29 novembro, 2007
Folha On Line
28 novembro, 2007
Farsas e tragédias
Circula uma enxurrada de textos, alguns explicitamente opinativos e outros que o são de maneira implícita, sobre Chávez, o caudilho da Venezuela. Preciso me beliscar para não confundi-lo com o humorista do México, que, pelo menos, é histriônico no bom sentido.
Apesar do matraqueado cantinflesco de Chávez soar caricato para quem não tem antolhos ideológicos, vale lembrar que os militares-presidentes que nos assolaram em passado recente foram todos sinistros. E, pelo andar da carruagem, não vai ser ainda desta vez que a regra terá exceção.
No fundo, Chávez repete a mesmíssima fórmula dos Vargas e Peróns de outrora. Uma combinação de métodos fascistas, retórica esquerdista e conquista do aplauso fácil dos pobres com as migalhas do assistencialismo.
Dói-me o coração ver que parte da esquerda brasileira embarca nessa canoa furada, nada tendo aprendido com as decepções do século passado.
Quanto não se têm líderes realmente comprometidos com as duas bandeiras fundamentais dos revolucionários – a liberdade e a justiça social –, é melhor arregaçar as mangas e tentar forjá-los, mesmo que no longo prazo, do que apadrinhar o candidato a ditador populista mais à mão.
Maquiavel é péssimo guru para os esquerdistas. Quem tenta utilizar personagens políticos para fins diversos do que a trajetória dos mesmos sugere, acaba, isto sim, sendo por eles utilizado em sua escalada para o poder... e depois descartado.
Então, é melhor voltarmos ao bê-a-bá: fins e meios estão em permanente interação, de forma que recorrer-se a um meio crapuloso para promover um fim nobre leva apenas ao aviltamento do próprio fim.
Outra lição preciosa vem do jornalismo: só idiotas se deixam pautar pelos adversários.
Se a imprensa burguesa – burguesa como nunca, aliás, pois está cada vez mais na mão dos bancos – exagera maliciosamente a importância geopolítica da Venezuela, não há motivo nenhum para fazermos o mesmo, com sinal trocado.
O destino da América do Sul é traçado pelo Brasil e Argentina. As outras nações decidem, quanto muito, o destino delas próprias e o de outras pequenas nações. Ponto final.
* * *
Enquanto isto, o Governo Lula tem como prioridade absoluta o caixa. Quer porque quer beneficiar-se de uma contribuição que foi vendida à cidadania como provisória – e depois de o PT ter sido, antes da chegada ao poder, o maior adversário de sua eternização.
Nunca foi tão apropriada a citação do trecho final de A Revolução dos Bichos, o libelo anti-stalinista (não anticomunista, como supõem os desinformados) de George Orwell: "As criaturas de fora olhavam de um porco para um homem, de um homem para um porco e de um porco para um homem outra vez; mas já se tornara impossível distinguir quem era homem, quem era porco".
* * *
A Assembléia Legislativa de São Paulo cogita tomar o mandato do bravo deputado Carlos Giannazi (PSOL), que organizou o evento de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Comunidade Gay e agora está sendo responsabilizado pela performance de um transformista no plenário.
Terá sido a primeira? No sentido figurado, não. Em cada votação importante, há um certo número de transformistas que, após um acerto de cifras ou demarcação de áreas de influência, deixam de ser homens e viram lobisomens...
Giannazi é aquele mesmo professor que, como vereador do PT, ousou confrontar a prefeita Marta Suplicy quando esta tentou desviar verbas do magistério para outras finalidades.
Ou seja, o caso raríssimo de um político mais fiel ao seu eleitorado do que às conveniências partidárias. Merece ser apoiado. Precisa ser preservado.
* * *
Uma governadora, uma juíza e uma delegada dividem as responsabilidades por ter uma menina sido atingida nos seus mais elementares direitos quando estava sob a guarda do Estado e, depois, pela tomada de providências muito aquém da gravidade do caso.
Veio-me à lembrança uma frase pessimista de Nelson Rodrigues: “os mineiros só são solidários no câncer”.
* * *
O desabamento da arquibancada do estádio baiano é mais uma tragédia que poderia ter sido evitada, caso os responsáveis pelas tragédias evitáveis anteriores houvessem recebido punições exemplares.
Na lógica capitalista levada às últimas conseqüências, dinheiro vale mais do que vidas. Só a Justiça poderá desarmar essa equação maldita – isto, claro, se o dinheiro não valer mais do que a Justiça.
* Celso Lungaretti
25 novembro, 2007
Mais uma da série duetos: o samba do comunista e do tucano doido
No "Daniel Restaurante Piano Bar", lugar da Zélite, o PCdoB, agora liderado desde Bacaroço pelo camarada Gabriel Bitencourt, realizou um jantar, com a presença do Ministros dos Esportes, Orlando Silva, e de diversos políticos locais, inclusive o prefeito Vítor Lippi.
Dizem que o convite poderia ser adquirido por uma modesta contribuição de R$ 200,00 (duzentas pilas). A grana arrecadada, ao que consta, será usada na aquisição de uma sede (nacional) própria para os comunistas.
Vitor Lippi arrancou calorosos aplausos dos comunistas ao elogiar o camarada Gabriel e dizer que há espaço para todos em seu governo.
O balaio de gato não terminou por aí. Outra presença marcante no convescote bolchevique foi a virtual vice de Gabriel, Ivanilde Vieira, social-cristã e presidente do Sincopetro (sindicato dos donos de postos de combustível).
Fenomenal!
Gabriel, ex-ambientalista, virou social-democrata, aproximando-se do temido campo majoritário do PT local, garfando a indicação para candidato a prefeito, também pretendida por Iara Bernardi. Depois da campanha, passou para a esquerda do PT, trotskysta no caso, e pouco tempo depois, foi para o PCdoB, estalinista no caso, conseguindo uma legenda para chamar de sua e - calma, é vertiginoso - arrumou uma candidata a vice-prefeita do sindicato dos donos de postos de combustível. Amiga do Amary e, em tese, "social cristã".
Aliança comunista-social-cristã, com simpatias tucanas: mais uma vez, fenomenal!
Comunista com sede própria? Vitor Lippi no jantar do PCdoB? Camarada Gabriel? A vice é social-cristã? Presidente do sindicato dos donos de postos de combustível? Tudo isso no "Daniel Restaurante Piano Bar", a duzentas pilas por cabeça, para financiar a revolução?
Para o mundo que eu quero descer.
Tomara que a gororoba bolchevique tenha saciado o prefeito Vitor Lippi.
Porque pouco antes ele queria comer vivo o ex-prefeito Renato Amary.
Dizia, para quem quisesse ouvir, que durante três anos Amary anunciou que não seria candidato e, nesse meio tempo, ele, Lippi, fez um bom governo (ele acredita nisso, é verdade!), se acostumou ao poder e não quer soltar o osso. Prometeu guerra.
De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, oh produtores!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
Uma terra sem amos
A Internacional!
23 novembro, 2007
Vai que é legal!!!
O experimentalismo do Karnak será apreciado pelo público sorocabano, hoje, às 20h, na tenda de eventos do Sesc. A banda, liderada pelo multiinstrumentista André Abujamra, vai mostrar o seu repertório formado por letras poéticas, bem-humoradas e uma presença de palco marcante dos músicos.
22 novembro, 2007
Mensalão Tucano
A Procuradoria Geral da República denunciou hoje o senador Eduardo Azeredo e ex-presidente do PSDB, por envolvimento no valerioduto mineiro, mais corretamente chamado "Mensalão Tucano".
De acordo com a assessoria da PGR, são 15 os denunciados. Entre eles, o empresário Marcos Valério, Cláudio Mourão, ex-tesoureiro de Azeredo, e Ramon Hollembach, ex-sócio de Valério. Eles foram acusados de cometer lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público).
A denúncia também atingiu o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que decidiu pedir afastamento temporário do governo para se defender.
A denúncia foi feita ao mesmo tempo em que ocorre o Congresso do PSDB, que busca uma nova "identidade" política.
Questionado sobre o teor da denúncia, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rejeitou comparação entre o mensalão tucano e o escândalo petista. "Mensalão é outra coisa" reagiu.
Para FHC, mensalão é o que os outros fazem.
A denúncia também atingiu o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, que decidiu pedir afastamento temporário do governo para se defender.
Para ler a denúncia na íntegra, clique aqui.
21 novembro, 2007
Lançamento Nacional da campanha de José Eduardo Cardozo e da Chapa Mensagem ao Partido
19 novembro, 2007
PT - Eleições internas
Deputado Federal e candidato à presidência nacional do partido José Eduardo Cardozo
Da esquerda para a direita: Deputado Estadual Simão Pedro, Socióloga Zilah Abramo, Prefeito de Araraquara e candidato à Presidência Estadual do PT Edinho Silva, José Eduardo Cardozo e Vereador de SP Chico Macena
Ecos da globalização
A boliviana Celia Mita cortou a língua do namorado, Santos Blas Alave, depois de descobrir que ele havia beijado uma outra mulher, o crime (vingança) aconteceu na cidade de Arica onde os dois namoravam há 14 anos.
Após o deslize ser descoberto o casal começou a brigar, ambos ficaram nervosos, por fim ela pediu que ele se acalmasse e depois que a beijasse, foi quando ela fechou a boca e tirou metade de sua língua "nu dente". (Fonte: Portal Terra).
...
A notícia correu pela internet e...
Dois dias depois, um cidadão bacarocense de nome Jacinto Domingues da Costa, sabendo da nova onda entre as namoradas traídas e tendo caído na gandaia aquela noite, chegou em casa de madrugada e não quis saber de ir para a cama, ficou bem quietinho no sofá.
Era já de costume ele chegar tarde da noite em casa, ela sempre achavou que ele estivesse no bar discutindo política com dois amigos, Dmitri e Danilo. Ouvia ele dizer o quanto eram enfadonhas aquelas conversas.
Mas nesse dia foi diferente.
Jacinto previa o perigo, dormia com as duas mãos cruzadas sobre o cinto. Chegou a sonhar com aquela sargento dos EUA que molestava prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib, só que no sonho ao invés de enfiar-lhes o cano do fuzil nas partes tímidas, arrancava seus testículos com os dentes.
De manhã Jacinto acordou com sua mulher abrindo-lhe o zíper, desesperado começou a gritar:
- Nãaao! Eu juro, eu juro que só dei um beijo na Juju e de selinho ainda!
17 novembro, 2007
Paulo debate cidades em encontro nas Filipinas
16 novembro, 2007
Democracia Latino-americana: Chávez, Morales, Correa e Daniel Ortega
Hugo Chávez tem uma série de defeitos, no entanto defeitos muito aparentes em lideres políticos, principalmente os carismáticos, na maioria das vezes tendem a esconder a situação social em que estão inseridos.
Não é simples entender os fenômenos políticos latino-americanos da última década: Chávez, Morales, Correa e Daniel Ortega.
Venezuela, Peru, Nicarágua, Colômbia e Bolívia passaram o século XX por graves crises sociais e políticas, a interferência dos EUA foi fundamental para criar uma situação de miséria e impediu o fortalecimento de qualquer instituição republicana ou democrática no pais, nesses países democracia é sinônimo de discurso, um discurso bem vago - há uma guerra civil nesses países que perdura por mais de meio século.
Esses dias um amigo, o Daniel Lopes, perguntou o que eu achava sobre a reforma constitucional da venezuelana, se ela não seria uma ditadura dentro da democracia, visto que ela tornaria a reeleição perpetua.
Minha resposta foi um tanto desanimadora, eu acho: não sei se as reformas vão acabar com a democracia, assim como também não sei se algum dia houve democracia na Venezuela, por outro lado o conceito de democracia é muito relativo. Será que existe participação popular numa democracia de modelo burguês como a nossa?
Acho que o melhor regime possível para nosso país hoje é o democrático, mesmo que seja o democrático burguês, é difícil fazer considerações sobre outros pais sem conhecer a sua realidade social.
Ouvi falar que o movimento estudantil venezuelano é contra a reforma constitucional. Ora! Mas que movimento estudantil? Se for o que eu estou pensando, eles apoiaram a tentativa de golpe militar em 2000. Vi-os na televisão, um grupo de jovens brancos muito bem vestidos que destoa do resto da população. Na Venezuela, além da divisão entre classes existe uma excludente divisão racial, os apoiadores de Chávez além de serem os mais pobres formam um grupo de mestiços de índios e negros, que sempre estiveram alijados do processo político. Nas manifestações de rua contra Chávez em Caracas, vemos senhoras loiras, muito bem vestidas, muito provavelmente membros da elite, são a minoria da população que sempre estiveram no poder – é o cansei latino.
Voltando ao assunto, em se tratando de democracia, Chávez é um grande avanço para a história política da Venezuela. Ele tem ainda o mérito de incluir o povo venezuelano na ordem do dia, tenta reverter o processo de concentração de renda e usa o dinheiro do petróleo para desestabilizar o imperialismo dos EUA na América Latina.
Para o Brasil melhor se houvesse uma democracia de participação popular em uma nova República que mantivesse seus dispositivos para neutralizar o poder do capital. Talvez fosse o inicio do socialismo democrático. Quem sabe um dia chegaremos lá.
Mas não se iluda isto aqui não é uma democracia!
15 novembro, 2007
A Aracuz trouxe o progresso a FUNAI, os índioos (outdoor no Espírito Santo)
14 novembro, 2007
A Gasolina, o Etanol e os Gordinhos Americanos
A volta dos Buendía
Paulo Mendes representava a modernização conservadora e Hamilton reunia a seu redor toda a esquerda e as forças progressistas da cidade. Foi uma uma disputa acirrada. Para usar o jargão militar, travou-se um combate casa a casa, com lances de guerra suja por parte dos adversários de Hamilton. Paulo Mendes venceu por pequena margem de votos, num resultado contestado, na época.
No calor da disputa, um escritor sorocabano, cujo nome não me ocorre, escreveu um artigo, misto de ficção e análise política, comparando Paulo Mendes, e sua família, aos Buendía, personagens do romance Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques. O livro, considerado por Pablo Neruda o melhor escrito em castelhano desde Dom Quixote, abordava a trajetória de uma família, durante sete gerações, e sua influência nos destinos da mítica cidade de Macondo.
A comparação era perfeita. Entre 1964 e 1977, ou seja, durante mais de uma década, Armando Pannunzio e José Crespo Gonzales, alternaram-se na prefeitura, representando a ditadura militar em Sorocaba e deixando para seus filhos, Antonio Carlos Pannunzio e Antonio Caldini Crespo, a “herança” dos milicos fascistas.
Não por acaso, em 1992, Pannunzio, o filho, era o prefeito e Crespo, também o filho filho seu principal secretário.
Em 1977 uma outra família, ou dinastia, assume o poder. Theodoro Mendes é eleito, sucedido por Flávio Chaves e depois por Paulo Mendes, que governou até 1988. O clã deu frutos, com a eleição de Walter Mendes deputado estadual.
Assim, depois da dinastia Pannunzio-Crespo, passou-se a dinastia Mendes.
Nós, acreditávamos que Hamilton Pereira seria capaz de proclamar a República em Sorocaba, afastando os Mendes-Buendía do poder.
Infelizmente, não foi o que aconteceu, e a dinastia Mendes-Buendía estendeu-se de 1977 até 1996.
O segundo governo de Paulo Mendes foi um desastre completo. Parecia que a cidade de Sorocaba havia sido atingida por um algum tipo de maldição. A educação desorganizou-se, assim como a saúde, a qualidade dos serviços públicos era péssima; as praças estavam abandonadas e as ruas cheias de buracos. Sorocaba era um cenário desolador.
Quando Paulo Mendes-Buendía deixou o poder, respiramos aliviados com o fim de sua dinastia.
Seu sucessor, Renato Amary, venceu as eleições fazendo uma crítica profunda do governo anterior, anatematizando as “famílias” que dominavam Sorocaba – até mesmo porque seu adversário era um Crespo (o filho, mais uma vez) -, e prometendo modernizar a cidade. Novamente uma modernização extremamente conservadora, como veríamos depois.
Ao chegar ao poder, Amary deu início a construção de sua própria dinastia, os Amary-Buendía. Conseguiu reeleger-se, eleger sua esposa e fazer seu sucessor. Pretende ser candidato novamente no próximo ano e eleger seu filho para qualquer coisa. Desde 1997 e ainda até 2008, viveremos sob a nova dinastia Amary-Buendía.
Paulo Mendes, que parece ser o mais esperto da segunda dinastia, deixou o tempo passar, elegeu-se vereador e, curiosamente, fez carreira na câmara municipal sendo o fiel escudeiro de Amary, e depois do prefeito Vitor Lippi; embora tenha sido esculhambado quando Amary foi eleito pela primeira vez.
Na verdade, não há grande diferença entre eles. São membros de “dinastias” que pretendem realizar projetos de modernização conservadora, têm um ego gigantesco. Pannunzio e Crespo, os pais, realizaram diversas “obras”, assim como Theodoro Mendes, Flávio Chaves e Paulo Mendes (no primeiro governo...).
Como gosta de dizer Amary, “mudaram a cara da cidade”.
Theodoro Mendes era tão megalomaníaco que mandou fazer um novo prédio para a prefeitura, usando como base arquitetônica e letra “T”.
Assim, apesar de ter sido satanizado quando foi substituído por Renato Amary, Paulo Mendes sempre foi leal e confiável aos novos senhores. E foi recompensado com a presidência da Câmara Municipal e, finalmente, este ano, aceito nas fileiras do PSDB, a corte da nova dinastia, assim como o PMDB havia sido a corte da antiga dinastia, e a ARENA dos Pannunzio-Crespo.
Muito feliz no ninho tucano, Paulo Mendes prepara-se para disputar mais uma eleição, desta vez não como rei, ou príncipe, mas apenas como súdito, lugar-tenente, da nova dinastia.
Também disputaremos essa eleição. Conseguiremos finalmente proclamar a república em Sorocaba?
texto publicado originalmente no site do deputado Hamilton Pereira
Pelo software livre
A sucessora de Hugo Chaves
13 novembro, 2007
Reflexões sobre o PT de Sorocaba
O Azar de FHC
Os economistas criticaram as decisões tomadas pela empresa a partir de 2002 que contrariaram a lógica do mercado: evitou-se o repasse do aumento do preço do petróleo para o combustível consumido no Brasil, ela atuou sob as ordens do Itamaraty nas negociações com a Bolívia. Segundo o crítico “grupo místico” da bolsa, o uso político da empresa teria feito ela agir contra seus próprios interesses.
Usurpar a Petrobrás da “mão invisível” e imparcial do mercado só poderia ter dado nisso, ineficiência e politização dos rumos.
Ora! A Petrobrás é muito mais que uma empresa, ela não esta a serviço do mercado, ou pelo menos não deve, seu compromisso desde a sua criação é como o desenvolvimento e produção de energia para a economia brasileira, ela tem uma tarefa estratégica necessária ao próprio bom desenvolvimento do capitalismo, no entanto, o capital não é sempre racional ele entra em contradição com sigo mesmo, entregar setores estratégicos às flutuações e necessidades do mercado significa priorizar o lucro imediato aos ganhos estratégicos com o desenvolvimento de uma base energética para a economia brasileira.
Mesmo assim, a empresa superou todos os prognósticos pessimistas, quebrou recordes de lucratividade, em parte pela alta do preço do petróleo, mas em grande parte também pelo pesado investimento em tecnologia, ampliação de negócios e conquista de mercados; foi ainda durante este governo que o Brasil se tornou auto-suficiente em petróleo e diversificou a matriz energética com o uso do biodiesel, a empresa investiu pesadamente no custeio de obras sociais e de infra-estrutura do Estado - é a principal financiadora do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).
Ontem eu li o caderno de economia da Folha de São Paulo, as colunas estavam concorridas, parece que todos os gurus do “grupo místico” da economia queriam escrever alguma coisa que manifestasse o seu ódio contra a “boa sorte” do presidente Lula, eles nem sequer escondiam o cólera contra a conjuntura atual, a Bacia de Santos foi rebaixada a categoria de demônio da mesma em que eles endeusaram os Mercados durante o governo FHC.
Por isso eu insisto, dizer que o governo Lula deu sorte tem o mesmo sentido de dizer que FHC teve 7 anos de azar após a passagem do milênio, pobre Fernandinho teve o azar de ter contra si deuses e demônios geniosos como o Clima que potencializou a falta de investimento em energia e levou o Brasil ao apagão, os Mercadus que não souberam recompensar o sacrifício do bom cordeirinho, o Crisis Mundialis que colocou milhões de empregados nas ruas. Narciso deu o azar de ser sucedido pelo Sapo Barbudo que, em sua desprezível ignorância, não soube executar a cartilha do Farol de Alexandria.
12 novembro, 2007
Veja: a última flor do fáscio
que a qualquer um se entrega por dinheiro,
que se oferece lasciva ao estrangeiro,
duma mídia ruim és a pior mazela.
VEJA pela verdade nunca zela,
seus leitores empulha o tempo inteiro,
num estilo crapuloso, bem rasteiro
contra o que é certo está de sentinela.
Um tal Mainardi, que é seu colunista,
do Paulo Francis malfeita paródia,
não consegue esconder que é fascista
e outros defeitos, de uma enorme lista.
Que se o interne, num hospício, em vil custódia,
para sempre longe de nossa vista."
Pedro Ney S. Pereira, Recife/PE
O jornalista Paulo Henrique Amorim foi entrevistado na edição do mês de outubro da revista "Caros Amigos". Na entrevista, referiu-se à revista "Veja" como sendo a "última flor do fáscio", numa referência ao poema de Olavo Bilac, que fazia homenagem à Língua Portuguesa, a última flor do Lácio.
Na edição deste mês, a revista "Caros Amigos" publicou o soneto acima, do leitor Pedro N. S. Pereira, uma bela - e divertidíssima - paródia com o poema "A última flor do Lácio", que transcrevo abaixo.
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac
11 novembro, 2007
FHC é testemunha de Fujimori
FHC não apenas condecorou Fujimori como apoiou formalmente sua reeleição, considerada fraudulenta.
Faz sentido.
Fujimori, Menen, FHC, entre outros, são, todos eles, presidentes de uma geração que implementou reformas neoliberais na america-latina, a qualquer custo, e tiveram a pretensão de se perpetuarem no poder: Fujimori com um golpe de estado, FHC comprando o direito a reeleição e depois aplicando um mega-estelionato eleitoral com a desvalorização do real.
São irmãos siameses.
É pena que FHC que não tenha sido julgado pelos crimes que cometeu. Nesse caso, poderíamos ver Fujimori retribuir o "favor" e tornar-se testemunha de defesa de FHC.
Retrocesso: Kassab faz acordo com a Microsoft
E quando um "democrata" faz acordo com um multinacional, quem perde é o povo.
Há duas semanas, a Prefeitura de São Paulo e a Microsoft assinaram um protocolo de intenções que prevê a instalação do sistema operacional Windows Vista nos PCs dos 178 atuais pontos municipais de acesso à internet, além dos 122 que devem ser inaugurados até 2008. Até agora, os micros só usavam programas de código aberto, que não exigem o pagamento de licenças.
Pelo acordo, confirmado ao Link pela Prefeitura e pela Microsoft, o Windows Vista seria doado aos telecentros, sem custos. Entretanto, o município arcaria com a "atualização" dos equipamentos, já que o Vista exige PCs com configuração mais “robusta”. Segundo estimativa do Link com dados da Prefeitura, seria preciso um investimento de R$ 717,5 mil.
Isso é que é acordo! A Microsoft "dá" o software e a prefeitura paga "apenas" a bagatela de um milhão de reais para atualizar os equipamentos. Atualização que seria desnecessária sem os software da Microsoft.
Segundo o sociólogo Sérgio Amadeu, responsável pela implementação dos telecentros na cidade, na gestão Marta Suplicy (PT), e um dos críticos do projeto, o valor seria melhor investido se colocado na ampliação dos telecentros ou na melhoria do serviço.
“Estão mexendo numa conquista, a independência, pois não é preciso pagar pelo software. No futuro, quando o Vista ficar obsoleto, o governo poderá ter de pagar pela atualização do Windows e, de novo, dos equipamentos”, diz ele. “Seria melhor gastar com treinamento de instrutores, para desenvolver atividades educativas.”
“A Prefeitura poderia contactar a comunidade de software livre para fazer programas para deficientes. Assim, poderia disponibilizá-los não em apenas um, mas em todos os micros de cada telecentro.”
Ele também não vê sentido nos cursos de Windows.
“Com o Windows, você é treinado a usar um só tipo de software. Com os programas livres, há contato com vários softwares e aprende-se a ‘aprender’ qualquer outro”, diz. “Além disso, o Vista é mais suscetível a vírus e, por ser mais pesado, deixará a rede lenta.”
Saiba mais no blog no Sérgio Amadeo e no site BR-Linux.Org
10 novembro, 2007
Viagra contrabandeado do Paraguai (cinco pilas)
Um amigo meu descobriu a fonte da felicidade (econômica) no Viagra, ele esta comercializando pílulas do famoso remedinho azul contrabandeadas do Paraguai vendendo-as por R$ 5,00 cada.
Ele já esta nesse "ramo" há uns três meses e o negócio começou a dar rebentos, um cliente seu de 70 anos de idade veio lhe falar (contando vantagem) que até engravidou uma mulher quarenta anos mais jovem que ele.
09 novembro, 2007
Virtú e Fortuna
Também observou que o estadista, ou político, não poderá garantir-se apenas com suas qualidades pessoais, intrínsecas. Deveria contar também com a sorte (para o bem ou para o mal), a oportunidade, o acaso, ou, como preferem alguns, o destino. Ao imponderável, Maquiavel referia-se como Fortuna.
A dialética entre Virtú e Fortuna seria capaz de explicar o sucesso ou ou fracasso de projetos de poder.
No caso do Presidente Lula, muitos reconhecem sua determinação, seu carisma, sua liderança. Enfim, os méritos de sua Virtú.
Apesar disso, o que mais impressiona, no caso de Lula, é sua Fortuna.
Quase todos os países enfrentam problemas com suas fontes de energia. FHC, no fim de ser governo, conseguiu sofrer apagão elétrico, alta dos preços da gasolina e do alcool, tudo ao mesmo tempo.
Lula conseguiu, até agora, passar ao largo dessas dificuldades, embora o crescimento econômico tenha sido bem maior do que durante o governo FHC.
Não é apenas obra do acaso. O governo federal tem investido na geração de energia e negociando mesmo com parceiros difíceis, como é o caso da Bolívia, apesar da oposição feroz da opinião publicada.
Ainda assim, começava a enfrentar dificuldades, neste ano, em relação ao gás natural para geração de energia elétrica.
E o que acontece? A Petrobrás descobre uma reserva gigante de petróleo (de boa qualidade), e gás natural, na bacia de Santos.
O Presidente Lula, esse fanfarrão, brinca com a ministra Dilma Roussef:
"Nos tornaremos membros da OPEP, Dilma?"
Que me perdoe Maquiavel, mas isso é nascer com a Fortuna virada para a lua!
08 novembro, 2007
Congresso: 180 anos de ensino jurídico no Brasil e a democratização do acesso à Justiça
07 novembro, 2007
Epílogo de Diogo Mainardi
Seria um grande espetáculo verbal da Santa Aliança do Cansei, se os dois não demonstrassem um completo enfado diante do atual "estado de coisas".
Jô seleciona um trecho do livro de Mainardi, acredita-se que um dos mais divertidos. Depois de folhear o livro, não encontra o que procura. É ajudado por Diogo, um tanto sem graça. Jô lê o trecho em questão e ninguém ri. Nem ele.
Depois, decidem mostrar algumas fotos da juventude "rebelde", quando Mainardi quebra vidraças de bancos, durante uma greve, da qual nem participava: é apenas um arruaceiro. O entrevistado faz piadas preconceituosas, sobre o fato de a revista Veja tê-lo identificado como "Office-Boy de Rolex". Ou seja, ele próprio, o ideológo da revista, atesta como são construídas as falsas versões da Veja.
Cansado, Diogo reclama das oposições, que, segundo ele, foram brandas demais com o governo Lula. Reclama dos sindicatos e dos movimentos sociais, que não contestam o governo, "deixando-nos desarmados".
Diogo Mainardi apelando para os movimentos sociais? Realmente, a direita deve estar desesperada.
Um entrevista sem graça, cansada, reunindo dois companheiros de armas, depois da derrota, incompreendidos, ofendendo seus inimigos. Nem se deram ao trabalho de sugerir futuras batalhas. Entregaram os pontos de vez.
Para salvar a audiência, Mainardi foi logo trocado pelo coordenador do disque-denúncia do estado do Rio de Janeiro. Foi para falar das "denúncias" mais engraçadas.
A melhor de todas: uma senhora idosa que reclamava ser estuprada todos os dias pelo homem aranha.
É mais que um epílogo para o Mainardi: é o seu epitáfio.
06 novembro, 2007
05 novembro, 2007
Mensagem ao Partido - PT: eleições internas
04 novembro, 2007
Blogs contra a democracia
Nossa jovem democracia é um desses ambientes vulneráveis, onde a ética – que tem no sistema imunológico sua melhor metáfora – não encontra nas instituições públicas e nas entidades privadas de interesse público, como a imprensa, suas melhores referências. Esses parasitas atuam no organismo social sempre no limite da responsabilidade. Nesse sentido, pode-se até dizer que têm uma faceta benigna, por constituirem uma espécie de prova de resistência das defesas democráticas.
Também existem os googlectuais de "esquerda", reconhecíveis pela linguagem viciada e por certo messianismo na repetição de mantras libertários. Igualmente autoritários, estes, porém, têm o discurso diluído no infinito horizonte do inconformismo sem esperança de conciliação com a realidade.
Artigo de Luciano Martins Costa, publicado em Observatório da Imprensa
Sobre golpes e militares
O ditador Pervez Musharraf (que a grande mídia, curiosamente, chama de "presidente"), colocou tropas nas ruas, suspendeu garantias constitucionais e prendeu opositores.
O Tribunal Supremo do Paquistão considerou o decreto de Mushrraf inconstitucional e o invalidou. Em razão disso, magistrados foram presos e substituídos.
Um ditadura militar que endurece: o AI-5 paquistanês.
A notícia me fez lembrar da nossa ditadura, a Gloriosa Redentora Tupiniquim.
Hoje em dia é comum encontrar magistrados, membros do ministério público, e mesmo da OAB, afirmando que "resistiram" à ditadura.
Tribunal que resiste não reconhece. Como no Paquistão.
No Brasil houve chá das cinco. Missa de sétimo dia pelo falecimento da Sra. Democracia. Confraternização com o inimigo.
Resistência, não.
Apenas resistiram os que participaram da luta contra a ditadura - resistência armada, luta política clandestina, no exterior.
03 novembro, 2007
02 novembro, 2007
Uma Mula Sorocabana em Brasília
Segundo divulgado pelo site O Eco, a Comissão Especial de Parcelamento do Solo para Fins Urbanos, da Câmara dos Deputados, começa a analisar o Projeto de Lei 3057, que altera todas as regras sobre como os municípios devem lidar com suas áreas verdes. Muda para pior, pois permite loteamentos em Áreas de Preservação Permanente e diminui a vegetação obrigatória nas margens dos rios.
O último relatório é do deputado Renato Amary (PSDB-SP), A Mula, e do jeito que está é um verdadeiro atentado contra a natureza. O PL muda o caráter público das Áreas de Preservação Permanente (APPs). Atualmente, mesmo que estejam em propriedades privadas, as matas ciliares, restingas, vegetação de dunas, encosta de morros são considerados bens do Estado, não podem ser contabilizados como parte de terreno útil de aproveitamento. Na proposição sob apreciação na Câmara, as APPs passam a fazer parte do loteamento privado, o que facilitaria construção de cercas e muros que dificultariam a conectividade das terras com vegetação.
A redução da proteção às áreas verdes urbanas se torna mais grave quando a proposta resolve alterar as regras para as matas ciliares. No artigo 14 do PL, a faixa de proteção nas margens dos rios passa a ser de 15 metros e não mais 30. Não bastasse isso, o texto da lei diz que conforme o Plano Diretor municipal essa faixa pode ser ainda menor. Mais ainda: a proposição sustenta que a medição da largura do rio não será mais feita nos meses de vazante ou cheia, mas sim na seca.
A mulinha deve estar tão feliz...
"Devido ao fato de o cavalo possuir 64 cromossomos, enquanto que o jumento possui 62, resultando em 63 cromossomos, as mulas e os muares são quase sempre estéreis."
01 novembro, 2007
Sobre a usina do Rio Madeira
É evidente que o governo esta manipulando os dados a respeito do impacto ambiental da usina, dizer que não haverá acúmulo de sedimentos é absurdo. Por outro lado, há que se relativizar o fato de as duas usinas, praticamente uma em frente a outra, serem muito menores que as usinas convencionais, muito mais baratas e muito menos prejudiciais ao meio ambiente, para se ter uma idéia Itaipu tem uma capacidade instalada de 14 megawatts, enquanto o complexo do rio Madeira deverá produzir 6,4 megawatts - é sem duvidas um projeto interessantíssimo.