta minutos, um amigo disse que ia embora e resolvi ir junto.
No caminho, lembrei-me de outro amigo: o Gilsão. Ficou casado por mais de quize anos. Quando se separou, disse que só conseguiu se "reinserir no mercado", quando leu: "Volte a paquerar em quatro semanas".
Sem dúvida alguma, meu próximo livro de cabeceira.

10 outubro, 2008

"Se não for o fim do mundo, vai melhorar"

Ainda bem que FHC não é mais o presidente do Brasil.

Segundo divulgado pela colunista Miriam Leitão, do Globo, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, da era FHC, disse:

"Se não for o fim do mundo, melhora..."

Agora estou mais aliviado.

Reflexões sobre a crise


Os otimistas estão achando que o mundo vai acabar em água...

Os pessimistas acham que não vai ter água para todo mundo!

Da necessidade do resgate das melhores tradições da esquerda sorocabana

Depois de um processo eleitoral bastante intenso, com resultado muito aquém das expectativas para o PT, embora positivo para o nosso grupo, em virtude de nosso crescimento de 75%, colocamo-nos a refletir sobre o PT sorocabano, agora, quando o cansaço já não é grande e a lucidez se cristaliza.

Mais do que não gostar do PT, há uma camada de sorocabanos que, decididamente, tem preconceito ao PT. Não nos aceitam. Querem de fato, extirpar "esta raça" de nossa cidade.

O PT cresceu no confronto, nos desafios, nas afrontas ao sistema. Éramos tidos como loucos por alguns, corajosos por outros. Mas todos temiam e respeitavam o PT. Quantas manifestações fizemos em praças públicas. Quem não se lembra do circo do desemprego, promovido pelos sindicalistas na era FHC...

A concepção de frente de esquerda, com várias correntes de pensamento, está fazendo com que o partido diminua seu espaço na sociedade em detrimento da luta partidária. Como resultado: encolhemos. E muito.

Estamos na defensiva na sociedade. Não há outro caminho a não ser ir para o confronto. De maneira inteligente, é claro. Reverter este pensamento conservador que se alojou em nossa cidade, voltar a vestir nariz de palhaço, ocupar a Câmara, elaborar boletins. Enfim, enraizar novamente a luta de classes em nossos corações e mentes.

O PSDB deve ser combatido. Não há espaço para oposição propositiva. Não há espaço para diálogo. Não há espaço para ficarmos legitimando as ações do PSDB em nossa cidade. Acabar com os acordos na Câmara Municipal.

Reconquistar nossas bases históricas e avançar nas bases tucanas será nossas tarefas. Nossa trincheira não pode se resumir aos sindicatos, à sede ou ao bar Depois. É chegada a hora de vestirmos a camisa do PT e irmos caminhar na pista do Campolim, fazer feira em Santa Rosália e nas demais áreas burguesas. Sem medo!

Resgatar os jovens ao pensamento progressista é intervir nas universidades e nas escolas.

É a emoção calculada que deve pautar nossos passos novamente.

Eu tenho orgulho de ser petista, de esquerda, socialista!

Crespo não quer "tomar chapéu"

Há uma explicação para o vereador demo Crespo ir à imprensa dizer que vai indicar alguns secretários: não quer ser chapelado!
Crespo sabe que o PSDB negociou até a mãe para ganhar esta eleição e não conseguirá cumprir todos os compromissos.
A pergunta é:
Quem levará o tombo?

Um futuro tenebroso para São Paulo

Os propagandistas de Gilberto Kassab tentam esvaziar os debates sobre a sucessão paulistana, alimentando a histeria antipetista e evitando temas incômodos. Mas a possível reeleição do prefeito acarretará conseqüências gravíssimas, que precisam ser denunciadas enquanto alguma reviravolta ainda parece viável.

Kassab é instrumento de um golpe eleitoral engendrado por José Serra. Em apenas dois anos, o governador apoderou-se de duas gigantescas máquinas administrativas, povoando-as de correligionários comprometidos com seu projeto presidencial. E esse delírio hegemônico, realizado com a truculência característica do personagem, tende a perpetuar-se para além de 2010.

Alguém ponderará que a manobra tem respaldo popular. Mentira: Serra está enganando os eleitores. Primeiro renunciou à Prefeitura, rompendo compromisso de campanha. Depois “permitiu” que seus protegidos tucanos trabalhassem para uma candidatura adversária. Agora, alia-se a inimigos históricos do próprio PSDB.

Cabe lembrar que o partido surgiu como repúdio à ascensão do quercismo, e desde sempre combateu os disparates malufistas. Seria inimaginável, por exemplo, ver Mário Covas ou Franco Montoro enlameados com Paulo Maluf, Celso Pitta e Orestes Quércia por simples conveniência eleitoral. A ressurreição desses entulhos políticos destrói a coerência programática e a identidade partidária que mal sobreviviam no PSDB.

Mas os neokassabistas não estão acostumados sequer à companhia do antigo PFL. Os militantes do PPS de Soninha Francine engasgam em malabarismos retóricos para explicar que o DEM, a Arena da ditadura, o PFL de ACM, transformou-se em direita ilustrada, dirigida por liberais honestos como Jorge Bornhausen e César Maia. O mesmo constrangimento leva à defesa da medíocre administração Kassab.

Aqueles que denunciaram a “ruína ética” do PT usam-na agora como justificativa para a própria desmoralização. Revitalizando a hipocrisia revanchista do movimento Cansei, querem substituir mensaleiros por reacionários usurpadores. Falso dilema. Não é necessário ser petista, aloprado ou barbudo para repelir os fantoches das hordas mais corruptas que já se locupletaram do erário paulista.

O voto anti-Marta pode ter hoje um agradável sabor de vingança contra o governo Lula e sua aprovação inédita. Mas, daqui a dois anos, o senador Quércia, a prefeita Alda e o governador Kassab darão a essa grande molecagem contornos muito sombrios.

fonte: Guilherme Scalzilli

09 outubro, 2008

A JUVENTUDE E A VIOLÊNCIA ECONÔMICA CULTIVADA

Na mesma semana em que a UERJ foi ocupada pelos estudantes ocorreu na própria universidade um colóquio abordando o tema Juventude, Subjetividades e Violência. A ocupação não foi de forma alguma violenta e os universitários têm suas reivindicações (clique aqui), enquanto o colóquio evidenciou através de especialistas a cultura e processos aos quais os jovens brasileiros estão submetidos historicamente.
Artigo interessantíssimo!
Para ler na íntegra, clique no título.

Dilma já foi escolhida por Lula para ser candidata em 2010, diz Tarso

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai defender junto ao Partido dos Trabalhadores (PT) a indicação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para representar a legenda nas eleições presidenciais de 2010. A afirmação foi feita hoje (9) pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
Confira a entrevista do MInistro Tarso Genro, basta clicar no título.

Justiça declara coronel Ustra responsável por torturas

O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado hoje pelo Tribunal de Justiça de São Paulo responsável pela tortura de três pessoas da mesma família durante o regime militar, na década de 1970. Ustra comandou o DOI-Codi em São Paulo entre 1970 e 1974, período de maior repressão política no País. A decisão é inédita no País e foi tomada em 1ª instância.
À defesa, cabe recurso.

08 outubro, 2008

Eleições 2012

Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Retorno ao blog com o sentimento de dever cumprido neste processo eleitoral.
Combatemos o bom combate!
Mostramos ao PT e a toda Sorocaba que um grupo militante, qualificado, pode fazer a diferença no processo eleitoral. Num cenário desastroso para o PT e toda a esquerda sorocabana, aumentamos nossa votação em 75%, apresentando à sociedade 1700 votos.
O PT precisa ser rediscutido, oxigenado. Ampliar os espaços para os novos grupos do partido é vital. Não tenho dúvidas de que o ocorrido com o PT é sasonal. Em pouco tempo, retornaremos com uma boa bancada de vereadores. E, é claro, conquistaremos o Paço.
No mais, comunico aos companheiros e aos leitores do nosso querido "Bah" que lutaram do início ao fim para nossa vitória, sem medir esforços que, no último domingo, começou o período pré-eleitoral de 2012:
Sou candidato e já estou em campanha!
Não desapontarei a todos que acreditaram em mim!
A luta continua!!!
PS: dedico esta campanha à memória de Fernando Radin Bueno, um grande amigo.

06 outubro, 2008

Observações sobre o resultado eleitoral

1. Gostaria de agradecer a todos que apoiaram nosso amigo Daniel Lopes, candidato a vereador. Ele teve cerca de 1.700 votos e foi um dos únicos do PT a apresentar crescimento considerável de votos. Na primeira eleição que disputou, em 2004, teve 980 votos. Um crescimento de 75%. Todos os outros candidatos do PT perderam votos ou apresentaram crescimento vegetativo. Tenho certeza que a câmara municipal de Sorocaba perdeu - e muito - com a não eleição de Daniel Lopes.

2. Parabens ao vereador Geraldo Reis (PV), leitor deste blog e um grande ser humano. Embora não concorde com várias posturas de seu partido, sei que, com ele, a câmara municipal ficará um pouco melhor.

3. É uma pena que Gabriel Bintecourt, Arnô Pereira, Tânia Bacelli e Dr. Ismael não tenham sido eleitos. A próxima legislatura, sem sombra de dúvidas, perde muito em qualidade. Segundo minha amiga Tatiana, leitora do blog, a próxima câmara será uma versão tupiniquim do programa "Fala que eu te escuto".

4. O PT em Sorocaba sofreu uma derrota incontestável. Em 2004 teve 22% dos votos para prefeito e elegeu quatro vereadores. Agora, teve 12% dos votos para prefeito e elegeu apenas dois vereadores.

5. Caberá aos membros do partido avaliar o processo que levou a esse resultado. Apenas faço uma observação: esse resultado não se deve aos três meses de campanha. Foi construído ao longo de quatro anos, com equívocos cometidos por muita gente - de todos os grupos - e que já tinha sido sinalizado nas eleições de 2006, com a derrota do Lula, da Iara e a queda de votos assombrosa do Hamilton.

6. Nada como um dias após o outro. Acredito que o PT - e a esquerda de uma forma geral - poderá se fortalecer, se souber tirar as lições que essa derrota merece, com serenidade, sem buscar cristos para crucificar, mas também sem poupar críticas duras que devem feitas. Mas é assunto para o PT.

7. O PSDB terá quatro anos para governar como o diabo gosta: sem oposição. Apesar disso, nas próximas eleições, sofrerá o fenômeno que o Cesar Maia chama de "desgaste de material" e não tem nome "natural" para a sucessão.

8. De uma forma geral, no Brasil, o PT cresceu bastante, o PSDB conseguiu se segurar e o DEM não foi banido do mapa (como desejávamos). 73% dos prefeitos candidatos a reeleição ganharam em primeiro turno, com largas margens. Lippi não foi nenhum prodígio. Em Itu Herculano ganhou com margem superior e em Porto Feliz Mafei ganhou com margem semelhante. No resto do Brasil, aconteceu a mesma coisa.

9. A notícia do dia é a crise global. A bolsa já fechou duas vezes hoje, depois de cair 15%. A ação dos bancos centrais parece não surtir efeito e ninguem sabe os resultados de longo prazo. Uma recessão prolongada - muito possível - transformará o mandato dos próximos prefeitos num inferno, com a queda de arrecadação e aumento das demandas sociais. Veremos...

10. Alguém me traga outro uísque e um doril, que a ressaca ainda não passou.

Algo de bom

Em Sorocaba apanhamos feio. Con gusto.

Vejamos o lado bom.

Alckimin não foi para o segundo turno e já anunciou que é candidato a vereador em Pindamonhangaba em 2012. Tem chances.


ACM Neto também não foi nem para o segundo turno em Salvador e já reservou um jazigo ao lado do pai e do avô.