30 setembro, 2007
Atividade no Pq. das Laranjeiras
Grileiros privilegiados e a reforma latifundiára
"Vender grandes extensões de terras públicas a grileiros ricos, sem fazer a licitação que a Constituição exige para as alienações, é flagrantemente inconstitucional, além de ser imoral e contra o interesse público, pois o patrimônio do povo estará sendo entregue, mediante o pagamento de um preço que poderá ser bem menor do que o valor real, a quem teve a ousadia e os meios para invadir uma grande área pública.(...)"
Juiz desonesto e tucano: eufemismo?
Na época, Tolentino era juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais e teria recebido a quantia durante a campanha do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) que tentou, sem êxito, a reeleição.
As informações são do jornal “Folha de S.Paulo”.
O advogado teria votado favoravelmente o governador em decisões tomadas em datas próximas a supostos depósitos em sua conta e de sua mulher, Vera Maria Soares Tolentino.
O relatório da PF indica que, entre agosto e outubro de 1998, cinco pagamentos no total de R$ 302.350 teriam sido feitos ao juiz e sua mulher.
Acuado com as acusações, o senador Eduardo Azeredo (PSDB/MG), entregou a rapadura e envolveu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Segundo divulgou a agência Carta Maior, as declarações do senador Eduardo Azeredo (PSDB/MG), envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no esquema de caixa-dois de sua campanha para o governo de Minas Gerais em 1998, causaram um terremoto dentro do partido, desencadeando uma operação para isolar e silenciar Azeredo o mais rápido possível.
Lideranças tucanas fizeram fila, quarta-feira, para rebater as declarações do senador mineiro.
“O senador não poderia ter dito isso. Está me obrigando a responder algo surrealista. Envolver o presidente (FHC) nesse episódio é o mesmo que envolver o presidente Bush”, disse Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado. Virgílio não explicou porque seu colega de partido “não poderia” ter dito o que disse.
O presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE), recorreu à psicologia para explicar as declarações de Azeredo. Segundo ele, as declarações de Azeredo ao jornal Folha de São Paulo são uma demonstração de indignação e transtorno mental.
Dizem que sou louco...
28 setembro, 2007
O retorno de Jedi
Problemas técnicos.
Vejo postagens polêmicas do Fábio, extensas do Eliton (mas muito esclarecedoras) e o Daniel sempre dando os informes.
Enquanto estive afastado, tramei idéias. Conspirando com meus companheiro de blog.
Aguardem, em breve, Abacoros!
Que a força esteja com vocês!
Nossa moderna agroindústria
No dia 30 de junho houve a maior libertação de trabalhadores em regime escravo depois da abolição da escravatura. Ao todo, 1.064 lavradores, trabalhavam em condições precárias para a agroindústria Pagrisa, seus contra-cheques apresentavam valores baixíssimos, a maioria com valores que não superavam R$10,00, outros recibos exprimiam-se em centavos e até mesmo rendimentos negativos. Todos atuavam na lavoura de cana-de-açúcar e foram resgatados pelo Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho.
No entanto, um grupo de senadores esta pressionando para que o grupo móvel deixe de fiscalizar as fazendas suspeitas de empregar mão-de-obra escrava: Romeu Tuma (DEM-SP), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Kátia Abreu (DEM-TO), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) fizeram uma visita à fazenda no último dia 20 e prometeram entrar com um pedido de inquérito na Polícia Federal contra as práticas de atuação do Grupo Móvel.
Kátia Abreu afirmou que a empresa Pagrisa ''é muito bem administrada e forma uma comunidade de trabalhadores rurais'' (vermelho.org.br)
A boa administração citada pela senadora era garantida por homens armados.
A horta que vendia alimentos aos trabalhadores era irrigada com "fertilizante natural" encanado diretamente do esgoto dos próprios alojamentos.
Tudo o que eles consumiam era comprado ali mesmo a preço inflacionado que os mantinha constantemente endividados.
Vale lembrar que no ano passado o Congresso aprovou a famigerada Emenda 3 que proibia, entre outras coisas, a fiscalização de fazendas pelo Ministério do Trabalho. A emenda foi derrubada por veto presidencial posteriormente, sob forte oposição de PSDB, PFL, PMDB e do Partido da Mídia.
Muitas fazendas têm sido autuadas nos últimos anos, a grande mídia sequer noticia tais fatos, no entanto, qualquer atividade do MST e logo estampada nas capas dos jornais e tratado como ato de terrorismo pela mídia.
27 setembro, 2007
Gabriel
a) Sabemos que o Gabriel não tinha divergência ideológicas com o PT, muito menos possui convergências com o Partido Comunista, ele não é comunista, nem estava mais à esquerda do que o campo majotritário do partido;
b) Até pouquíssimo tempo Gabriel gravitou em torno desse campo majoritário;
c) Gabriel possuía uma salgada dívida de campanha que ele não conseguia saldar estando no PT, sem pagar a dívida ele não poderá ser candidato e o PCdoB não tem condições de pagá-la;
d) Gabriel sabe que não seria eleito pelo PCdoB e o rompimento com o PT não é bom;
e) Gabriel levou consigo apenas dois de seus parceiros mais próximos e não entrou em polêmicas com o PT e seus maiores aliados petistas continuam filiados;
Existem várias hipóteses para o que tenha contribuído para a decisão do Gabriel:
1ª Sabendo que não seria candidato no PT Gabriel foi para o PCdoB para forçar um bom acordo numa chapa como vice do PT, desde que a prefeita seja Iara Bernbardi;
2ª Gabriel sabe que seria muito mais fácil ser eleito deputado estadual pelo PCdoB que pelo PT, ele teria feito o mesmo raciocínio que Raul Marcelo (Psol) quando saiu saiu do PT;
3a Ou simplesmente, como andam dizendo por ai, alguém pode ter prometido pagar sua dívida para que ele dividisse os votos do PT, motivo que também foi cogitado em 1996 quando Nildo Leite (PSB) se candiodatou a prefeito rachando a base do PT, o que supostamente também teria sido articulado entre PCdoB e PSDB;
Porque não haverá ataque ao Irã
O Irã mantém o controle sobre grande parte dos líderes xiitas no Iraque (maioria) e os EUA têm consciência que a paz no Iraque depende do Irã;
O Irã mantém grande influencia sobre a Síria, país inimigo dos EUA;
Os iranianos são os principais fornecedores de petróleo para a China e uma crise na economia chinesa poderia desencadear uma crise na economia mundial;
O pais dos Aiatolás tem acesso fácil ao estreito de Ormuz, por onde passam 80% do óleo cru proveniente do Golfo Pérsico (Kuait, Arábia Saudita, Irã e Iraque), disseminar minas anti-navio é uma tarefa muito rápida que pode parar a economia mundial em alguns dias;
Teerã dispõe também de mísseis balísticos Shehab-3 com um alcance de até 1.500 quilómetros que podem bater alvos no território de Israel, principal aliado dos EUA;
Existe ainda o recentemente constituido “corpo de kamikadzes” ( 40 mil efetivos), dispostos a se explodirem contra alvos dos EUA. Eles apareceram em público durante um desfile militar em 13 de fevereiro;
Por outro lado, o alto grau de perigo representado pelo Irã pode favorecer uma concertação no oriente médio que contribua para a retirada das tropas dos EUA do Iraque, visto que o Irã é tido como última possibilidade e única força política capaz de neutralizar a guerra civil no Iraque. Se os EUA continuarem no Iraque a guerra não terá um fim próximo e mais cedo ou mais tarde o conflito com o Irã se tornara inevitável, a não ser que seja usado o arsenal nuclear para aniquilar o Irã antes que ele possa reagir.
26 setembro, 2007
terceira idade viaja de graça em onibus interestadual
SEJA INTELIGENTE, NÃO SEJA JABOR
Não foram poucos os que se livraram disso. Mas há os que ainda raciocinam assim, mesmo que o governo não seja mais a Ditadura Militar. Não gostam do Presidente e de seu partido, e então acham que o brasileiro é o espelho do governo. É um modo errado de entender as sociedades. Ninguém é igual ao que a gente não gosta só por que não fica protestando o dia todo contra o que a gente não gosta. E esse é o erro fatal de Jabor. Ele tem lá suas mágoas contra o PT e contra o Lula – quem não tem? – e então, não contente em atacar quem é de direito, partiu para um briga maior. Ele está de mal com o mundo, e resolveu ficar de mal com o brasileiro.
Ponto a ponto, vou levantar dúvidas sobre o que ele disse a respeito do “brasileiro”. E em nenhum momento vou usar contra Jabor o instrumento da burrice, que é o “não se deve generalizar”. Quem diz que não se deve generalizar não sabe escrever. Jabor está correto ao criar “o brasileiro”. E vou me manter nessa abstração sociológica – ou quase isso. Mas vou tentar mostrar que uma outra abstração, muito mais positiva, está correta.
O texto dele foi feito por itens, aos quais ele acrescenta, no final, a palavra-sentença “mentira”. Eu vou tecer considerações abaixo de cada um dos itens. Os itens dele estarão aspados. Além disso, coloco as iniciais nas frases dele e nas minhas, para diferenciar e facilitar o leitor.
“Verdade está na cara, mas não se impõe.” (AJ)
Prefiro: a verdade nunca está tão na cara, e muitas vezes nós a engulimos por imposição, embora eu, em particular, goste de viver em lugares onde a verdade seja resultado de conversação, não de força. (PGJr)
O brasileiro não é mais solidário que povos com tradição comunitarista, mas é bem mais solidário do que muitos outros povos. Principalmente nas cidades grandes, ao contrário do que parece. Todos nós vemos como que São Paulo se mobiliza em favor dos desabrigados, quando há catástrofes. E como isso se repete no Rio. Não somos só nós que notamos isso, os estrangeiros que aqui ficam dizem isso, quando convivem um pouco mais tempos conosco. E quando trabalhamos no exterior, podemos comprovar isso. Nossa solidariedade, inclusive, é celebrada pelas comunidades que brigam lá fora, mas que aqui, são unidas. (PGJr)
“Brasileiro é babaca. Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem solidariedade e preparo nem para ser gari, sóporque tem uma história de vida sofrida; pagar 40% de sua renda emtributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar dogoverno uma solução para pobreza; aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossacriminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchõespara presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa degente solidária. É coisa de gente otária.” (AJ)
Brasileiro não é otário por apostar nos outros com história. Lula foi uma aposta. Muitos votaram nele dizendo: FHC controlou a inflação, agora, um cara que foi pobre, vai consertar o outro lado, que é injustiça social. Fazer essa aposta não é coisa de gente otária ou babaca, é coisa de gente esperançosa e que sabe viver em democracia. Agora, o brasileiro se indigna sim, que se compre colchões para presidiários, mas ele sabe que na cadeia não estão animais. E nem animais nós tratamos mal. Muitos brasileiros honestos já estiveram na cadeia. Então, pesam isso na hora da defesa de direitos humanos. Só os fascistas acham que quem está na cadeia deve sofrer mais do que já se sofre por estar enjaulado. Quanto a imposto, o brasileiro paga menos impostos do que outros povos. Se olharmos Israel ou os Estados Unidos, perceberemos isso. Todo mundo reclama de pagar imposto em qualquer país do mundo, O brasileiro também reclama – e reclama certo. Ele espera que os ricos paguem mais que a classe média e os pobres. Mas o brasileiro gosta de que isso venha em forma de lei, e vota nos candidatos que querem tal transformação. É visível o descontentamento do brasileiro quanto ao destino de seus impostos. Mas ele paga. Pagar é de lei, enquanto a lei não muda. O brasileiro não é otário por seguir a lei. Ele é honesto. (PGJr)
“Brasileiro é um povo alegre. Mentira.” (AJ)
“Brasileiro é bobalhão. Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e darrisada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmoque contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema.Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providênciascomo cidadão, ri feito bobo.” (AJ)
Brasileiro é alegre sim. De bobalhão não tem nada. Todo começo de ano as pesquisas mostram que o brasileiro está mais feliz que outros povos e com mais esperança. E quando o brasileiro passa por problemas como o do PCC, do masssacre, ele reage. Todos ficaram indignados. Mas é um sinal de inteligência saber rir de si mesmo, e das circunstâncias difíceis. A piada do Zé Simão às vezes não é só um modo de suportar a dor ou amenizar as coisas, muito menos é um modo de ser bobo, é uma forma aguda de crítica social. Os Estados Unidos usam o cinema para a auto-crítica mordaz. Nós usamos o humor televisivo e jornalístico – um dos melhores do mundo. Não rimos feito bobos, de modo algum. Rimos com inteligência e coragem. Só o brasileiro tem o humor agudo a ponto de conseguir reverter quadros deprimentes, fazer piada para, então, acalmar os ânimos e seguir em frente. Muitas das vezes que resolvemos situações delicadas, fizemos isso por conta de conseguirmos fazer humor. Nossos cartunistas fizeram parte da linha de frente das batalhas contra a ditadura e, agora, contra a corrupção. Nossos cartunistas foram muitos mais rápidos do que quaisquer outros, no mundo, em poder criticar a esquerda, acostumados a só criticar a direita. Quem não ri, este sim, é tomado com bobo em qualquer cultura – é o cara que não entende a piada. É o tonto. O tonto é o cara que não entende a piada. E a vida, mesmo trágica, é cômica, sabemos disso. O brasileiro é excelente nessa auto-crítica. (PGJr)
“Brasileiro é vagabundo por excelência. O brasileiro tenta se enganar,fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos dopovo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver umdeputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o sacoo resto da semana, também sente inveja e sabe - lá no fundo - que seestivesse no lugar dele faria o mesmo. Um povo que se conforma emreceber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nadae não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários da bolsa família) não pode ser adjetivada deoutra coisa que não de vagabundo.” (AJ)
Qualquer pesquisa da OIT mostra que o brasileiro é uma pessoa que tem uma jornada de trabalho longa, e que começa muito cedo. Receber bolsa família, se oferecida, não é sinal de má vontade. Quem não receberia? Agora, todos sabemos, olhando para a nossa vizinhança, quem não trabalha. E quem não trabalha fica estigmatizado logo. Isso deixa claro, mesmo para quem não acredita em estatísticas, que o trabalho é um elemento positivo em nossa sociedade. E que os jovens pedem em suas reivindicações senão trabalho? (PGJr)
“Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Nãopor medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão,pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas,quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.” (AJ)
Brasileiro é honesto. A corrupção que vemos no Brasil não é tão maior do que em outros países se notarmos o tipo de vida que os nossos funcionários “de rua” possuem. Nossos policiais de rua ganham pouco. Nossos professores que ficam em sala de aula ganham pouco. Todos que enfrentam o mais duro, ganham pouco. É um milagre que a corrupção seja só esta que vemos diante do salário que essas pessoas possuem. E mais, você nota a honestidade do brasileiro na cidade de São Paulo. Ele pega um dinheiro que caiu ao chão para devolver. Se há gente desonesta, que tenta um assalto, há vinte ao seu lado, avisando e tentando dizer “cuidado com a bolsa”, “faça isso e aquilo”. O brasileiro não é tonto de jogar dinheiro fora, se o recebe. Mas ele pensa sempre, em primeiro lugar, em ganhar menos, mas honestamente. Há muito mais gente ensinando os filhos a não roubar do que ensinando a roubar. E por isso nossa sociedade funciona, mesmo quando estamos sob governo ruim. (PGJr)
“Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outraalternativa, e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho'do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fossehonesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3, mas não milhares de pessoas.Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos,inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.” (AJ)
O favelado não é mais nem menos honesto que outros. E ele pega o emprego que existe. Ele prefere trabalhar sem arma em punho, e que não seja na ilegalidade. Mas quando ele nasce nisso e outras oportunidades não aparece, ele trabalha nisso. Muitos bolivianos trabalham em plantação de cocaína, mas não ensinam seus filhos a roubar. O mesmo ocorre na favela: há regras,há justiça, há formas de honestidade. Mas não haverá nunca um dia em que todos na favela sairão às ruas dizendo: “vamos parar de traficar agora!” Nunca houve algo assim na história. Para que isso possa ser vislumbrado, é necessário que exista alternativa de vida. Onde há, já ficou provado, o brasileiro opta pela situação menos tensa, mais acomodada, mais legal e honesta. Agora, o favelado às vezes coopera com a polícia, sim, contra os bandidos. Mas e as conseqüências? Ele agüenta? Sozinho? Mesmo os policiais, muitos deles precisam fazer acordos com bandidos, para não terem suas famílias dizimadas. O brasileiro é honesto, e antes de tudo, é um sobrevivente. O brasileiro da favela, muitas vezes, é um herói. Jabor e cineastas brasileiros gostam de falar que são heróis no cinema, este cinema ruim que fazem, mas não reconhecem o valor desse pessoal na realidade (PGJr).
“Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povoacha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoriabarulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numatroca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos tem direitos, mas ninguém tem obrigações, não existem democracia e sim,anarquia.” (AJ)
O Brasil é democrático. As pessoas que querem bandidos na cadeia são a maioria? Sim, e daí, o que tem a ver isso com não ser democrático? A vontade da maioria se faz, na democracia, por canais legais, não por decisão imediata, como passe de mágica. Quem não respeita os trâmites para que as leis se aperfeiçoem, quem não tem paciência, este sim, apela para o autoritarismo. Além disso, a definição de democracia não é a de vontade da maioria. Só uma pessoa muito burra diria isso. Democracia é vontade da maioria sem que existe desrespeito a direitos de minorias. Por isso cada passo é lento. A cada mudança de lei, para fazer valer a vontade da maioria, é necessário fiscalizar se um direito de minoria não está sendo arrebentado. Às vezes podemos achar que para combater uma doença que só pega uma minoria, poderíamos isolar os portadores (uma idéias cubana para tratar da Aids, e que não deu certo), mas aí veremos que isso irá contra o direito deles. As leis de vontade de maioria somente não são leis democráticas. Onde há só a vontade da maioria não existe democracia, existe fascismo. (PGJr)
Quem é a minoria barulhenta? Ora, quem está na TV, do lado do poder, gritando todo dia, é o próprio Jabor. Fracassado como cineasta, ele tenta imitar Paulo Francis, gritando. E gritando, não consegue imitar. Ele faz parte dos que são barulhentos. Ele é Rede Globo! Pense nisso!(PGJr)
“Pense nisso!” (AJ)
Sim, pense nisso, pense em como Jabor pode ser da Globo e ao mesmo tempo ser barulhento, como se fosse um revolucionário. Mas ele não é, pois todas suas idéias acima são conservadoras”. (PGJr)
O jeitinho brasileiro é uma dádiva. É algo do ‘deixa para lá’, que outros povos mais ofendidos deveriam aprender. Nunca a expressão ‘jeitinho brasileiro’ quis se referir a ser espertalhão. Ela era e é usada – por quem tem alguma cultura – no sentido exato de como foi criada, para espelhar nossa fama, verdadeira, de pessoas que preferem uma saída pela lateral do que o confronto bélico. Todos querem ter a TV. Mas quando o processo é burocrático, lento e o serviço mal feito, o brasileiro pode fazer o tal gato. Mas isso é minoria até mesmo em comunidades carentes. (PGJr)
Taxa e juro e padaria? Bem, não há relação. Mas é característica do pensamento fascista ligar coisas sem nexo, para confundir. E é característica do rico idealizar o povo comum, para melhor ou pior. Jabor, aqui, idealiza para pior. Nunca vi o Jabor em padaria, e olha que ando bem nas ruas de São Paulo e Rio, e não sou novo. Jabor nunca viu uma padaria de pobre, onde o cara manda marcar e paga no dia. Há menos calote do que se imagina. Além disso, ele não sabe bem o que é uma padaria. Na que eu freqüento regularmente, o caixa faz troco errado e as pessoas o corrigem, sempre pagando o certo. Será que nos bairros ricos que o artista global imitador de Francis vai há mais desonestos, daí ele ter dado esse exemplo? (PGJr)
“Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa...” (AJ)
Ser o ‘país do futebol’ não significa ganhar sempre, significa que todo mundo aqui é técnico ou jogador. E isso é verdade, tanto é que exportamos jogadores e técnicos. Basta olhar o mundo do futebol para saber que somos o país do futebol. Os ingleses, que criaram o jogo, não são o ‘país do futebol’.
E sobre ser ‘o país do futuro’, a frase não é de um brasileiro. O brasileiro quer viver o presente. Até demais. Seria até melhor que o brasileiro fosse alguém que pensasse mais no futuro. Taxa de crescimento oscila. Governo ruim, taxa ruim – às vezes. Isso pode mudar. A democracia nos dá chance de mudar e ir sempre construindo o futuro (PGJr).
“Deus é brasileiro.” (AJ)
“Puxa essa eu não vou nem comentar... O que me deixa mais triste einconformado é ver todos os dias nos jornais à manchete da vitória dogoverno mais sujo já visto em toda a história brasileira. Parafinalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece!” (AJ)
Deus não é brasileiro? Ou ele está dizendo que sendo Deus brasileiro, e sendo isso um fardo para ele, merecemos isso, que é uma coisa ruim? Aqui, ele se confunde todo. (PGJr)
O fato de não termos problemas climáticos como os outros povos, furacões e tudo o mais, não é uma dádiva? Os brasileiros, os que acreditam em Deus e os que não acreditam, todos são abençoados. Veja, nossa consciência ecológica ainda é pequena, e queimamos a Amazônia diariamente. Mas, ainda assim, as chances de salvá-la existem. E então, isso não é sinal de que Deus é brasileiro?” (PGJr)
O brasileiro não gosta de apanhar. Tanto é que a reação é aquela que vimos. Collor traiu os eleitores, a população foi para as ruas contra ele. Lula decepcionou: a população lhe deu um segundo mandato, mas não foi comemorar na Paulista – foi um aviso. O brasileiro tem paciência, é de boa índole, mas não apanha não. (PGJr)
Jabor gosta de ser odiado. Não pode ser amado nem odiado pelos seus filmes. Ninguém os viu. Então, dá uma de fascista (ele nem é tanto assim) para ser comentado. Quando diz que aqui não tem terremoto, faz com ironia tola. É de fato uma benção isso. Tudo que ele falou que temos, ele, na sua mesquinhez, falou no fim. No fundo, ele odeia que tenhamos tudo isso. Ele gostaria que tudo isso só existisse no jardim da casa dele.” (PGJr)
“Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?” (AJ)
Finalmente concordo com ele que falta boa vontade. A dele. Pois o modo como agiu acima, na pseudo-crítica, mostra que é ele que tem má vontade. Não tem projeto, não tem utopia, não sabe ter esperança e não sabe rir – isso o faz uma pessoa típica, aquela que conhecemos como os que estão ‘de má vontade’. No fundo, chego a ficar com pena. Deve ser duro viver nessa amargura que obriga a criar mentiras. (PGJr)
Seja diferente. Jabor adota o fascismo, adote a democracia. Jabor fala asneiras, fale o certo. Seja inteligente, não seja Jabor. (PGJr)
Arnaldo Jabor. (AJ)
Paulo Ghiraldelli Jr. (PGJr.)
PCO, UJR e a crise de identidade da esquerda
O PT passa por uma crise muito grande de identidade.
Na USP existem três militantes da UJR (União da Juventude Revolucionária), se não me engano são ligados ao PCO (Partido da Causa Operária), toda semana sou abordado por um deles que tenta me vender seu jornal por três reais, semana passada a manchete era alguma novidade sobre “o levante operário dos controladores de vôo”, nem quis entrar no mérito da discussão; esta semana trazia na capa algo contra a CPMF, perguntei ao rapaz o que ele tinha contra a famigerada e ele respondeu-me que era contra qualquer tipo de imposto por ser uma forma de sustentar “este Estado corrupto” e ainda mais porque fora criada pelo FHC e mantida pelo Lula. Ele falou em espólio da classe média, etc. Apontei a ele o nome do jornal “A Classe Operária” e perguntei o porquê de eles não estarem discutindo questões como miséria, inclusão digital e alfabetização dos trabalhadores ou outra qualquer, mais relevantes para a classe operária, ele me chamou de petista.
Lembrei de quando o FHC criou a CPMF disfarçada de mecanismo para coibir a lavagem de dinheiro. Lembro-me de como se posicionavam as forças sociais naquele momento: a burguesia com seus sonhos de sociedade cristalizados em FHC não faria nada que desgastasse o seu governo; os trabalhadores eram pouco atingidos, mas participavam do senso comum de que imposto é sempre ruim; o posicionamento crítico mesmo coube à classe média que desde o início “bateu duro”.
O grande curinga naquele caso foi o PT, que estando em lua de mel com a classe média, abraçou cegamente a luta contra a CPMF como se ela fosse a grande bandeira dos trabalhadores em geral, pegaram uma parte da sociedade como se ela fosse o todo. O PT deu importância demasiada para classe dos “formadores de opinião”, a maioria dos economistas do PT que gritaram contra a CPMF no passado hoje a estão defendendo no governo.Não acredito que o PT tenha traído a classe média em seu governo, mas o casamento se desfez e é fato que ela ficou ressentida, mas também não sei se um governo de qualquer matiz seria capaz de satisfazê-la, o comportamento dela nunca é coerente.
A classe média sempre está no limiar entre a riqueza e a pobreza. Mais do que os pobres, ela almeja ser rica, fantasia uma vida de luxúria e teme a pobreza muito mais que os trabalhadores, sua existência é inconstante. Sua crítica é sempre a mais contundente, mas o seu radicalismo tem um limite bem definido, o pequeno-burguês não sonha com um mundo de igualdade, seu objetivo maior é ser rico e, não existe socialismo, ou melhor, não existe sociedade onde todos são ricos – acreditar na classe média como base para a mudança foi um erro do PT, mas estar ao seu lado garantiu a formação de uma coalizão de forças que levou Lula ao Planalto. As lideranças do PT estão confusas e não sabem qual rumo devem tomar agora, a ruptura esta acontecendo porque o governo não conseguiu manter seu apoio nela, mesmo que queiramos acreditar é que isso tenha acontecido porque o governo se tornou mais popular (que em parte é verdade), o fato é que perdemos o apoio da classe média, e já que estamos desquitados a única solução é radicalizar.
O PT esta naquela fase de meia-idade do pequeno-burguês, rejeitado pela classe média mas ainda apaixonado por ela, não sabe se casa com a empregada ou se dá pro capital. Ou ele avança e caminha ao socialismo ou retrocede e vira mais um partido de aluguel.
24 setembro, 2007
Direito à memória e à verdade
Barbárie política, coordenadas conjuntamente por diversos governos militares em sintonia com a política externa dos EUA, que deixou milhares de mortos e conseqüências sociais e políticas talvez irreparáveis para os povos subjulgados.
Brasil: análise de conjuntura/setembro de 2007
É sensível o clima de instabilidade mundial, que se torna bem nítido em quatro grandes campos: a diminuição da hegemonia dos EUA, as diversas formas de violência entre os povos, o desequilíbrio ecológico e a crise financeira global. Este tópico se conclui com uma breve análise dos reflexos dessas instabilidades no processo de integração regional.
Assistimos a uma evolução rápida e profunda da paisagem política mundial. Os EUA estão perdendo sua hegemonia (situação na qual o poder é aceito e consentido pelos subalternos, porque acreditam que é exercido em prol do bem geral) e apóiam-se apenas sobre sua força tecnológica e militar. Mas não há outro país ou região capaz de contrabalançá-los. (...)"
Pondo tempero na Reforma Política
"Falta tempero nas propostas de reforma política. São essencialmente iguais, expõem justificativas semelhantes e todas sustentam que as modificações trarão os mesmos benefícios: fortalecimento dos partidos e extermínio dos políticos trânsfugas e corruptos. Balela. As medidas impõem vetos à troca de partidos, o voto em lista fechada e o financiamento público das campanhas. O político não pode trocar de partido, o eleitor não pode trocar de político e, quem paga imposto, ou troca de país ou paga a conta. Belo arranjo, mas sem tempero. Ao contrário de processos democráticos, cheios de condimentos malemolentes. Cito alguns, colaboração de um anti-reformista radical. A premissa reformista de que o sistema político brasileiro funciona muito mal e requer várias modificações é completamente errada. Não se sustenta em nenhum debate sério. Passou da hora de dizer com todas as letras que o sistema político brasileiro apresenta excelente desempenho democrático no presente momento histórico. Talvez por isso pretendam reformá-lo. (...)
23 setembro, 2007
Carlos Drummond de Andrade
E lambe, lambilonga, lambilenta,a licorina gruta cabeluda,
entre gritos, balidos e rugidos de leões na floresta, enfurecidos
R$10 milhões para Sorocaba
Dez coisas que levei anos para aprender... (Luis Fernando Veríssimo)
(Esta é muito importante. Preste atenção, nunca falha)
2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.
(Tá cheio de gente querendo te converter!)
3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.
(Na maioria das vezes quem tá te olhando também não sabe! Tá valendo!)
4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca. (Deus deu 24 horas em cada dia para cada um cuidar da sua vida e tem gente que insiste em fazer hora-extra!)
5. Não confunda sua carreira com sua vida. (Aprenda a fazer escolhas!)
6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.
(Quem escreveu deve ter conhecimento de causa!)
7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".
(Onde ninguém se entende... Com exceção das reuniões que acontecem nos botecos...)
8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".
(Ouvir música é hobby... No volume máximo às sete da manhã pode ser doença mental!)
9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.
(Que bom!!!!!)
10. Lembre-se: nem sempre os profissionais são os melhores. Um amador construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
(É verdade mesmo !!!)
Plantão em Sorocaba
Duas garotas de programa foram assaltadas e agredidas a golpe de coronhadas, esta madrugada por uma única pessoa na Avenida Ipanema, conversei com uma das vítimas e ela estava com cinco grandes ferimentos na cabeça.
Um outro senhor de mais ou menos 65 anos de idade, disse ter sido agredido duas vezes na mesma noite pelo filho usuário de crack, tentei convencê-lo a procurar a polícia ou pelo menos um abrigo mas ele preferiu voltar para casa.
21 setembro, 2007
A entidade considerou de bom senso a decisão de seu associado, mandando soltar Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, detidos sob acusação de furtarem duas melancias:
Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão.
Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados e dos políticos do mensalão deste governo, que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional)...
Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém.
Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário apesar da promessa deste presidente que muito fala, nada sabe e pouco faz.
Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia,....
Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo?
Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade. Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir. Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo.
Expeçam-se os alvarás. Intimem-se."
Rafael Gonçalves de Paula
Juiz de Direito
Strangelove, Bush e o Dr. Fantástico
OS EUA mantinham naquela época e mantém ainda hoje uma esquadrilha de 16 bombardeiros B52 carregados com ogivas nucleares, cada avião permanece voando fora da fronteira russa, mas sempre a menos uma hora de um alvo dentro daquele país. A esquadrilha recebe ordens de comando de uma base dentro do território estadunidense e, em caso de guerra total, essa base cortaria todo o contato com o mundo exterior, os bombardeiros atingiriam seus alvos muito antes que os misses ICBMs (nuclear de longo alcance), de ambos os lados fossem lançados - seriam sempre o primeiro disparo de uma guerra total.
Mas por que resolvi postar isto agora?
A semana passada o presidente russo anunciou que vai retomar os vôos de bombardeiros estratégicos próximos aos alvos nos EUA e na atual União Européia, o mundo mudou muito mas a beligerância continua, vôos que tinham sido encerrados com o fim da URSS em 1992 (por contensão de despesas), ajudando a manter o ambiente de segurança pós guerra-fria, agora são retomados. Em todo o mundo se pensa que vivemos, desde a queda do muro de Berlim, uma era de paz e tranqüilidade, só interrompida de evz enquando por ataque de bárbaros terroristas.
Não sou pessimista, mas todo esse ambiente pacífico me faz lembrar a Belle Époque, momento ligeiramente anterior a primeira guerra mundial de euforia e paz e que nas palavras Erick Hobsbawm, um dos mais sensíveis historiadores do século XX, “foi uma era de paz sem precedentes que antecedeu uma era de guerras igualmente sem precedentes”
20 setembro, 2007
Câmara cria comissão especial para avaliar projetos sobre energias renováveis
Só por Deus
O projeto é inconstitucional, pois, segundo nossa carta magna, o Estado Brasileiro é laico. Cada pessoa pode escolher a religião que quiser, ou mesmo não ter religião.
Já o Estado Brasileiro não pode ter religião. Graças a Deus.
E São Paulo, salvo melhor juízo, ainda não se separou do Brasil, embora os cansados assim desejassem.
Mesmo os ateus e agnósticos.
Legenda é tudo - sátira sobre o PT-Sorocaba
Educação Superior Pública e os desafios do novo século.
A ampliação do acesso à educação superior é um dos principais desafios que o Brasil precisa enfrentar para crescer. É esse o motivo que leva o governo federal a empreender ações como os programas Universidade Para Todos e o de Expansão das Universidades Federais.
Os desafios são ainda maiores quando se considera a meta do Plano Nacional de Educação, que estabelece o acesso ao ensino superior de, pelo menos, 30% dos jovens entre 18 a 24 anos. Atualmente, somente 12% dos brasileiros dessa faixa etária estão na universidade.
No país, há cerca de 4 milhões de vagas no ensino superior, das quais apenas 1 milhão nas instituições públicas. Este quadro torna-se mais critico quando se observa a quantidade de vagas oferecidas e não preenchidas nas instituições privadas devido à incapacidade de determinados segmentos sociais arcarem com os custos das mensalidades.
Os investimentos já realizados tornam-se legítimos e necessários quando constatado o papel estratégico das universidades públicas no processo de desenvolvimento do país. Atualmente, cerca de 93% dos programas de pós-graduação estão concentrados nessas instituições, responsáveis por 97% da produção científica do país. Seu papel, portanto, não está restrito ao ensino, mas, também, à pesquisa científica e à extensão universitária, como determina a Constituição Federal.
Crise – Durante a década de 90, as universidades brasileiras enfrentaram grande crise: de recursos financeiros e humanos. Assim, durante o primeiro mandato do presidente Lula, o debate no campo universitário girou em torno dessas questões. “Arrumar a casa para depois crescer ou crescer arrumando a casa?” Este era o dilema no interior das universidades quando o presidente estabeleceu a prioridade de expandir vagas no ensino superior.
Durante os anos 2003/2006, simultaneamente à criação de dez universidades federais e implantação de 49 campi universitários no interior do país, o governo federal autorizou a contratação de mais de 9 mil professores e de 14 mil técnico-administrativos, números que representam um acréscimo de 21,9% de pessoal das universidades.
Em relação ao orçamento, o aumento global nos orçamentos das instituições de educação superior foi de 31,5%, entre 2002 e 2007. Os recursos destinados ao investimento das universidades federais foram elevados em 905%, enquanto que para o custeio, o crescimento registrado foi de 63,5%.
Certamente, a situação do ensino superior federal obteve uma significativa melhora em termos de pessoal e orçamento, mas o desafio de ampliar o acesso ao ensino superior ainda não foi superado.
Reuni – Com cerca de 10 milhões de jovens matriculados no ensino básico e o novo estimulo criado pelo Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), a demanda por ensino superior e gratuito aumentará significativamente nas próximas décadas. Neste sentido, o atual modelo de educação superior das universidades federais precisa ser revisto.
Ciente dessas demandas, o presidente Lula sancionou o Decreto nº 6.096, instituindo o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, conhecido como Reuni e parte do Plano de Desenvolvimento da Educação. O programa possui duas metas: elevar a taxa de conclusão dos cursos de graduação em 90% e aumentar a relação de alunos de graduação em cursos presenciais por professor para 18, num prazo de cinco anos. Atualmente, essa taxa é de 13 alunos por docente.
O sistema federal de ensino superior insiste, ainda, num modelo de educação superior profissionalizante baseado em programas franco-ibéricos, que considera os estudantes egressos do ensino médio como aptos a ingressar no mundo profissional após a conclusão de seus cursos. Contudo, as deficiências do ensino médio não se limitam apenas ao domínio da língua portuguesa, mas são visíveis, também, na (in) capacidade dos jovens em elaborar conexões argumentativas complexas ou realizar abstrações teóricas. Nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil, por exemplo, as principais falhas na formação dos profissionais são provenientes de insuficiências do ensino médio.
O resultado é a formação de profissionais com sérias deficiências de escrita, leitura, operações lógicas, ou seja, das habilidades acadêmicas básicas. Assim, jovens de 16 a 18 anos são obrigados a precocemente escolher uma profissão para o resto de suas vidas sem sequer terem domínio básico para tal empreitada.
Ao mesmo tempo, estudos realizados pelo Observatório Universitário demosntram que quase 80% dos alunos matriculados no ensino superior encontravam-se em cursos relacionados às profissões regulamentadas que, ademais, respondiam por 67% dos cursos de graduação oferecidos e por 78% das conclusões.
Excluindo o curso de medicina, mais da metade (53,96%) das pessoas com nível superior nas áreas regulamentadas exerciam trabalhos diversos, não necessariamente correspondentes às áreas em que se formaram. Entre os estudantes de direito, um pouco mais que a metade exerce ocupações na área de formação e entre as engenharias, cerca de dois terços dos formados não trabalhavam na área.
Assim, se por um lado temos um egresso do ensino básico sem condições para a imediata profissionalização devido a deficiências básicas que se reproduzem mesmo depois do ensino superior, por outro, temos um dinâmico mercado de trabalho no que se refere as ocupações profissionais.
O Reuni torna-se, assim, momento propício para que as universidades superem essas dificuldades, distinguindo as profissões do mercado de trabalho da formação universitária, sem desconsiderar os conteúdos profissionalizantes necessários a tal formação, mas o faça a luz da chamada sociedade do conhecimento e das transformações no mundo do trabalho e da sociedade brasileira.
Marcio Alexandre Barbosa Lima é cientista social (USP) e mestre em sociologia (Unicamp)
"A existência do Senado é um desserviço à democracia brasileira. É chegada a hora de discutir o fim do sistema bicameral do país."
"... é inexplicável a abstenção: a quem não estava convencido da quebra de decoro cabia a opção consequente de votar pela absolvição."
Pela permanência do site Domínio Público!!!
Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:
· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA
· e muito mais
Esse lugar existe!
O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso,basta acessar o site: www.dominiopublico.gov.br
Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Divulgue para o máximo de pessoas!
O perfil da mãe adolescente
O fato que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a ausência de perspectivas das mães adolescentes. De acordo com a coordenadora do ambulatório, Marilucia Picanço, 67,5% delas disseram não ter nenhum projeto de vida, como estudos, carreira ou casamento.
Os pesquisadores verificaram ainda que 20% das adolescentes trabalhavam, enquanto quase a metade das mães com mais de 20 anos tinha emprego. Sem poder contar com uma renda fixa, 12,5% das adolescentes ainda não recebiam apoio financeiro do pai da criança. Nesses casos, quem assume a responsabilidade são os pais da adolescente, explica Marilucia.
Pnad
As cidades e o aquecimento global
19 setembro, 2007
Pobreza tem maior queda nos últimos anos
Os Bandeirantes eram judeus (Anita Novinsky)
"Os historiadores nunca primaram pelo equilíbrio ao retratar Antônio Raposo Tavares (1598-1658), um dos mais mitológicos bandeirantes. Ou era guindado ao céu como o "bandeirante magno, vulto formidável", segundo a descrição de Affonso Taunay, ou era jogado no inferno como assassino, herege e matador de padres.
A historiadora Anita Novinsky, professora de pós-graduação na USP, reuniu documentos encontrados em Portugal segundo os quais Raposo Tavares teria razões religiosas para queimar igrejas: sua madrasta, Maria da Costa, foi presa pela Inquisição em 1618 sob a acusação de "judaísmo" e só saiu do cárcere seis anos depois."
(...)
"Há razões ideológicas na fúria dos bandeirantes contra a igreja. Ela representava a força que tinha destruído suas vidas e confiscado seus bens em Portugal", diz Novinsky, autora de oito livros sobre a Inquisição. Raposo Tavares matou jesuítas porque eles eram comissários da Inquisição na América, segundo a historiadora.
Uma outra história
Segundo a nova perspectiva, Raposo Tavares e bandeirantes que atacavam igrejas podem ser vistos como "subversivos", desafiadores da hegemonia católica, na visão de Novinsky. Entre os bandeirantes, eram cristãos novos Raposo Tavares, Fernão Dias Paes e Brás Leme. Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, matou com um tiro na cabeça o padre Diogo de Alfaro, que tinha sido enviado pela Inquisição para investigar os paulistas.
(...)
Os ataques das bandeiras às reduções, áreas em que os jesuítas agrupavam os índios para catequizá-los, ocorreram na primeira metade do século XVII. O mais célebre dos ataques foi contra as reduções na região de Guairá, hoje território paraguaio, em 1628. Raposo Tavares teria saído de São Paulo com 900 brancos e 3.000 índios.
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Por outro lado...
Os conflitos entre a Igreja, o Estado português e os colonos europeus na América sobre a escravidão indígena são constantes durante todo o período colonial, desde quando Colombo desembarcou na América e começou a usar os índios como mão-de-obra forçada, houveram opiniões favoráveis e contra os métodos realizados (dentro e fora da igreja), discutiu-se se os índios possuíam mesmo alma, se a escravidão não era uma forma de catequização, etc.
Os jesuítas também não representavam diretamente a opinião da Igreja, nem o Estado os apoiou sempre, eles foram uma das faces do poder religioso na época e durante um certo período um dos braços do poder colonial. Em 1750 o Estado português resolveu expulsa-los de seus domínios, mas isso não quis dizer que o Estado tenha se tornado anti-clerical (como o raciocínio acima pode levar a crer), pelo contrario, o Estado se apoiou em outros grupos religiosos.
Os defensores desta tese (a do ódio religioso) tentam desqualificar os argumentos econômicos em detrimentos dos religiosos (ideais), os argumentos religiosos ideais são realmente muito importantes mas estavam intimamente interligados aos interesses político e comercial. Não dá para lutar contra o fato de que, na colônia portuguesa (hoje Brasil), os jesuítas, usando-se da mão de obra escrava, tenham montado um império (econômico-religioso) dentro do Império português independente de seu Estado, na região amazônica eles tinham até mesmo monopólio sobre o comércio; na região sul a catequização forçada dos índios se opunha ao aprisionamento do gentio por parte dos bandeirantes e ambos rivalizavam.
Nos séculos XVII e XVIII, no contexto das disputas fronteiriças entre a colônia portuguesa e a espanhola, os jesuítas ergueram fortalezas e impediam a penetração dos portugueses nas regiões sob litígio, o que resultou em conflitos armados.
Boa parte das expedições bandeirantes dirigidas contra as reduções jesuíticas do sul partiram de Sorocaba, mas isto não tem relação com o fato de os bandeirantes serem cristãos-novos, pode até ter ajudado mas o fundamento era outro. E Baltazar Fernandes também não era judeu, era mestiço de índio com europeu, talvez um europeu cristão-novo.
18 setembro, 2007
Adolescentes engravidam para segurar namorado, diz secretaria de Saúde de Sorocaba
Uma declaração da responsável pelo setor de “Planejamento” Familiar da Secretaria Municipal de Saúde de Sorocaba que me deixou profundamente assustado:
“Muitas adolescentes ficam grávidas porque querem segurar o parceiro ao seu lado. Ao contrário do que as pessoas pensam, apenas uma pequena fração engravida por acidente”.
É o tipo de informação que diz muito mais sobre o seu agente do que sobre o fato tratado. Não quer dizer que seja mentira, pode até ter uma base empírica (circunstancial) mas a sua intenção distorce completamente a realidade.
Não sei em que a pediatra da prefeitura se baseia, mas se isso fosse verdade estaria-mos a ponto de constatar que os adolescentes estão primando pelo relacionamento duradouro, visando a constituição de uma família monogâmica cristã.
Isso tudo vai na contramão dos fatos observados pelos sociólogos e psicólogos a respeito da dissolução do ideal de família convencional na sociedade capitalista pós-moderna.
A vulgarização do sexo tem se mostrado uma realidade cada dia mais impactante nos relacionamento entre os jovens e se não existe uma política de conscientização e planejamento familiar é claro que as adolescentes vão engravidar.
Os relatos que tenho ouvido de amigos pediatras e psicólogos indicam exatamente o contrário do que diz a Secretaria de Saúde, ou seja, o problema não é individual, é antes de tudo social e só pode ser trabalhado enquanto tratado no âmbito das políticas públicas de saúde.
A gravidez na adolescência é um grave problema de nossa realidade e fugir a esta responsabilidade, colocando a culpa num indivíduo que sequer pode responder por si, tem o único objetivo de eximir o poder público de sua parcela de responsabilidade sobre o planejamento familiar.
Bertold Brecht
de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence."
16 setembro, 2007
Pnad
15 setembro, 2007
Energia Limpa
14 setembro, 2007
O Evangelho de Oscar Wilde
"Abençoados aqueles que não tem nada a dizer e ficam de boca fechada".
"As coisas de que mais gosto na Igreja Católica são o vinhos e os pecados..."
"As pessoas mais interessantes são os homens que têm futuro e as mulheres que têm passado."
"O verdadeiro amigo te apunhala pela frente"
"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas não faz mais do que existir."
" Experiência é o nome que todos dão aos seus erros"
"Um homem pode ser feliz com qualquer mulher, contanto que não a ame."
13 setembro, 2007
Sobre o Renan
Particularmente eu acho o Renan Calheiros desprezível, fez parte da base do governo FHC e agora de Lula, é um típico coronel das cercanias do planalto central que vende o seu voto no Senado da mesma forma (e com o mesmo) que compra bois (a preço inflacionado), nenhum pouco diferente de outros tantos políticos da oposição e da base aliada ao governo.
O que me chamou atenção no caso da absolvição de Renan foi o fato de ele ter identificado corretamente seu maior inimigo dentre todos os partidos da cena política brasileira - o Partido da Mídia. Este partido jogou o que pode contra ele numa tentativa de o relacionar com o governo, não conseguiu e ainda amargou uma incrível derrota.
Corrupção e impunidade não é fato novo, mas essas consecutivas derrotas do Partido da Mídia merecem atenção.
12 setembro, 2007
O Circo do senado
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) ocupou a tribuna da câmara dos deputados para "denunciar" a agressão.
Acabou se dando mal, porque quem roubou a cena, logo em seguida, sendo aplaudido pelos seus pares, foi o deputado Sílvio Costa (PMN-PE), que desmentiu a versão de agressão, afirmando que Jungmann provocou os seguranças do senado, "apenas para aparecer na Imprensa".
Em seguida, Costa disse que havia muita gente no congresso se passando por paladino da moralidade, numa alusão a Jungmann. E complementou: "Mas, esse deputado que me antecedeu aqui, na tribuna, precisa explicar a maracutaia de R$ 33 milhões que se envolveu quando ministro da Reforma Agrária. Ele não é vestal nenhuma da moralidade. Muito pelo contrário. Tem um pepino nas costas de R$ 33 milhões"
Na minha terra esse negócio de pepino nas costas não pega bem, deputado.
Enquanto isso, no senado, Renan jogava merda no ventilador:
"- senadora Heloísa Helena. A senhora sonegou o pagamento de impostos em Alagoas. Deve mais de R$ 1 milhão. Tenho um documento aqui que prova isso. E nem por isso eu o usei contra a senhora."
Em seguida, virou-se para Jefferson Perez (PDT-AM) e comentou:
"- Veja bem, senador Jefferson Perez. Eu poderia ter contratado a Mônica [Veloso, ex-amante dele] como funcionária do meu gabinete. Mas não o fiz."
Perez nada disse. Ouviu calado, fingindo de morto, que é o melhor a fazer nessas horas.
Então foi a vez do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Renan disse olhando diretamente para ele:
"- A Mônica Veloso tem uma produtora. Eu poderia ter contratado a produtora dela para fazer um filmete e pendurar a conta na Secretaria de Comunicação do Senado. Eu não fiz isso."
Simon ouviu calado.
Esses eram os inimigos dele. O que não saberá dos amigos?
Pela primeira vez, na história desse país, temos uma oposição circense. É só palhaço, malabarista e mágico!
A jornalista Mônica Veloso, a cortesã que quase derrubou Renan Calheiros, reprovou as fotos feitas pela revista Playboy. Irá reunir-se com executivos da revista para marcar um novo ensaio fotográfico. No primeiro, nem o photoshop salvava.
Nada disso interessa ao povo. Esse quer saber quem matou Taís. Nada mais.
Ai do Renan se houvesse feito um filho na Paula. Estava frito.
Quem te viu, quem te vê
Arthur Virgílio, por exemplo, que hoje fez veemente defesa do voto aberto no início do julgamento, dizia na ocasião: "O voto secreto é um instrumento que deixa o parlamentar a sós com sua consciência em uma hora que é sublime, em que o voto é livre de quaisquer pressões, que podem ser familiares, do poder econômico, de expressão militar ou de setores do Executivo. Voto pela manutenção do voto secreto".
E assim também fizeram, na ocasião, seus colegas Cesar Borges (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), Eduardo Azeredo (PSDB), Heráclito Fortes (DEM), Garibaldi Alves (PMDB), Gerson Camata (PMDB), Agripino Maia (DEM), Edison Lobão (DEM), Marco Maciel (DEM), José Sarney (PMDB), Mão Santa (PMDB) e Leomar Quintanilha (PMDB), entre outros.
Ou seja, muda a platéia, muda o voto.
fonte: Blog dos blogs
Retaliação cruzada
11 setembro, 2007
11/09/1973 - Ultimo discurso de Salvador Allende
"Frente a estes fatos, só me cabe dizer aos trabalhadores: não vou renunciar!
"Colocado neste transe histórico, pagarei com minha vida a lealdade do povo, e digo-lhes que tenho certeza que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos não poderá ser apagada definitivamente. Eles têm a força, mas não se detêm processos sociais pelo crime e pela força. A História é nossa, ela é feita pelos povos.
"Me dirijo ao homem chileno, operário, camponês, intelectual, àqueles que serão perseguidos porque em nosso país o fascismo já se faz presente há algum tempo em atentados terroristas, sabotagens de estradas de ferro e pontes, oleodutos e gasodutos.
"Frente ao silêncio dos que tinham a obrigação – interrupção momentânea da transmissão de Radio Magallanes - ...a que estavam submetidos. A História os julgará.
"Seguramente, Radio Magallanes será calada e o metal tranqüilo da minha voz não chegará mais a vocês...
"Não importa ... Não importa, vocês seguirão me ouvindo, estarei sempre junto de vocês, pelo menos minha lembrança será de um homem digno, leal à lealdade dos trabalhadores.
"O povo deve se defender, mas não se sacrificar. Não deve deixar-se arrasar nem crivar de balas, mas tampouco pode se deixar humilhar.
"Trabalhadores da minha pátria: tenho fé no Chile e no seu destino. Este momento cinzento e amargo, onde a traição pretende se impor, será superado. Sigam sabendo que muito mais cedo do que tarde de novo se abrirão as grandes avenidas por onde passará o homem [livre] digno que quer construir uma sociedade melhor...
"Viva Chile, viva o povo, vivam os trabalhadores... Estas são minhas últimas palavras ... Tenho certeza de que meu sacrifício não será em vão, tenho certeza de que pelo menos será uma lição moral que castigará a felonia, a covardia e a traição...".
ouça aqui o discurso de Allende
11 de Setembro no Chile
O Chile é mesmo uma incógnita.
O governo socialista do Chile proibiu a tradicional manifestação em homenagem a Salvador Allende, em frente à porta lateral do Palácio Presidencial La Moneda, mesmo local onde o ex-presidente socialista foi morto durante o golpe militar de 11 de Setembro de 1973 - liderado por Augusto Pinochet.
Enquanto isso, no cemitério onde o ex-ditador foi enterrado, hoje foi inaugurada uma cripta, como o primeiro passo para a construção de um grande mausoléu a ser financiado por uma organização que leva o nome do general.