Terminado o período de negociações, as eleições em Sorocaba caminham para a polarização já no primeiro turno. No fim, ficaram nítidos dois grupos políticos: de um lado, os conservadores e a velha direita, embora representada pelo sorriso de plástico de uma cara recente na política, o prefeito Vitor Lippi. De outro, as forças democráticas e progressistas, numa aliança ampla mas hegemonizada pela centro-esquerda, articulada em torno de uma figura conhecida e com tradição de luta popular e sindical, o deputado Hamilton Pereira. Correndo por fora, mas com o risco de apenas fazer figuração, a candidatura do ex-vereador e deputado estadual do PSOL, Raul Marcelo.
Mundo do trabalho
Com a saída de Gabriel Bittencourt do páreo da disputa pela Prefeitura e o ingresso do PCdoB em sua coligação, o deputado estadual e ex-sindicalista metalúrgico Hamilton Pereira conseguiu agregar em torno de sua candidatura as três grandes centrais de trabalhadores que têm vida efetiva em Sorocaba. CUT, Força Sindical e CTB. O mundo do trabalho está unido, do mesmo lado. Já no outro campo...
Bloco unidos da rejeição
Os operadores políticos do candidato Lippi, tão profissionais e especialistas na velha forma de fazer política, podem estar atirando no próprio pé. Com as adesões de Crespo, do DEM, e de Oswaldinho, do PMDB, conseguiram reunir na mesma aliança os políticos mais rejeitados da cidade. Além deles, já estão no grupo Flávio Chaves, ex-prefeito, ex-deputado e ex-presidente da Nossa Caixa, que depois do escândalo da raspadinha submergiu politicamente; Paulo Mendes, vereador, ex-PFL, considerado o pior prefeito que Sorocaba já teve; Theodoro Mendes, também ex-prefeito e ex-deputado federal, que depois de ter integrado o Centrão, que bancou os cinco anos para Sarney -- o que lhe rendeu concessões de rádio --, nunca mais se reelegeu; e Cláudio Grosso, que também foi prefeito, embora, como a viúva Porcina, pareça nunca ter sido.
Bons "argumentos"
Muito engraçado o Oswaldinho Duarte, do PMDB, declarar, ao Bom Dia, que foi "forçado" a apoiar Lippi porque Hamilton é "inegociável" e "radical, com quem não há diálogo". Que meigo. Acontece é que Hamilton não convenceu Oswaldinho porque não tem os mesmos "argumentos" que foram apresentados ao presidente do PMDB pelo seu ex-correligionário Flávio Chaves, o quercista da Nossa Caixa e da raspadinha, agora aninhado junto aos tucanos. Este sim, tem muitos "argumentos" bem convincentes.
Mata-emprego
Embora candidato a vereador, corre à boca pequena que teria sido garantida a Crespo a presidência da Urbes em caso de vitória da coligação lippista. Crespo já passou por lá, quando Pannunzio era prefeito, e foi responsável pelo extermínio de mais de 1000 empregos. É bom os trabalhadores do transporte coletivo de Sorocaba ficarem espertos, pois o uso do cachimbo entorta a boca.