31 outubro, 2007
Escândalo do leite envolve Zé Dirceu e Valério
30 outubro, 2007
Calcinhas pela democracia II
26% disseram que sim, que doariam suas calcinhas em favor da democracia e 20%, embora se solidarizem com luta, não usam calcinha.
E a grande maioria, impressionantes 46%, fariam qualquer coisa pelos monges.
Depois de saber do resultado da enquete, o Fábio raspou a cabeça, está usando hábito e entoando mantras...
O portal Transparência não funciona
Recebi ontem um e-mail de um amigo dizendo que encontrou irregularidades numa destinação de verbas para ampliação de centros esportivos em Sorocaba, ele enviou uma mensagem à CGU pelo site Transparência e, qual foi sua surpresa quando a Prefeitura Municipal de Sorocaba respondeu o seu questionamento – a CGU simplesmente retransmite reclamações e dúvidas a prefeitura para que ela averigúe e responda.
29 outubro, 2007
O mito da criação sob a perspectiva de um Deputado Federal
No princípio era a Verba. E Deus disse:
E não aconteceu absolutamente nada. Então Deus, que não é dos mais pacientes e, por muito menos, ainda iria exterminar os dinossauros, inventar a gripe asiática e dar a idéia da Fanta Uva, disse:
— Faça-se a luz, porra! Eu tô mandando!
E Deus criou o eco, mas a luz não apareceu. E um anjo surgiu das trevas e disse:
— Ué? Pede pra aparecer e acha que ela aparece, é? Tá pensando que é quem? O ACM? Não é assim não, Pai. Vamo dividindo essa Verba que dá pra todo o mundo.
E Deus achou justo e disse:
— Faça-se a licitação para criar a luz!
E dez anjos se apresentaram. Então um deles deu a idéia de aumentar o preço da obra em cem vezes, ganhar a concorrência e dividir o dinheiro entre os demais. E os outros acharam bom.
E o vencedor disse:
— Pronto, Pai. Vou fazer o Sol, um negócio que será um espetáculo: totalmente livre de raios ultravioleta, sem explosões, imóvel e quadrado.
E Deus achou passável e disse:
— Vê se apronta tudo isso até o sexto dia, que no sétimo eu quero ir pra praia e vou sair cedo, porque a Marginal está impraticável.
Então, em sua magnanimidade, pegou o seu exemplar de “Guerra e Paz”, que vinha lendo desde o princípio dos tempos e já estava quase na metade, e se recolheu a um canto do infinito para esperar.
E, no tempo aprazado, voltou para apreciar a obra, de bermudão e Havaianas, e encontrou, em vez do Sol, um grande lampião a gás que orbitava em torno da Terra. E Deus não achou nada bom e gritou:
— Que merda é essa?
— Bom, Pai, com aquela pequena Verba que o Senhor deu, foi o que se pôde arranjar.
— Um foguinho ridículo desses?
— Não solta muito ar pela boca que ele apaga.
E Deus xingou e amaldiçoou e bateu o pé. Mas, como não teve outro jeito, acabou liberando mais Verba.
Nove bilhões, quatrocentos e noventa e oito milhões, novecentos e trinta e quatro mil, duzentos e oito anos se passaram. E Deus já tinha entrado no cheque especial e feito mais de uma centena de empréstimos consignados. Estava com o nome sujo desde Órion até Andrômeda e a obra não ficava pronta.
Então Deus disse:
— Deixa essa porcaria como tá! Chega! Mas tu me paga, anjo safado! Ah, tu me paga!
— Nã-não, Senhor! Por favor! O Senhor vai me mandar pro Inferno?!
— Pior. Vou mandar você e os outros pro Brasil!
28 outubro, 2007
Fatalismo
Sabemos que muitos senadores do próprio PT, por razões obscuras que a meu ver excedem o pretexto da “governabilidade”, votaram ou se abstiveram de votar pela absolvição de seu nobre colega.
Se desde 2005 os eleitores e militantes não sabem quantos, entre os políticos eleitos pelo PT, permanecem petistas, agora temos a impressão de que a sigla nos foi definitivamente roubada. Aqueles que se consideram petistas em função do compromisso histórico com o projeto político e os valores éticos que o partido um dia representou perderam qualquer condição de ostentar o simpático símbolo da estrelinha.
Projetos políticos talvez não resistam intactos à experiência concreta do poder: é próprio da democracia que um governo seja forçado a negociar suas promessas de campanha. Mas compromissos éticos deveriam ser, pela própria natureza, inegociáveis. Não podem ser negociados a depender dos interesses, declarados ou obscuros, dos representantes do povo.
A depressão, que Walter Benjamin chama elegantemente de melancolia, é indissociável do fatalismo, este sentimento de insignificância que nos toma quando nos vemos diante de forças que ultrapassam qualquer possibilidade humana de ação. Chamamos de fatalidades as grandes catástrofes naturais diante das quais o engenho humano pouco ou nada pode. Chamamos de fatalistas aqueles que se demitem diante do que consideram um destino inelutável.
Fatum, fado, destino fatal. Contra a fatalidade, nada se pode fazer. Mas contra os outros desafios e reveses da vida, contamos com o que? Com a coragem e a criatividade. E acima de tudo, com a ação política.
O fatalismo melancólico, escreveu Benjamin, nos abate quando nos vemos diante de um “mundo vazio”. Vazio de nossa intervenção, num quadro em que as ações humanas são privadas de valor. A economia, no governo Lula, vai bem. Um tímido projeto político de distribuição de renda e justiça social está em andamento, com resultados favoráveis aos mais pobres. Mas a lógica econômica não pode prevalecer sobre a ética na política. Um governo que não consegue sustentar nenhum preceito simbólico superior aos interesses econômicos – ou o que é pior, no cenário atual, aos interesses corporativos e privados – lança a sociedade em um cenário de “topa tudo por dinheiro” que põe em risco a própria ordem social. Um governo que fecha os olhos para a falta de ética, de decoro e de transparência em nome da governabilidade produz, na sociedade, efeitos ingovernáveis – além de uma descrença generalizada, próxima do abatimento melancólico.
Walter Benjamin escreveu que a melancolia fatalista, no quadro da luta de classes, é provocada pela “identificação afetiva com os vencedores”. É quando os derrotados abrem mão de sua história e abandonam sua perspectiva, fascinados pelo “cortejo triunfal” dos que os derrotaram. A famosa frase “não existe um documento da cultura que não seja, ao mesmo tempo, um documento da barbárie” coroa o límpido argumento de Walter Benjamin. Se um dia os vencedores de turno, que já se curvaram de maneira fatalista ante as condições impostas pelas velhíssimas oligarquias ao exercício da política no Brasil, resolverem erguer um monumento à sua vitória, quero ficar fora dele.
(...)
Maria Rita Kelh
27 outubro, 2007
26 outubro, 2007
25 outubro, 2007
Coluna do Jeca
24 outubro, 2007
Ética tucana - um contrasenso
O tucano mineiro era acusado de desviar dinheiro do governo de Minas, através das agências de publicidade de Marcos Valério, para fazer sua campanha à reeleição. Apesar da maracutaia, perdeu.
Mesmo diante da gravidade das denúncias, a mesa do Senado decidiu arquivar o caso. E a grande mídia, também arquivou o assunto. Um ou outro telejornal, de forma tímida, como quem surpreende a mãe dançando na zona.
Em São Paulo, o Ministério Público Estadual investiga as relações do Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transportes e Meio Ambiente (Idelt) com o governo paulista e prefeituras.
O Idelt é uma organização não governamental criada pelo tucano Alberto Goldman, vice-governador paulista, por Frederico Bussinger, ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo, e Thomaz de Aquino Nogueira Neto, atual presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), entre outras pessoas ligadas ao setor de transporte público e ao PSDB.
É presidido pela mulher de Bussinger, Vera Bussinger. E recebeu pelo menos R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos sete anos.
É a turma do Serra. A gente cria uma empresa, sua mulher toma conta, ganha as licitações. Isso quando houver licitação...
Por fim, o caso do "gênio" tucano...
O senador Marconi Perillo (PSDB) e sua esposa conseguiram que a faculdade Alves Faria (AlFa) criasse uma turma exclusiva do curso de direito para eles. Isso mesmo: um curso de direito só para os dois.
Uma ação civil pública, apresentada pela procuradora Mariane Guimarães de Melo Oliveira quer acabar com o curso "especial" de Direito do senador.
Segundo a procuradora, o curso violou o “princípio de igualdade” a todos os cidadãos, definido pela Constituição e normas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. “Ele tem uma sala de aula só para ele, professores só para ele, horário de acordo com a conveniência dele às segundas-feiras, sextas-feiras e sábados pela manhã, e ainda não fez vestibular; isso é tratamento diferenciado”.
A faculdade justificou a turma especial por ser o seu aluno “famoso e carismático”.
Famoso? Sei.
Muitos tucanos sempre fizeram afirmações preconceituosas contra o presidente Lula por não ter concluído um curso superior.
É que, provavelmente, ele não teve essas facilidades...
23 outubro, 2007
Um caipira na Capital Federal
Bolacha de ervas que aumentam os peitos (Pueraria Mirifica)
"Se meus seios crescerem de verdade, isso será um experimento incrível".
Segundo informações da imprensa inglesa cada bolacha japonesa conta com um valor calórico de 68,7% e contém gordura trans, que o organismo manda direto ao peito (será que estão confundindo coração com peito?), assim como 50 miligramas de uma erva que, supostamente, engrandece essa mesma zona, a Pueraria Mirifica.
Os fabricantes asseguram que se as mulheres comerem duas dessas bolachas por dia, seus seios podem aumentar em até um número.
...
Mel C teria afirmado que se os seus seios crescerem realmente, ela pretende retribuir a comunidade japonesa com uma rosquinha que faz o pênis crescer.
Guia preventivo contra invasões de terras
Esses dias eu entrei no blog do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (isso mesmo!), herdeiro direto da casa imperial brasileira e pretenso sucessor de Dom Pedro II.
A patética figura é um defensor fervoroso da aristocracia agrária brasileira e aguerrido opositor do governo Lula, em seu blog faz críticas à democracia além de ensinar fazendeiros a se defender da reforma agrária, não pude deixar de pedir através do blog o meu "Guia Preventivo Contra Invasões de Terras" que recebi hoje em meu endereço.
Junto veio um livro do jornalista Nelson Ramos Barreto "A Revolução Quilombola", onde ele afirma que o governo lula esta incitando uma luta racial no campo ao demarcar e dar posse de terra as comunidades quilombolas "o Presidente Lula, usando e abusando de uma inexistente luta racial no Brasil, soltou um decreto confiscatório que prepara de fato uma imensa reforma agrária e urbana (sic)"
Inexistente luta racial? Imensa reforma agrária?
Eu queria ter a esperança naquilo que o Príncipe Dom Bertrand tanto teme: "as portas estão abertas para um regime comunista no Brasil" – apesar desses avanços o governo Lula ainda esta longe de causar grande risco a propriedade privada.
Além disso, como afirma sua alteza real: "No caso das invasões de terra você e eu temos a lei do nosso lado!" (eu não cara pálida)
22 outubro, 2007
Fato ou opinião?
A determinação do CVM (Conselho de Valores Mobiliários) diz que os jornalistas que cobrem o mercado de capitais deverão deixar claro nas matérias o que é fato e o que é mera opinião, para impedir a especulação jornalística sobre as ações.
Apesar de ser uma regulamentação necessária ao pleno funcionamento do capital financeiro a decisão abre um importante precedente em favor da livre formação de opinião contra libertinagem da opinião formada na imprensa brasileira.
Espero que isso sirva para que se possa refletir sobre o controle social da imprensa, principalmente quanto à atuação dela nos processos eleitorais e no lóbi parlamentar.
É um ótimo começo!
Concurso público
A Prefeitura Municipal de Sorocaba deverá abrir dezenas de vagas em concurso público para diversos cargos até o final do ano, entre eles, Auxiliar administrativo e oficial administrativo.
Espera-se que a prefeitura vá contratar também os funcionários para trabalhar no SAMU-192 (Serviço de Atendimento Médico de Urgências) implantado pelo governo federal em Sorocaba em consórcio com a prefeitura. Provisoriamente, o SAMU está funcionando com funcionários plantonistas emprestados dos PA - por isso a expectativa.
Aguardem!
Ze Eduardo, Edinho e Paulo Henrique: os nossos Presidentes!!!
Sou candidato a Presidente Nacional do PT.
E o papel do nosso partido? Cabe ao presidente do PT construir, junto com a direção nacional, um papel programático para o nosso partido, que é diferente de pedir audiência e diferente de pressionar. Um papel de construir diálogos e direção para as grandes disputas que transcorrem no país e no governo a partir de posições bem definidas. Esse papel precisa ser encampado e conduzido pelo novo presidente do PT.
21 outubro, 2007
Calcinhas pela democracia
Assim, diversas mulheres, atendendo a um chamado da organização Lanna Action for Burma, estão enviando sua calcinhas para as embaixadas da Birmânia.
Eu, que sempre fui um grande defensor da democracia e aliado das lutas pela liberdade, faço minha parte. Estou recolhendo calcinhas aqui em casa, para, depois, enviá-las a alguma embaixada de Mianmar e derrubar essa tirania opressiva.
A besta
Eu acho que o presidente Bush é a besta do apocalipse.
Eleito com o apoio maciço de fundamentalistas cristãos, conseguiu transformar a democracia americana num estado policial, onde as pessoas podem ser presas, sem processo ou julgamento, acusadas de colaboração com o terrorismo. Um lugar onde todas as comunicações (telefone, internet, conversas em lugares públicos ou privados), podem ser monitoradas pelo governo, sem autorização judicial.
Atacou o Afeganistão, que, até hoje, enfrenta a guerra entre os combatentes do Talibã e as forças do governo local, apoiadas pela OTAN.
Atacou o Iraque, onde enfrenta o pior vexame estratégico desde a guerra do Vietnã. Os militares americanos reconhecem que já perderam a guerra, mas não sabem como sair, sem deixar para trás uma guerra civil que colocaria em risco o abastecimento mundial de petróleo.
Na semana passada, Bush ameaçou o Irã com a "terceira guerra mundial", fazendo, na verdade, um ameaça velada à China e à Russia. Não pensem que se trata de um blefe. O louco é capaz de tudo.
Em mais um capítulo da desastrada política externa de Bush, permitiu que os Curdos, no norte do Iraque, organizassem uma resistência que presta assistência ao Curdos na Turquia. Assistência que inclui armas, dinheiro e campos de treinamento para o PKK.
Diante de ataques do PKK realizados há poucos dias, os dirigentes da Turquia preparam-se para atacar o Iraque. A o governo Sírio declarou que apoiaria o ataque Turco. A situação na região, que é bastante complexa, pode evoluir para uma guerra envolvendo vários países locais e potencias ocidentais.
Enquanto isso, o mundo aguarda o fim do mandato de Bush, torcendo para que ele não destrua a humanidade antes.
"Uma bosta..."
"Nós temos um jornalismo diário, desculpem, de bosta. Não dá pra ler, não sabem escrever. É de chorar. A televisão idem."
17 outubro, 2007
O fenômeno!
Bate-bola entre Lula e Thabo Mbeki, presidente da África do Sul, hoje na abertura da reunião do grupo Ibas (Índia, Brasil e África do Sul):
“[A África do sul] resolveu contratar um técnico com experiência em ganhar títulos mundiais, que é o Parreira” (Lula)
“Se perdermos, botaremos a culpa no técnico” ( Mbeki)
"Se for na final com o Brasil, perder é normal" (Lula)
15 outubro, 2007
O PT-Sorocaba e as pesquisas
Essa "alternativa" de escolha já vinha sendo ventilada nos bastidores do PT-Sorocaba há algum tempo.
Quando não há consenso, em princípio, o PT deveria escolher seus candidatos através de prévias internas. É uma das marcas do PT.
Alguns companheiros acreditam que o processo de prévias é desgastante. Em certas situações, é verdade. Mas não em razão das prévias e sim do próprio espírito da disputa interna.
Uma pesquisa, para ter credibilidade, deverá considerar um grande universo de entrevistados. E nesse momento, ou nos próximos meses, considerar uma série de variáveis. Crespo será candidato ou não? O candidato do PSDB será Amary ou Lippi? Gabriel será candidato a prefeito ou a vereador? E o PSTU, fará acordo com o PSOL ou lançará candidato próprio? Todas essas possibilidades devem ser levadas em conta, o que fará com que a pesquisa tenha um custo altíssimo.
Qual será o resultado provável? Os nomes do PT - Hamilton e Iara - muito próximos, dentro da margem de erro. Isso será suficiente para decidir qual o melhor nome?
E mais: como nosso principal objetivo é derrotar o projeto tucano em Sorocaba, substituindo-o por uma alternativa à esquerda, no caso de Gabriel Bitencourt, pelo PCdoB, ou Raul Marcelo, pelo PSol, estarem melhor colocados nas pesquisas, o PT-Sorocaba abdicaria de lançar candidato próprio?
Bacaroço venceu!
Os argumentos de dona Maria, a louca, não convenceram nem mesmo o governador, que é de seu próprio partido.
Melhor para os estudantes.
Eu acredito que o governador José Serra vetou o bisonho projeto depois de ler o bah!caroço! e conhecer nossos argumentos.
É isso aí Serra, continue lendo o blog e seguindo nossos conselhos.
Você está em seu apartamento? Então, caminhe até a janela. Agora pula!
14 outubro, 2007
O mito da criação sob a perspectiva de um pinto
— Faça-se a penetração.
Mas o pinto não se mexeu. E, cabisbaixo, perguntou:
— Aquilo não tem dente?
E Deus, em sua eterna sabedoria, deu uma mãozinha a ele. E, após trocar cinco dedos de prosa com o Senhor, o pinto levantou-se, triunfante. Mas, como só tem um olho, complicou-se e acabou entrando na porta errada. E o pinto disse:
— Tá tudo escuro aqui!
E Deus replicou:
— Faça-se a luz!
Então o pinto pôde enxergar. E achou ruim.
— Pô, mas isso aqui é uma merda!
E Deus, em sua infinita paciência, falou:
— Não tá gostando, abilolado?
— É muito sujo.
— Ha! Você precisa ver quando eu criar o Congresso brasileiro.
— Além disso, fede, é quente, mal-iluminado...
— Espere só até conhecer o Recife.
— ... e apertado demais.
— Apertado! O que não é a falta de parâmetros. Tente passar o mês com um salário mínimo no futuro Brasil.
— Além do mais, dói pra entrar.
— Que é que você queria? Qual seria a graça caso não houvesse dor pra, depois, se alcançar o prazer? Olha... isso dá até uma bela teologia, hein? Taí, você me deu uma idéia. Vou inspirar um livro nesse sentido. Mas peraí, dói? Onde é que você... Burronaldo! Você tá no lugar errado! Seu jumentildo! Sai já daí!
E Deus sacou o pinto e, como não tivesse onde lavá-lo, separou as águas que estão debaixo do firmamento daquelas que estão por cima. E o pinto pairou sobre a face das águas. E Deus disse:
— Ui! — e se arrepiou todo, pois a água estava gelada.
Em seguida — porque, apesar de não ter subconsciente, é seguidor de Freud —, o Senhor colocou o pinto no lugar psicanaliticamente correto.
E o pinto achou bom:
— Que maravilha! Quanta diferença! Obrigado, Senhor.
E Deus replicou:
— Isso, vai se divertindo. Quero ver daqui a nove meses.
E o pinto continuou:
— Devo admitir que, tirando a cueca samba-canção, essa foi Sua melhor invenção até agora, Pai.
E Deus não disse nada mas, em sua sempiterna bondade, começou a trabalhar num primeiro esboço de doença venérea. E, para reprimir ainda mais a sexualidade humana, imaginou o casamento como forma de punição.
Texto plagiado de Marconi Leal
13 outubro, 2007
Definição de socialismo do Principe Dom Bertrand de Orleans e Bragança (sic) veja mais em seu blog
Meu Deus (Marx), dai conforto a esta alma!
... e ao Espirito Santo também.
11 outubro, 2007
Renan foi enxotado
Ex-líder do governo Collor na câmara dos deputados e ex-ministro da justiça de FHC, aproximou-se do governo Lula desde o princípio, conseguindo, assim, eleger-se presidente do Senado.
"Licença" é uma licença poética usada por Renan, já que ninguem acredita, seriamente, que ele possa voltar ao cargo. Tentará, isso sim, de forma desesperada, não ser cassado.
Quem diria que um personagem dessa envergadura, homem de confiança de Collor, FHC e Lula, seria derrubado por uma perereca. Ele deu uma nova acepção do termo "enxotado".
Por isso, jovens políticos, cuidados com as ex-mulheres, ex-namoradas, ex-mães de filhos não declarados.
Assim como Renan, vocês poderão ser enxotados.
10 outubro, 2007
Que fazer?
09 outubro, 2007
Justiça cagüeta
O ministro do Interior da Itália, Giuliano Amato, quer mandar multas por escrito para a casa de clientes de prostitutas, e impedi-las de circular em ruas próximas a igrejas. (Fonte: Terra.com.br)
O veículos flagrados pegando prostitutas nas ruas italianas seriam multados e, como numa inflação de trânsito, uma cartinha seria enviada ao seu endereço, informando-o(s).
Essa notícia me fez recordar de um amigo bacarocense que foi levar o irmão a conhecer um inferninho, com pouco dinheiro, deixou o mano a vontade para distribuir bebidas a todas as garotas e na hora de pagar a conta (R$ 500,00) tentou passar um cheque. O dono amparado por dois grandes seguranças convenceram-no a colocar endereço e telefone no verso do cheque. Para se certificar de que as informações estavam corretas o proprietário ligou para sua residência para confirmar os dados.
Dei muita risada imaginando como seria tal telefonema: Alô, aqui é da boate tal... fulano e beltrano moram ai? Ah, sim são seus filhos... então, como disse a senhora aqui é da boate tal, eles estão aqui e estão sem dinheiro... Para liberá-los eu preciso confirmar o endereço... É rua...? Fique tranqüila eles vão para casa agora... Estão bem sim, um pouco bêbados...
Revolução e Juventude
O papel atribuído à juventude nos séculos passados foi o de simplesmente substituir os mais velhos. Ou seja, implicitamente, a juventude foi quase sempre negada. Tratava-se de pré-adultos à espera de sua hora e sua vez.
No início da modernidade, os jovens se tornaram uma categoria social. Nem por isso, fizeram-se portadores das novidades. A derrota dos jacobinos, por exemplo, abriu espaço para os jovenzinhos da época do Diretório: ricos e contra-revolucionários.
Foi somente no século XX que a juventude ligou-se a dois atributos essenciais: o consumismo e o sexo. Afinal, esta categoria pode suportar por mais tempo a ambos, desde que as mercadorias sejam compradas com o dinheiro dos mais velhos. Podia-se falar em juventude (de um modo geral), pois nesta fase em que os corpos ainda não se decompõem a olhos vistos, as classes sociais apagam-se momentaneamente.
Ainda assim, os jovens de classe média (pois, apesar de tudo, é um erro não separar a juventude em classes sociais) não se viam como revolucionários em si e por si mesmos. Os jovens do Partido Comunista Alemão e os do Partido Nazista receberam, por certo, o apelo típico dos anos 20 (quando a política radical os descobriu como base mobilizável), mas não pertenciam aos estratos remediados. Ao contrário, eram majoritariamente trabalhadores (ou desempregados) e com escassa instrução escolar.
Os anos 60 descobriram novos jovens. Membros das classes médias com educação superior (em curso), eles passaram a se considerar também uma vanguarda política e cultural. Nunca o tinham sido. Nos partidos comunistas eles pertenciam às sessões juvenis, mas só ascendiam ao comando (salvo exceções) depois dos trinta anos. Gramsci só assumiu um cargo importante no recém criado Partido Comunista da Itália aos 30 anos, pois no PSI não passara de um influente articulista de jornais radicais.
Em 1968, os estudantes descobriram do dia para noite que tinham a possibilidade de parar um país e amedrontar a burguesia combinando protesto político com audácia comportamental. Mas estavam errados. O medo durou enquanto os operários estavam em greve. E a ousadia dos gestos e das vestes foi rapidamente absorvida pelo mercado. O problema é que os parisienses (como já dizia Tocqueville) não sabem fazer duas coisas ao mesmo tempo. Assim, têm a hora de fazer a Revolução e a de fazer a festa.
Todavia, Maio de 1968 fez outra revolução silenciosa. Talvez ela tenha começado antes com a calça jeans ou o Rock. Ela conquistou hegemonia cultural. E o fez com a promessa de abolir hierarquias e rituais. Assim, jogou os homens e mulheres de todas as idades em meio a um mundo aparentemente sem diferenças (quando tudo o que se queria era o contrário disso).
Os próprios jovens de classe média, ao verem projetadas suas culturas nos meios de comunicação de massas, conquistaram aquilo que Gramsci chamaria de direção intelectual e moral sobre as demais gerações. Hoje, todos devem ser jovens qualquer que seja a idade. Afinal, o que importa é o espírito juvenil (convenientemente associado à indústria da estética corporal). Mas os jovens de 68 envelheceram. E houve a tragédia (talvez uma farsa, para lembrar o velho Marx). Antes eram jovens em revolta contra os adultos. Depois, como num conhecido filme aterrorizante, tornaram-se fantasmas que não percebem que já morreram. Eles partilham com seus filhos a mesma cultura, as mesmas vestes, a mesma música, as mesmas drogas. Agindo assim retiram das novas gerações a possibilidade da autêntica revolta.
Hoje, embora o distanciamento histórico ainda não permita concluir com segurança, pode-se dizer que a juventude "meia oito" conseguiu um feito único: projetou sua hegemonia "geracional" no tempo. E o fez, negando-se a envelhecer. Ao faze-lo, ela cometeu o ato mais egoísta de libertação: liberou-se a si própria ao mesmo tempo em que escravizou para sempre todas as gerações futuras. Doravante, estas não poderão mais romper tabus, pois os velhos jovens de 68 aparentemente já romperam todos.
A juventude atual deveria procurar suas próprias armas. Mas têm uma tarefa inédita. Precisa combater num mundo onde todos se disfarçam de jovens.
(*) Lincoln Secco é professor do Departamento de História da USP.
08 outubro, 2007
Uma deputada de fé
Em entrevista à rádio Jovem Pan, tentou justificar-se dizendo que nosso estado é laico, não ateu.
Correto. E também não é cristão. Ou budista, islâmico, pagão ou coisa que o valha.
Segundo a deputada, seu projeto não é para instituir aulas de religião, mas "para falar de Deus".
Que Deus, cara pálida? Javeh? Jeová? Alá? Não tem jeito, é preciso escolher uma versão.
E mais. Esclareceu que seu projeto é apenas "autorizativo". Portanto, na verdade, não cria nada, apenas "autoriza".
Espera um pouco, era proibido? Não.
Então, é mais um projeto para fazer chover para cima e enganar incautos.
Che
Há quarenta anos Che Guevara foi assassinado por forças do exército boliviano e da CIA. Tornou-se símbolo da rebeldia, um dos ícones mais divulgados da cultura pop.
Apesar das críticas quanto ao uso de sua imagem, Che representa a indignação em seu estado mais puro. A maioria dos jovens que usam camisetas do Che não conhecem seu pensamento, sua militância socialista, o que ele fez ou por quê lutou. Mas sabem que ele era um rebelde, inconformado com a realidade, que pretendia mudá-la radicalmente.
Na Bolívia, onde o Che foi assassinado, um índio, de esquerda, é eleito presidente da república. Talvez a luta do guerrilheiro heróico tenha gerado frutos.
Viva Che!
O jovem em Sorocaba - sobre a pesquisa Ipeso encomendada por Lippi
O Jornal Bom Dia de ontem, sete de Outubro, trouxe uma matéria sobre o jovem sorocabano e seu envolvimento com a política junto de algumas "conclusões" tiradas por uma pesquisa do Ipeso, encomenda pala prefeitura:
Os dados [Ipeso] revelam que a maioria do jovem sorocabano é tradicionalista. Ele considera importantes os valores passados ou vivenciados pelos pais ou até mesmo pelos avós. Por exemplo: dizem que a religião é muito importante na vida deles e são contra a legalização da maconha e do aborto. Alguns resultados chamam ainda mais a atenção: não vão deixar seus filhos fazerem tatuagem, usar piercing ou brinco antes de completar 18 anos. (Jornal Bom Dia)
Bom, assim como os jovens operários sorocabanos (anarquistas, comunistas e integralistas) do inicio do século XX espelhavam-se culturalmente em seus pais, o jovem sorocabano de hoje pode também considerar importantes os valores de seus antepassados, sem que isso os transforme em reacionários, por isso há que se relativizar o termo tradicionalista.
Não sei de qual juventude a matéria do Bom Dia esta tratando, parece-me impossível falar em jovem como grupo social homogêneo, sua existencia enquanto categoria social é uma novidade do século XX, até então ele era simplesmente um pré adulto.
Sugiro a leitura do artigo Revolução e Juventude do professor Lincoln Secco (História-USP) a respeito do papel da juventude na história.
Não é possível chamar a juventude simplesmente de liberal nem mesmo tradicionalistas, esses matizes se configuram conforme a classe social e o processo histórico em que estão inseridos.
O jovem de classe média ao apoiar a legalização da maconha poderá ser considerado mais liberal que o jovem de periferia contrário? Se é que assim o consideram.
Pois então, não sei se a pesquisa Ipeso separou socialmente o jovem sorocabano, aparentemente não e ela pode trazer diferentes resultados se realizada majoritariamente no Campolim ou na periferia.
Esse é o erro que o movimento estudantil também costuma cometer, o de achar que a juventude é necessariamente portadora do novo, ela trará a novidade desde que ligada a uma classe social em ascensão, como fizeram a juventude 68 e a classe média européia, hoje a classe média é reacionária. E a juventude?
A solução para esse problema pode ter sido sugerida pelo historiador inglês E. Hobsbawm ao escrever sobre a sua juventude na Alemanha da década de 20: a maioria dos lideres políticos eram jovens e o movimento político era essencialmente radical, havia duas possibilidades políticas abertas aos jovens alemães, aderir ao nazismo ou ao comunismo.(citado por Secco em aula)
Assim,
Os anos 60 descobriram novos jovens. Membros das classes médias com educação superior (em curso), eles passaram a se considerar também uma vanguarda política e cultural. Nunca o tinham sido.
Hoje, embora o distanciamento histórico ainda não permita concluir com segurança, pode-se dizer que a juventude "meia oito" conseguiu um feito único: projetou sua hegemonia "geracional" no tempo. E o fez, negando-se a envelhecer. Ao faze-lo, ela cometeu o ato mais egoísta de libertação: liberou-se a si própria ao mesmo tempo em que escravizou para sempre todas as gerações futuras. Doravante, estas não poderão mais romper tabus, pois os velhos jovens de 68 aparentemente já romperam todos.A juventude atual deveria procurar suas próprias armas. Mas têm uma tarefa inédita. Precisa combater num mundo onde todos se disfarçam de jovens. (Lincon Secco)
Por outro lado, se o jovem não pode mais ser tratado automaticamente como portador do novo, sua energia, suas expectativas para com o futuro, sua insegurança com o presente, o relativo descompromisso com a realidade objetiva e seu fascínio pelo subjetivo o transforma num grupo que não pode ser mais tratado simplesmeste como grupo etário. Isso devido a sua facilidade em radicalizar, no entanto, existe o radical solidário, o do hip-hop, o ambientalista, o "cultural", individualista, o de esquerda e logicamente aquele que espanca uma doméstica porque a confundiu com uma prostituta.
Onde estará o jovem portador do novo hoje?
Gostaria de perguntar isto ao professor Lincoln.
Seria na classe média, na burguesia ou nas periferias?
07 outubro, 2007
Monteiro Lobato agora é o alvo
Local: Auditório da OAB-SP
Data: 10/10/2007, às 10 horas
Presenças confirmadas: Arthur Virgílio, Reinaldo Azevedo e Hebe Camargo
04 outubro, 2007
Escravidão na Indústria - Sorocaba
Esta listagem integra a farta documentação sobre a Fábrica Ipanema (1765-1895) guardada no Arquivo do Estado de São Paulo (AESP) e que sustenta a pesquisa de doutorado sobre escravidão e indústria do historiador Mário Danieli Neto. A tese, orientada pelo professor José Jobson de Andrade Arruda, foi defendida no Instituto de Economia (IE) da Unicamp.
“O estudo propõe uma reflexão sobre a suposta incompatibilidade do escravo frente ao trabalho na indústria. Parte da historiografia costuma mostrar o escravo como incapaz de se adaptar a atividades que exigiam destreza técnica e conhecimento de máquinas, além de não se habituar ao ritmo de produção industrial”, afirma o autor. (Fonte: Jornal da Unicamp)
Mesmo assim, ainda acredito que há sim uma incompatibilidade do trabalho escravo com a indústria capitalista, o que não pode ser considerado preconceito, já que a indústria moderna necessita de grande disciplina sem coerção, além de maior especialização, que é muito mais fácil de ser conseguido com o trabalho livre, independentemente da raça.
Questionei o historiador sorocabano Carlos Cavalhheiro a respeito da incompatibilidade da indústria moderna com o trabalho escravo. Cavalheiro é um sensível pesquisador da historia negra em Sorocaba, habituado com a nossa farta documentação tem a seguinte opinião:
Carlos Cavalheiro: Certamente, porém, mesmo nessa indústria moderna (nas fábricas) a mão-de-obra escrava foi aproveitada. Flávio Versiani trata desse assunto e diz, inclusive, que o escravo só não foi aproveitado nos setores onde ele não trazia experiência anterior (como os têxteis, por exemplo - cuja opção era pela mulheres que traziam certo conhecimento por conta das atividades domésticas). Mas mesmo assim houve alguns casos esparsos. Recolhi uma notícia de um escravo que fora alugado para trabalhar dentro da Fábrica Fonseca (N.S. da Ponte) e que teve o auxílio de seus companheiros (trabalhadores livres) para conseguir o dinheiro necessário à sua alforria. Narrei esse fato no meu livro "Scenas da Escravidão...".
Faca Sorocaba
definição oficial das primeiras facas de defesa genuinamente brasileiras e que eram as do tipo Sorocaba. Posteriormente, essa definição ficou restrita às facas produzidas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
Um Parque Universitario às margens do Rio Sorocaba
O autor é Marcelo Senday.
O autor conta com a necessidade, e por conseguinte, com a possibilidade, de virmos a tornar possível a completa despoluição do rio Sorocaba e a desocupação de sua várzea para a construção de um Parque Universitário beira-rio.
"No trecho mais urbano de sua várzea, existem grandes áreas hoje ocupadas por antigas indústrias, uso que não mais condiz com essa nova realidade porvir."
Bom, varzea de rio não deve ser ocupada sob qualquer destinação, mas vamos lá:
"Partindo do pressuposto de que a várzea do rio, quando este estiver totalmente despoluído, se transformará num grande parque linear cruzando a cidade de norte a sul, a proposta aqui apresentada é a de um campus universitário como parte de um grande parque beira-rio, do qual poderiam fazer parte, além de áreas pertencentes a antigas indústrias, parte das oficinas e do pátio da Estação Ferroviária, que hoje se encontram abandonadas. O campus universitário ocuparia justamente uma parte da área industrial. Pretende-se assim dar um novo uso a uma área dentro da mancha urbana, central, já dotada de infra-estrutura, e que hoje em dia se encontra subtilizada. Uma área que possui potencial para ser convertida em um espaço para a cultura e o lazer.”
A área de intervenção é fortemente delimitada, de um lado pelo Rio Sorocaba, e do outro pela linha férrea, que vem de São Paulo e segue em direção ao oeste do Estado. O atual Plano Diretor em elaboração sugere que a malha ferroviária que corta a cidade possa ser convertida em meio de transporte coletivo sobre trilhos. Assim sendo, o parque universitário disporia de uma grande acessibilidade, privilegiando o pedestre e o transporte coletivo, através de pequenas estações de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) estrategicamente localizadas.
O projeto trata a universidade como uma instituição coesa onde o intercâmbio entre os diversos campos do conhecimento seja favorecido, através de uma edificação também coesa.
"O cidadão comum, ao utilizar algum dos serviços especializados ali localizados, ao cursar um dos cursos abertos, ou mesmo num simples passeio, observará as diferentes escolas, os alunos de diferentes disciplinas se apropriando dos espaços de diferentes maneiras."
"A circulação interna de veículos se restringe a uma rua única, paralela ao edifício, servindo aos bolsões de estacionamento (aproximadamente 1000 vagas). Uma avenida externa faz a ligação expressa com o sistema viário da cidade, ou seja, a rua interna não será utilizada como “atalho”.
Lógico que ainda faltaria um estudo de impacto ambiental, resta saber também se o autor faz a correta distinção entre área de esporte, lazer e cultura beira-rio de mata ciliar e se isso está contemplado no projeto, parece que não, se não está, seria possivel?
03 outubro, 2007
Qual é a indignação da classe média?
02 outubro, 2007
O preço de um senador
O Caçador de Pipas
É o vereador Ditão, que apresentou projeto de lei para proibir que as crianças soltem pipa em Sorocaba. Realmente, um assunto da mais alta relevância.
Depois de repercussão negativa, voltou atrás e retirou o projeto. Por enquanto.
A próxima investida do vereador deverá ser contra a Amarelinha.
Você sabe quanto ganha e quantos assessores tem um vereador para fazer um projeto desses? Dinheiro jogado fora.
Um outro vereador, de uma cidade que bem poderia ser bacaroço, para atender sua base eleitoral, queria que uma caixa d'água fosse construída num determinado local.
O projeto era tecnicamente inviável, e como o tal vereador não entendia - ou não queria entender - as explicações do engenheiro da prefeitura, um colega tentou ajudar:
"Colega, seu projeto é contra a lei da gravidade"
"Então, revogaremos a lei da gravidade, pelo bem da população"
"Não pode, é uma lei federal".
01 outubro, 2007
Paulo será o relator do Projeto de Lei do PRONASCI
Indicadores sociais mostram um Brasil melhor
O ex-ministro, ex-presidenciálvel da educação e atual papagaio de ex-presidente completou dizendo que a proposta do presidente Lula (o sem educação) é eleitoteira e que o Brasil não possui alunos suficientemente preparados (?) para ocupar as novas vagas.
Dez novas universidades não contempla sequer a classe média completamente, a proposta do governo é ainda muito tímida, Cristovam só pode ter endoidado!
Preservação da memória da colônia espanhola em Sorocaba (Casa de España Dom Felipe II)
Casa de España Dom Felipe II
Sorocaba recebeu a partir do final do século XIX um grande influxo de imigrantes europeus, principalmente espanhóis e italianos que vieram trabalhar na indústria sorocabana. As vilas operárias criadas nos arredores das fábricas deram origem aos bairros mais próximos do centro como Barcelona, Trujilo, Santa Rosália, etc. Durante a primeira metade do século XX Sorocaba teve um movimento operário muito forte, acredita-se que opção dos operários pelo anarquismo deu-se, em grande parte, pela influência dos movimentos anarquistas espanhol e italiano.
No entanto, no processo de formação e construção da memória em Sorocaba a história dos operários foi apagada juntamente com a história da colônia espanhola. Hoje referimo-nos ao passado de nossa cidade como "Manchester Paulista", até poucas décadas, devido ao movimento operário, essa identidade dividia espaço com uma outra cidade, a "Moscou do Brasil", nesse processo de esquecimento e enaltecimento da cultura da elite, os traços da imigração espanhola foram também apagados.
No sentido de preservar e resgatar a memória da colônia espanhola esta sendo criada a Casa de Espanha Dom Felipe II, por iniciativa da ong Memória Viva.
Entrevistei Sérgio Aranha, presidente da Memória Viva, para o Bah! Caroço neste final de semana, um diálogo bastante agradável e instrutivo:
Bah! Caroço:
Qual é a finalidade da Casa de Espanha, e como surgiu a iniciativa?
Memória Viva: Retribuir aos espanhóis e seus descendentes o muito que eles fizeram por Sorocaba. A iniciativa surgiu numa das reuniões feitas pela produção da peça Do Outro Lado do Rio, que vai estrear no final de outubro (Mário Pérsico). Essa reunião era uma palestra do jornalista e historiador Sérgio Coelho, foram três palestras com ele. As palestras eram abertas a todos que quisessem ir. Numa dessas reuniões surgiu a discussão sobre a pouca representatividade dos espanhóis em Sorocaba, a perda da identidade e saiu dessa discussão a idéia de formarmos uma Casa de Espanha em Sorocaba.
Bah! Caroço: Em que consiste o acervo?
Memória Viva: A CASA DE ESPAÑA DON FELIPE II é na verdade um centro cultural, que abrigará diversas atividades, como por exemplo : museu da imigração espanhola, com acervo a ser conseguido junto a colônia espanhola, biblioteca, palestras, comemoração de datas nacionais, aulas de espanhol, aulas de danças típica, museu da pessoa (filmarmos os mais antigos do bairro) histórias de vidas, um pequeno restaurante com bebidas e comidas típicas, etc...
Bah! Caroço:
Como surgiu o nome Dom Felipe II?
Memória Viva: trata-se do soberano espanhol que unificou as coroa de Portugal e Espanha e reinou quando do início da fundação de Sorocaba, para isso consideramos o início da fundação de Sorocaba com Antonio Sardinha procurando ouro nos morros de Ipanema e a fundação da Vila de São Felipe. A partir de 1589 ou 1590.
Bah! Caroço:
Quando se iniciou a colônia espanhola em Sorocaba?
Memória Viva: Sergio Coelho no seu livro Os Espanhóis, nos diz que começou entre 1885 a 1890.
Bah! Caroço: E o movimento operário, um grande número de espanhóis vieram para Sorocaba trabalhar na indústria, o movimento em Sorocaba teve grande viés anarquista, você acredita que isso tenha ocorrido em decorrência da colônia espanhola?
Memória Viva: Riquíssima a história do movimento operário em Sorocaba. Graças à colônia espanhola e italiana tivemos um grande e representativo movimento anarquista aqui. Sou fã o do Perdigão e da Salvadora, e quero homenageá-los com salas com os seus nomes na Casa de Espanha.
Bah! Caroço: O que resta da cultura espanhola em Sorocaba hoje?
Memória Viva: Infelizmente muito pouco, esse é dos motivos para fundarmos a Casa de Espanha, vamos resgatar as tradições perdidas e a identidade cultural dos espanhóis e seus descendentes.
Bah! Caroço: Quase todas as cidades que receberam um grande fluxo de imigrantes possui uma política de preservação desta memória, Sorocaba nesse ponto engatinha, por quê você acha que isso acontece?
Memória Viva: Sorocaba cidade sem memória, depois de termos destruído quase todo o nosso patrimônio edificado, de perdermos quase totalmente a nossa identidade cultural, o nosso sotaque caipira, só nos resta o caminho da preservação do patrimônio cultural, veja o trabalho da ong Memória Viva, assista os nossos programas na TVCOM de Sorocaba, as segundas- 21,00 horas, quartas - 19,00 horas e aos sábados - 14 horas.
Bah! Caroço: Como se tornar membro da Casa de Espanha?
Memória Viva: Qualquer pessoa pode ser associada, a partir do dia 06 de outubro, às 10,00 horas, na assembléia de fundação, compareçam. Vai ser na AEAS (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba) rua Piauí, 81, uma festa espanhola, com certeza.
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Sergio Benedito Abibe Aranha é Mestre em Engenharia Civil pela FEC da UNICAMP. Presidente da ong Memória Viva e da Comissão de Fundação da Casa de Espanha